Santo Amaro, antes de ser freguesia foi lugar de
romagem muito frequentado, cujas esmolas rendiam mais que os
dízimos, tendo por isso sido escolhidas para a Universidade,
ficando os dízimos para o cabido. Até ao século XVI, só
ocasionalmente ali houve missa ao domingo, até que o vigário de
Freixo, Jerónimo Lopes, assinou um contrato com o povo, em 1557,
autorizando-o a ter capelão próprio com obrigação de o
sustentar.
O censo de 1527 atribuía-lhe 4 moradores. Nos princípios do
século seguinte, o Chantre de Évora, Manuel Severim Faria, que por
ali passou, confirma as informações do recenseamento quinhentista,
dizendo que o lugar de Santo Amaro é de poucos vizinhos e que se
descia a ele por um caminho entre uns outeiros muito íngremes.
Apesar de tudo era um dos caminhos mais usados para chegar à barca
do Douro e atravessar o rio para Trás-os-Montes. Já próximo do
Douro, viam-se olivais que tinham sido plantados em fins do século
XVI.
Relativamente ao século XVIII, sabemos da existência de vários
edifícios religiosos, designadamente a capela de S. Brás que na
época existiria nas imediações e era administrada por D. Feliciana
de Foz Côa. Data também desta época (1755) a construção da Igreja
Matriz, onde ainda hoje se podem admirar uma escultura de madeira,
barroca, de Santo Amaro, e outra também de madeira policromada de
Nossa Senhora do Rosário.
É patrono desta freguesia Santo Amaro, o abade querido e
discípulo de S. Bento, aquele que foi de «muito nobre sangue dos
Senadores de Roma» e que morreu no «ano da Encarnação do Salvador
de 576».
A Igreja, de uma só nave, foi construída no século XVIII, como
pode verificar-se num dos cunhais da capela-mor onde está gravada a
data de 1775. Os retábulos da capela-mor e os laterais são de
madeira com motivos decorativos do século XVIII, podendo
verificar-se a escultura de madeira, em estilo barroco, de Santo
Amaro, segurando na mão direita o bastão e na esquerda o livro dos
Evangelhos.