O barco moliceiro ou simplesmente moliceiro é um tipo de embarcação que na sua origem se destinou à colheita e transporte de moliço (produto de grande valor económico para fertilizar as terras) e outra vegetação aquática existente na Ria de Aveiro, ocupação conhecida pelo termo popular de "apanha do moliço", e servia eventualmente ao transporte de pessoas, mercadorias ou gado.
Verdadeiro ex-libris da Ria de Aveiro, o barco moliceiro é distinguido pelo elegante exotismo da sua proa estilizada e sobreerguida, e pela sua alegre decoração de cores garridas e apelativas, onde são profusamente utilizados os elementos marinhos e rurais. De igual modo, é também característica a presença de uma legenda em cada moliceiro, com dizeres de carácter único e cheios de graça, tendo como limite apenas a Imaginação do seu autor.
Do desenvolvimento da agricultura surgiu a arte de moliceiro que passou a apanhar o moliço e da necessidade de um barco para recolher e transportar o moliço, ficando assim designado este barco de "moliceiro". A apanha do moliço foi primitivamente exercida pelos agricultores. Mais tarde criou-se a profissão de moliceiro que passou a ser fornecedor do agricultor em virtude da expansão agrícola que exigia maior produtividade.
O moliço é utilizado como fertilizante na transformação dos terrenos arenosos e improdutivos, em excelentes terras de cultura.
O moliço está no entanto em vias de desaparecer. No acelerado processo de degradação da ria, é factor considerável a crescente poluição das águas.
A área geográfica da sua actuação abrange toda a superfície da Ria desde Ovar a Mira, variando as suas dimensões conforme as zonas onde navega, sendo assim uma embarcação bem adaptada à actividade que pratica e às condições geográficas e climatéricas desta região.
Outrora bastante comuns em toda a ria, actualmente a sua quantidade e utilização é bastante diminuta. As embarcações que restam são olhadas mais como peça de museu, ficando-lhes reservadas tarefas ao serviço do Turismo, tarefas essas que nada têm a ver com a sua função original. A Câmara Municipal de Aveiro, consciente do valor etnográfico que o Barco Moliceiro encerra, tem vindo a adquirir alguns exemplares que, permanentemente, enriquecem, com as suas formas elegantes e com o seu encantador colorido, as margens do canal central da Ria de Aveiro.
A construção dos Barcos Moliceiros, é uma indústria tradicional que só existe nesta região, especialmente em Pardilhó e nos concelhos da Murtosa e Ílhavo. É tão tradicional, que se verifica a hereditariedade na profissão, existido famílias de construtores que se sucedem desde tempos longínquos, mas está em vias de extinção.
O ponto alto da sua aparição pública é no Verão durante a Regata dos Moliceiros entre a Praia da Torreira e Aveiro. Nessa altura, toda a beleza estética destas embarcações, as suas linhas elegantes e os painéis decorativos, voltam a encher de cor e movimento as águas da ria.
Os moliceiros e as suas características
O moliceiro é um tipo de barco de fundo chato, dotado de grande estabilidade. Os barcos são baixos para facilitar o carregamento do moliço. Dois elementos essenciais o particularizam: a decoração e a elegância das extremidades, ou seja, da "proa" e da "ré"; bem como a decoração pintada de algumas superfícies exteriores, que lhe confere uma certa identidade. Embora a sua dimensão possa variar, o mais usual é ter o comprimento total com cerca de 15 metros, de costados muito baixos, medindo de boca 2,50 metros. Navega facilmente em pouca altura de água. É construído de madeira de pinheiro e resiste em média doze anos de serviço.
Nada se esquece no interior deste pequeno barco. O castelo da proa é coberto e fechado com porta e chave, serve de câmara de tripulantes e paiol de mantimentos. A cobrir as duas primeiras cavernas de água, há um estrado ao mesmo nível do piso da câmara, que tem a função de lareira e onde os tripulantes preparam e comem as refeições. O castelo da ré é preenchido por um espaço, em que se guarda o barril da água, as forcadas e as tamancas e é coberto por uma tampa móvel, que serve de assento ao arrais. Os meios de propulsão do barco moliceiro são: a vela, a vara e a sirga. A vela é geralmente de lona, com a superfície de 24 metros quadrados, içada num mastro de altura aproximada de 8 metros. É assim bastante alto para poder colher vento, em todas as circunstâncias, que por vezes sopra. O meio de propulsão da “vara” é de 4 a 6 metros de comprimento, que firmam no fundo dos canais e empurram a peito, em repetidos percursos, desde a proa até próximo da ré. A “sirga” é um cabo de sisal, ou nylon que se utiliza na passagem dos canais mais estreitos ou junto às margens, sempre que o barco navega contra a corrente ou contra o vento. Uma das extremidades da sirga é amarrada aos golfiões e a outra tem-na o tripulante, que segue a pé pela margem, puxando o barco.
A Cache
Esta cache não está nas coordenadas publicadas. Para descobrirem a coordenada correcta da cache terão que resolver um enigma simples, em que não é necessário ter conhecimentos matemáticos ou científicos para o resolver. Basta seguir a lógica…
Por favor, não publiquem fotos do container e evitem dar referências directas da área envolvente (edifício/parque) onde está inserida a cache. Não estraguem nada e deixem tudo com estava. O container é um pouco frágil, se possível manuseiem-no com cuidado, para que ele dure mais tempo. Levem algo para escrever. Tentem ser discretos e evitem ir em grupos numerosos, pois isso pode levantar suspeitas, já que o local é vigiado. Devido ao tamanho do container não é possível a troca de presentes. Obrigado.
Divirtam-se. Boas cachadas.
O Enigma
Na última Regata dos Moliceiros participaram 17 moliceiros, com as seguintes números de matrícula (sim, os barcos moliceiros têm matrícula):
N8157U7H
M4924P0G
S304R39F
WF536T45
O5468H56
E21R5149
L423540R
A5F487R1
W0I416I71
N0F1I5540
S2015G472
TG487Y64I
H21435F4I
E2C348871
E1F5R701Y
O24R88R12
H419U3718
Pode verificar a solução deste puzzle no Geochecker.com.