Esta cache é a primeira de uma colecção de
título "Ourém Medieval". Pretende-se, ao longo de várias
caches, dar a conhecer melhor alguns pontos da antiga vila medieval
de Ourém, assim como algumas estruturas nas sua
imediações.
A
localização e posição geográfica deste território terão sido desde
sempre um factor determinante na evolução do mesmo. A juntar a
isso, temos a considerável altitude do morro de Ourém
que sempre
garantiu a
visualização de vastos territórios em seu redor. Ambas as condições
lhe reservaram o poder de se tornar um ponto relevante na
comunicação entre rotas e uma área de implantação de traçados
viários, nomeadamente aqueles que no Período Romano seguiam de
Coimbra para Lisboa e de Tomar para São Sebastião do Freixo. O nome
original deste Concelho foi Abdegas até o século XII. Com a
expulsão dos Mouros por D. Afonso Henriques em 1136, foi alterado
para Aurem e finalmente Ourém. Após a Reconquista, por volta de
1148, D. Afonso Henriques haveria mandado habitar aquele local e à
época da Reconquista cristã da península Ibérica, incorporada a
região nos domínios de Portugal, a toponímia Portus de Auren
ou Portum Ourens encontra-se já mencionada na Carta de Foral
passada a esta vila em 1142. A mesma referência toponímica consta
de um documento de doação do Castelo de Cera à Ordem do Templo
(1159) e noutro emanado do Bispo de Lisboa para D. Afonso
Henriques, sobre uma disputa territorial com os Templários
(1167).
No século XIII, existiam
já aí quatro igrejas: Santa Maria, São Pedro, São João e São Tiago.
O castelo, assim como as suas torres actuais apresentam influência
italiana e foram mandadas construir pelo IV Conde de Ourém no
século XV, de forma a tornar o castelo semelhante ao Paço que
entretanto mandara construir. Foi então, com o IV Conde de Ourém
que a vila e o território tiveram a sua mais expressa e notável
existência. D. Afonso instalou a sua corte na localidade e com as
muralhas e torreões que mandara erguer protegeu o burgo e o seu
paço. Até ao fim do século XVIII o povoamento da vila terá sido
regular e ininterrupto mas, com as invasões francesas e as lutas
liberais, deu-se o “golpe final” na antiga vila de
Ourém, já que grande parte da vila foi reduzida a destroços e
muitas estruturas vandalizadas. Após essa época conturbada, começa
a delinear-se a nova localidade, no vale. A então freguesia
independente intitulada Aldeia da
Cruz, viria a ser a futura sede do concelho, com o nome de
Vila Nova de Ourém. Em 2001, passou a ser cidade, simplesmente
Ourém.
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OURÉM
MEDIEVAL I - Ponte dos
Namorados
Sobre a
Ribeira de Ourém, a Ponte da Corredora constitui uma pequena
relíquia da cidade de Ourém. Situada, como a sua própria designação
indica, no lugar da Corredoura, ficou popularmente conhecida por
“Ponte dos Namorados” em virtude de se encontrar junto
à Quinta dos Namorados.
Trata-se, com
efeito, de um nome que vai bem com o ambiente idílico da paisagem
daquele recanto que, pena é que não constitua uma zona de lazer
para os oureenses a usufruir da beleza das margens da Ribeira de
Ourém. De resto, o topónimo tem uma origem poética que José Flores
nos descreve no seu “Album da Villa d’Ourem” e
que a seguir se transcreve:
“No sopé do monte está a Quinta dos Namorados (hoje dos
Castellinos), pertencente ao incansável agricultor, Exmº Sr.
António de Sousa, da Quinta da Motta. Existiu aqui a Fonte dos
Namorados, celebre nas tradições d’este povo, que nos conta
que n’uma bella manhã, em tempos muito distantes, alli
passaram o dia, conversando, dois namorados; elle com uma grade aos
ombros, e ella com uma bilha d’augua à cabeça, sem nenhum
delles se lembrar de arriarem estes pesados objectos, tal era a
mistificação em que se achavam aquellas almas.
- Amor, a quanto obrigas! Povo, quanto discorres, e em quanto
acreditas!”
Com
dois arcos e amparas laterais sobre o tabuleiro, as suas origens
remontam muito provavelmente à Idade Média, tendo sido reconstruída
em 1734, altura em que lhe foi acrescentado o cruzeiro que ainda
ali se encontra, o qual ostenta os seguintes dizeres:
CRUX IN PONTE, QVID EST?
AMBO SVNT, CREDITE,
PONTES; ISTA VIAM COELI,
FLVMINIS ILLE PARAT
_
SENATOR, AC PRAEFECTVS
LVDOVICVS ILEITE, DOCTOR
MAXIMVS, FAMILIARISQVE A
POPVLO FIERI JVSSIT
_
QVANDO DECEM FVERANT, ET
SEPTEM SOECVLA SALVTIS,
TRIGINTA ANNORVM TRES
SVPER ADESSIMVL, SEPTEM
BIS NOVIES SOLIS
NVMERAVERAT ORTVS HOC
REFORMATVM EST NOBILE
PONTIS OPVS
A primeira das inscrições faz uma associação entre a
ponte e a cruz, indicando que tal como a primeira nos permite
chegar à outra margem, também a cruz constitui uma ponte que nos
assegura a passagem da Terra ao Céu. Tal como a ponte nos permite a
travessia para a outra margem, a cruz assegura-nos a passagem da
Terra para o Céu.
adaptado de:
http://auren.blogs.sapo.pt/133532.html
A CACHE
A
cache é um recipiente de tamanho micro, de fácil acesso. Não é
necessário descer nada. Seja por favor discreto na busca já que por
vezes encontram-se pessoas nas imediações. Por favor deixe o carro
nas coordenadas indicada de forma a suscitar menos a atenção. Boas
Caçadas!