HISTÓRIA E TOPONÍMIA
A origem etimológica de
determinado local é um dos dados essenciais para o descortinar da
sua própria história. No caso da freguesia de Vilar de Andorinho,
deparamo-nos logo com duas palavras distintas, e com géneses e
explicações também diferentes.
O primeiro topónimo - "Vilar" - terá surgido em 1058, e, tal
como muitos outros locais que receberam a mesma denominação,
refere-se a uma pequena povoação. Já "Andorinho" é motivo de outras
discussões e opiniões (há quem considere ter sido esse o cognome de
um rico lavrador habitante da terra), mas deverá ter surgido sem
nenhum motivo aparente, apenas para se distinguir da freguesia
vizinha de Vilar do Paraíso. Isto já no século XIV, uma vez que até
aí, e sensivelmente desde o século XI, esta região era conhecida
por "Vilar de Febros" ("Vilar de Feveros").
Mas muitos outros topónimos aparecem na freguesia, e nem sequer
a sua própria designação -Vilar de Andorinho - é dos mais antigos.
Anteriores, são por exemplo, o topónimo “Mariz”
(derivado de “Amalarici”), porventura o mais antigo de
toda a freguesia, referente ao nome do proprietário destas terras e
que poderá remontar ao século V ou VI, ou os topónimos Serpente e
Soeime (originalmente "Zoieima"), referenciados em documentos
bastante antigos. O topónimo "Balteiro" terá origens germânicas,
enquanto que "Baiza" é de origem desconhecida. "S. Lourenço"
refere-se ao santo mártir, venerado um pouco por todo o mundo
cristão. Quanto aos restantes lugares, "Lijó" apresenta raízes
medievais, sendo conhecido durante muito tempo por "Alijo",
"Menesas" deriva possivelmente de uma viúva de algum Meneses aqui
radicado, "Giesta" deve reportar-se à abundância do respectivo
arbusto, "Moinhos" é também facilmente identificável, "Castelo" é
relativo a um castro muito antigo localizado no extremo de Lijó, e
"Mata", bem mais recente, deve-se aos muitos pinheiros existentes
neste ponto de passagem para Avintes.
Quanto à história da
freguesia de Vilar de Andorinho, e tal como acontece na maior
acontece na maior parte dos casos, não se pode apontar com precisão
nenhuma data inicial específica. Os primeiros documentos
reportam-se ao ano de 1072, mas é óbvio e lógico que muito antes
disso já o local era ocupado e habitado. As mamoas (jazigos de
tempos remotos, de cariz religioso, onde se depositavam os
cadáveres), juntamente com alguns alimentos e peças em cerâmica) da
Serpente e de Lijó atestam uma vivência neolítica. O topónimo
"Castelo", referente a um castro - o Castro do Guedes ou de Baiza -
de origens muito antigas, também é um bom exemplo.
No entanto, o melhor exemplo estará nas próprias características
da freguesia. Resta precisar a época, mas não restarão dúvidas
quanto à escolha humana por um local tão aprazível e tão
privilegiado quanto o Monte da Serpente (actual Monte da Virgem),
desde os tempos mais remotos. Para além de ser o ponto mais alto de
todo o Concelho (com vantagens óbvias, pelo menos em termos de
defesa), possibilitaria um fácil contacto, por meio de sinais, com
outros pontos cimeiros pouco afastados. Acresce o facto de ser um
local rodeado por férteis terrenos, na sua base, e banhado por
abundantes fios de água.
Relativamente ao já referido monumento castrejo, alvo de
escavações arqueológicas efectuadas em 1985, ele constitui também
uma valiosa prova de presenças longínquas de povos nesta zona, que,
segundo os estudos realizados, deverão rondar os séculos I AC e I
DC. O Castro, que recebeu duas denominações possíveis - uma
relacionada com o lugar onde foi descoberto (Castro de Baiza) e
outra relativa à família a quem pertenceria (Castro do Guedes) -
estaria disposto segundo um sistema defensivo composto por três
cinturas de muralhas pétreas concêntricas, a mais interior
atingindo por vezes três metros de espessura, às quais se
articulariam diversas habitações também circulares, organizadas num
núcleo familiar em redor de um pátio central lajeado. Decorrente
das pesquisas levadas a cabo, um outro pormenor curioso chama a
atenção; tendo ficado provado que foi habitado durante 200 anos
consecutivos, vem contrariar a tendência nómada da época em
questão.
Com maior rigor histórico e precisão de datas encontram-se as
primeiras alusões documentais à freguesia, que se reportarão ao ano
de 1072, altura em que surge a primeira referência às origens
paroquiais de Vilar de Andorinho. Estas aparecem ligadas à
existência pré-nacional de um mosteiro de S. Salvador, que teria
sido doado por intermédio do tal documento. Por aqui se constata a
independência de Vilar de Andorinho em relação a Pedroso, e ligada,
isso sim, à Sé Portucalense.
Nova citação documental, agora de 1103, alude a uma doação feita
à Sé de Coimbra, por um tal de Gonçalo da sua respectiva parte do
Mosteiro de Vilar, sucedendo-se nos anos seguintes provas
similares, o que leva à conclusão de inúmeros herdeiros ligados ao
mosteiro.
Numa delas, feitas ao Bispo do Porto, D. Pedro Pitões, em 1146,
aparece pela 1ª vez a denominação Vilar de Febros.
Um facto determinante na história da
freguesia, e que se encontra referenciado em muitos documentos de
diferentes datas, é a disputa acesa entre a Sé do Porto e o
Mosteiro de Pedroso pela posse deste padroado. Tal situação, levada
até ao extremo, provocou o assassinato do religioso Andorinho, por
parte de Gonçalo Barrico, um dos herdeiros da Igreja, e acaba por
estar na génese da designação definitiva da freguesia, cujas gentes
logo se sensibilizaram com o sucedido. A contenda viria, então, a
ser resolvida em 1256, por intervenção do Bispo do Porto, D.
Julião, que decidiu a favor do Mosteiro de Pedroso. Mas em 1496
muda novamente de mãos, agora por troca com a Igreja de S. João da
Folhada, em Marco de Canaveses, realizada com o Mosteiro de Santa
Clara do Porto.
E foi evoluindo a freguesia até aos dias de hoje, altura em que
se mostra particularmente aberta ao progresso e ao
desenvolvimento.
Ainda predominantemente rural, começa, no entanto, a assistir a
uma multiplicação significativa de construções e zonas urbanizadas,
com o consequente crescimento da sua população, que ultrapassa
presentemente as 20.000 pessoas. Um desenvolvimento que se prevê
ainda mais intenso durante os próximos tempos, dado existirem ainda
muitos e extensos terrenos por ocupar, particularmente propícios ao
alojamento de famílias que pretendem viver simultaneamente no campo
e na cidade.
SITUAÇÃO GEOGRÁFICA
Vilar de Andorinho detém uma posição geográfica estrategicamente
privilegiada. Rodeada por cinco das mais importantes freguesias do
concelho de V. N. Gaia - Oliveira do Douro a Norte, Avintes a
Leste, Pedroso a Sul, Canelas e Mafamude a Oeste – estabelece
fronteira com o centro da cidade, interligando-se e
complementando-se com ele, quer a nível de serviços, quer a nível
de outros sectores de actividade.
A abertura do troço da Estrada 222, que corta o território a
meio, veio melhorar significativamente as facilidades de
comunicação com o exterior e a própria situação da freguesia, bem
como a sua divulgação pública. A ligação directa à Avenida da
República conduziu a um acentuado assédio de tráfego, nomeadamente
de pessoas vindas do interior do país, que passam necessariamente
por Vilar de Andorinho, acabando muitas por aqui ficar.
Apesar de não ser uma freguesia muito grande em área (cerca de
16.350 km2), comparativamente a outras bem mais dilatadas, a sua
inclinação acentuada transforma-a numa espécie de miradouro
concelhio, nomeadamente no cimo do Monte da Virgem, no ponto mais
alto de Vila Nova de Gaia, o que lhe confere uma posição de
relativa altivez natural no seio do Concelho.
ROTEIRO TURÍSTICO
Percorrendo a freguesia de Vilar de Andorinho com o
chamado olhar clínico e a sempre necessária preocupação
histórico-cultural, deparamo-nos com muitos monumentos e templos,
espalhados um pouco por toda a parte, que nos ajudam a perceber
melhor a sua própria história.
Tal como acontece em qualquer outra freguesia ou local, a Igreja
Paroquial de Vilar de Andorinho ocupa uma posição de natural
destaque, até pela sua localização, mesmo no centro da comunidade,
junto ao actual edifício da Junta de Freguesia. E também tal como
costuma suceder nos outros casos, foi igualmente alvo de vários
melhoramentos ao longo dos tempos. O templo primitivo era do mais
simples que se pode imaginar: quatro paredes e duas águas. A nova
Igreja foi então mandada edificar num outro local, pelas freiras de
Santa Clara, no século XVII. Mesmo assim sem grandes primores,
segundo rezam as crónicas. Os acrescentos artísticos vieram mais
tarde, nomeadamente no século XVIII, altura das grandes reformas na
Igreja Apareceu a torre sineira, e em 1767 surgiram muitos mais
melhoramentos: a Capela-Mor, que até então não existia, e um novo
Altar-Mor ao estilo da época - rocaille - que, não sendo de
proporções exageradas, é dos maiores e dos mais bonitos de todo o
Concelho: quatro colunas cilíndricas revestidas de medalhões, e
ornatos com platibandas assentes em duas mísulas suportadas por
dois anjos; mais acima, dois serafins seguravam o lampadário (que
agora se apresenta sobre um candelabro de ferro forjado); bem
visível ainda um painel com a Ceia de Cristo, de qualidade
inegável. Em natural realce no interior do edifício, surgem-nos aos
olhos as bonitas imagens de Santa Clara, S. Bento, e dos Santos
Reis, que deverão ser de época anterior. Estas resistiram quase
milagrosamente incólumes pelo tempo fora, apresentando-se ainda nas
suas formas e pinturas originais. Mas não são as únicas imagens do
templo. Também a da Senhora do Rosário merece uma referência
especial, devido ; à finura de traços e à perfeição do trabalho. E
ainda o Santo António, do século XVII, e de concepção triangular, a
Senhora da Conceição, o S. Sebastião, o S. Caetano, o conjunto de
Santa Ana e o S. João Baptista (ainda criança), este último
localizado no baptistério. Para além do Altar-Mor, com talha e
acabamentos mais simples, existem quatro altares: o Altar das
Almas, o Altar dos Santos Reis (do lado Norte), o Altar de Nossa
Senhora de Lurdes e o Altar de Nossa Senhora de Fátima (do lado
Sul).
Capelas
Espelho das crenças e da fé de um povo são ainda as
capelas, que se desmultiplicam por todo o lado. Vilar de Andorinho
não foge à regra, e conta com várias, umas mais antigas, outras
mais recentes, umas públicas outras particulares.
Principiando pela mais antiga de todas - a Capela de S. Lourenço
– constatamos a relativa modéstia da sua concepção
arquitectónica, devido a esse mesmo factor de antiguidade,
destacando-se a sua galilé, e em cujo altar, sem estilo definido,
figuram as imagens de S. Lourenço e de Santa Guadalupe.
A capela de Balteiro foi a segunda pública a ser construída.
Inaugurada nos princípios da década de 1970, exterioriza umas
linhas singelas, mas apresenta umas bem mais trabalhadas no seu
interior.
E a Capela da Serpente, que serve os lugares da Serpente, da
Rechousa e do Alto das Torres, foi a terceira capela pública a
surgir. Quanto às ditas capelas particulares, uma que merece
natural realce é a da Quinta do Soeime, até pelo espaço onde se
encontra integrada. Esta é uma Quinta com um passado rico e
preenchido, que começa provavelmente no século IX, altura em que
seria pertença de um nobre mouro de nome Zoleima, que derivou para
Soeima, e finalmente para Soeime. Ao longo dos tempos, foi mudando
de dono, e foi também beneficiando de diversos melhoramentos que a
enriqueceram em beleza e qualidade. À moradia propriamente dita
acresce um amplo terreiro com uma fonte em granito (de estilo
barroco) e um nicho com a imagem de S. João Baptista, brotando a
água de três bicas para um artístico tanque e ainda uma mata de
elegância aristocrática, muitos campos de cultivo, pomares,
roseirais e um belo jardim de buxo e cameleiras raras. A Quinta de
Paço Vitorino também possui capela própria, que é considerada uma
pequena jóia do barroco. Assim como a Quinta da Madre de Deus,
situada na Serpente. Esta última é detentora de um belo retábulo
maneirista onde figura o conjunto da Santa Família. Todas estas
capelas se encontram inseridas em Quintas de grande significado
histórico e de grande beleza, que merecem ser visitadas.
Mas encontram-se ainda outros locais dignos de registo em
Vilar de Andorinho. A Quinta do Outeiro, por exemplo, existente
pelo menos desde 1640, ou a Quinta da Mata. E as várias "Casas" da
freguesia, a Casa Castro, a Casa Tavares, a Casa Dias e a Casa
Pareira, entre outras. Não convém deixar de realçar alguns pequenos
"monumentos" que aparecem aqui e ali, tais como a antiquíssima
Fonte de Vilar (cuja primeira referência oficial é já de 1594) ou o
Cruzeiro da Rua do Souto de S. Lourenço.
Tudo isto e muito mais será possível vislumbrar em Vilar de
Andorinho, uma freguesia atraente e hospitaleira, onde é possível
desfrutar dos prazeres da ruralidade, misturados já nos dias de
hoje com o essencial da vida urbana
Fonte: vilarandorinho.net
A Cache
Esta multicache irá levá-lo por alguns dos lugares mais centrais
da freguesia, num pequeno passeio a pé. Penso que os locais são
muito óbvios e espero que tenham prazer em fazer a mesma.
No início a cache continha o logbook, lápis e pequenos
objectos.
Para quem se assustar com os pontos, só quero dizer que os
mesmos são numa linha mais ou menos recta com uma distância de
cerca de 200 metros (ou menos). Nada que não se faça em 15/20
minutos.
Questão para o ponto 2:
Qual a soma dos dígitos do ano no busto de Alves Sousa?
R: A
Coordenada para o ponto 2: N 41° 06.(A+1)7 W 008° 34.(A+12)9
Nota: Carreguem no link "Show Hidden Waypoints" abaixo para
verem os pontos adicionais.