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José Maria de Eça de Queirós nasceu em novembro
de 1845, numa casa da Praça do Almada na Póvoa
de Varzim, no centro da cidade; foi baptizado na Igreja Matriz
de Vila do Conde. Filho de José Maria Teixeira de Queirós, nascido
no Rio de Janeiro em 1820, e de Carolina Augusta Pereira
d'Eça, nascida em Monção em 1826. O pai de Eça de
Queirós, magistrado e par do reino, convivia regularmente
com Camilo Castelo Branco, quando este vinha à Póvoa para se
divertir no Largo do Café Chinês.
Eça de Queirós foi baptizado como «filho natural de José
Maria d'Almeida de Teixeira de Queirós e de Mãe incógnita», fórmula
comum que traduzia a solução usada em caso similares nos
registos de baptismo quando a mãe pertencia a estratos sociais
elevados).
Uma das teses para tentar justificar o facto dos pais do
escritor não se terem casado antes do nascimento deste sustenta que
Carolina Augusta Pereira de Eça não teria obtido o necessário
consentimento da parte de sua mãe, já viúva do coronel José
Pereira de Eça. De facto, seis dias após a morte da avó que a isso
se oporia, casaram-se os pais de Eça de Queirós, quando o menino
tinha quase quatro anos.
Por via dessas contingências foi entregue a uma ama, aos
cuidados de quem ficou até passar para a casa de
Verdemilho emAradas, Aveiro, a casa da sua avó paterna
que em 1900 morreu. Nessa altura, foi internado no Colégio da Lapa,
no Porto, de onde saiu em 1861, com dezasseis anos, para
a Universidade de Coimbra onde estudou direito. Além do
escritor, os pais teriam mais seis filhos.
O pai era magistrado, formado em Direito por Coimbra. Foi
juiz instrutor do célebre processo de Camilo Castelo Branco,
juiz da Relação e do Supremo Tribunal de Lisboa, presidente do
Tribunal do Comércio, deputado por Aveiro, fidalgo cavaleiro
da Casa Real, par do Reino e do Conselho de Sua Majestade. Foi
ainda escritor e poeta.
Em Coimbra, Eça foi amigo de Antero de Quental. Os seus
primeiros trabalhos, publicados avulso na revista "Gazeta de
Portugal", foram depois coligidos em livro, publicado postumamente
com o título Prosas Bárbaras.
Em 1866, Eça de Queirós terminou a Licenciatura em Direito
na Universidade de Coimbra e passou a viver em Lisboa, exercendo a
advocacia e o jornalismo. Foi director do periódico O Distrito
de Évora. Porém continuaria a colaborar esporadicamente em jornais
e revistas ocasionalmente durante toda a vida. Mais tarde fundaria
a Revista de Portugal.
Em 1869 e 1870, Eça de Queirós fez uma viagem
de seis semanas ao Oriente (de 23 de outubro de 1869 a 3 de janeiro
de 1870), em companhia de D. Luís de Castro, 5.º Conde de Resende,
irmão da sua futura mulher, D. Emília de Castro, tendo assistido
no Egipto à inauguração do canal do Suez: os jornais
do Cairo referem «Le Comte de Rezende, grand amiral de Portugal et
chevalier de Queirós». Visitaram, igualmente, a
Palestina. Aproveitou as notas de viagem para alguns dos seus
trabalhos, o mais notável dos quais o O mistério da estrada de
Sintra, em 1870, e A relíquia, publicado em 1887.
Em 1871, foi um dos participantes das chamadasConferências do
Casino.
Em 1870 ingressou na Administração Pública, sendo
nomeado administrador do Concelho de Leiria. Foi
enquanto permaneceu nesta cidade, que Eça de Queirós escreveu a sua
primeira novela realista, O Crime do Padre Amaro, publicada em
1875.
Tendo ingressado na carreira diplomática,
em 1873 foi nomeado cônsul de Portugal
em Havana. Os anos mais produtivos de sua carreira literária
foram passados em Inglaterra,
entre 1874 e 1878, durante os quais exerceu o cargo
em Newcastle e Bristol. Um presentinho para aqueles
que realmente se dão ao trabalho de ler a descrição, caso queiram
atalhar caminho... coordenadas finais 41º 22.713 e 8º 45.632.
Escreveu então alguns dos seus trabalhos mais importantes,
como A Capital, escrito numa prosa hábil, plena de realismo.
Manteve a sua actividade jornalística, publicando esporadicamente
no Diário de Notícias, em Lisboa, a rubrica «Cartas de
Inglaterra». Mais tarde, em1888 seria nomeado cõnsul em
Paris.
Seu último livro foi A Ilustre Casa de Ramires, sobre
um fidalgo do século XIX com problemas para se reconciliar com a
grandeza de sua linhagem. É um romance imaginativo, entremeado com
capítulos de uma aventura de vingança bárbara que se passa no
século XII, escrita por Gonçalo Mendes Ramires, o
protagonista. Trata-se de uma novela chamada A Torre de D.
Ramires, em que antepassados de Gonçalo são retratados como torres
de honra sanguínea, que contrastam com a lassidão moral e
intelectual do rapaz.
Morreu em 16 de Agosto de 1900 na sua casa de
Neuilly, perto de Paris. Teve funeral de Estado. Está
sepultado em Santa Cruz do Douro.
Foi também o autor da Correspondência de Fradique
Mendes e A Capital, obra cuja elaboração foi concluída
pelo filho e publicada, postumamente, em 1925. Fradique
Mendes, aventureiro fictício imaginado por Eça e Ramalho
Ortigão, aparece também no Mistério da Estrada de Sintra. Seus
trabalhos foram traduzidos em aproximadamente vinte
línguas.
Origem: Wikipédia
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