A localidade de Souto de Lafões é
composta dos seguintes lugares: Aldeia, Arrabaldinho, Cabeço,
Calvário, Casal, Castelo, Cunhedo, Igreja, Ladeira, Paço e
Vilarinho. Situada a cerca de dois quilómetros da sede do concelho,
o centro da freguesia de Souto de Lafões espalha-se por uma fértil
encosta, sobranceira ao Rio Vouga, cortada pela EN
16.
Terra antiga, a avaliar até pelo
topónimo Castelo (um de seus núcleos principais), possui ainda hoje
um considerável número de casas solarengas, factor que revela uma
terra de bastante riqueza e de fina estirpe. Território
descontínuo, esta freguesia apresenta-se em dois blocos, com
Vilarinho a constituir um enclave.
Em 1527, a freguesia
de Souto de Lafões já compreendia as actuais povoações, segundo se
pode concluir do numeramento mandado fazer por D. João III
(fogos):
Item naldea do Souto
.......13
Na ygreja do Souto
...........2
No arrabalde
......................4
Em Vilarinho
......................12
Na Póvoa do Cunhêdo
.....1
Souto de Lafões, em
1708, que pertencia ao termo de S. João do Monte, tinha 100 fogos
que compreendiam 290 habitantes, tendo duzentos e oitenta maiores e
vinte menores.
Em 1732, Souto de Lafões
compreendia 83 fogos distribuídos pelos seguintes lugares: Souto
58, Vilarinho 21 e Cunhedo 4.
As gentes desta freguesia
dedicavam-se essencialmente às actividades do sector primário:
agricultura e silvicultura. A produção do vinho e do pão consistiu,
desde a Idade Média, na principal riqueza desta comunidade
rural.
No Século XIII, nas Inquirições de
D. Afonso III, há referências a vinhas no termo de Souto:
“ Idem Petrus Petri juratus
dixit, quod Petrus Menendi paterejus testavit monasterio Sancti
Christofori unam vineam forariam Regis in Sauto in Arravaldino
tempore Regis Sancii fratris istius Regis (...)
Dominicus lohanis de Sauto
juratus dixit, quod Ausenda Suierii Socro ejustestavit monasterio
Santi Christofori unam leyram de vinea foraria Regis in termino de
Sauto in Loco qui dieitur Sautus, tempore Regis Saneii fratris
istius Regis.”
O vinho continuou a
ser uma riqueza das gentes de Souto. No Século XVIII, segundo as
informações obtidas através do questionário de Pe. Luís Cardoso,
existiam muitas videiras que davam “ copiosa abundância de
vinho, o mais dele, a que chama Amaral, uvas de cor preta, é verde
mas na qualidade excelente.”
Esta mesma fonte
revela a existência de outras árvores de frutos dominantes na área
da freguesia: " As árvores são
castanheiros, carvalhos, salgueiros (...) além destas árvores tem
bastantes oliveiras. Produz todos os frutos, trigo, centeio, milho
grosso e miúdo, feijões, castanhas, bolotas, azeite, mas a maior
abundância é de milho grosso e vinho.”
À intensa actividade
agrícola estava associada uma indústria rural que perdurou quase
até aos nossos dias: a moagem. Na primeira metade do século XVIII,
segundo o registo das Memórias
Paroquiais, existiam no rio
da Azia dois lagares de azeite movidos pela energia hidráulica e
quatro casas de moinhos que também aproveitavam essa mesma energia.
As grandes casas agrícolas, proprietárias de campos com videiras
que se agarravam às árvores plantadas nas extremidades dos
terrenos, possuíam lagares de vara e fuso que só há poucos anos
foram substituídos pelas prensas ou outros equipamentos de
ferro.
Em Souto, até ao
início da segunda metade deste século, existiu um pisão de madeira,
destinado " a apertar a trama e até a
teia, operando ao mesmo tempo a amálgama das fibras, que o
transforma numa espécie de pasta feltrosa, homogénea, espessa e
forte; esta é precisamente a função dos pistões, onde além disso,
porém, como regra, os tecidos são lavados e desengordurados da
sujidade e restos da ‘suarda’ natural da lã, ou do
azeite e demais produtos com que a preparam antes da fiação, pelo
mesmo processo de apisoamento, com água, sabão, ou outros
ingredientes apropriados, que ao mesmo tempo os limpa das fibras
soltas ou que se desprendem.”
Em 1771 foi
construída a capela de Santa Bárbara, num monte que fica
fronteiriço a Souto e a leste da vila de Oliveira de Frades. É mais
um admirável miradouro que presenteia os forasteiros das terras de
Lafões.
Do Monte de Santa
Bárbara avista-se, para o lado do norte, uma das partes mais nobres
do Vale do Vouga que inclui as povoações erguidas na encosta
meridional da serra da Gralheira; do sul, revê-se a Penoita e os
pontos mais elevados da serra do Caramulo.
A esta capela, que
obteve informação favorável do Rev. José Rodrigues Ferreira, abade
de Souto de Lafões, foi-lhe concedida a licença para a bênção em 3
de Janeiro de 1771. Foram promotores desta obra "
O capitão João
António Dias, o alferes Manuel Lopes da Costa Bandeira, o capitão
Luís José de Almeida e a maior parte dos moradores do lugar e
freguesia de S. João Baptista de Souto, arcipreste de Santa Bárbara
no sítio de Fiadeira.”
No dia 4 de Dezembro, de cada
ano, celebra-se a festa da padroeira, de grande devoção para as
gentes da região, que a têm como protectora dos males das
trovoadas. Aberta uma estrada há anos para o citado miradouro, foi
recentemente pavimentada. Também o espaço envolvente da capela
recebeu nos últimos anos obras de beneficiação.
A igreja de Souto de Lafões
é célebre pela riqueza da sua talha do altar-mor e dos dois altares
laterais. O exterior indica-nos a existência de grandes alterações,
com a parte frontal a destacar-se do corpo da Igreja, a fazer
presumir épocas distintas. As traseiras deste templo têm ressaibos
de românico, com poucas aberturas, uma boa cantaria aparentada com
a da época medieval (em que não faltam os símbolos dos artesãos) e,
no cimo de uma das paredes laterais, são visíveis ainda algumas
cachorradas.
A velar pelos seus paroquianos,
o S. João lá está em posição destacada, a encimar a porta
principal. Mais a norte, a escassos metros, uma outra pequena
capelinha atesta o sentimento de religiosidade deste povo, sob a
invocação de Nossa Senhora da Piedade.
Texto extraído da Monografia de
Oliveira de Frades – Edição da Câmara Municipal –
1991
A cache:
O objectivo desta cache é
mostrar um pouco do património de Souto de Lafões.
As coordenadas iniciais
levam-nos à Igreja de Souto onde vamos retirar os seguintes
dados:
1) Ano que se encontra inscrito
no frontespício, em cima da porta = XXXX
De seguida, no 2º waypoint,
vamos retirar os seguintes dados:
2) Mês e ano inscritos na pedra
= MM, YYYY
Para encontrar as coordenadas
finais da cache, basta fazer os seguintes cálculos:
N 40 [(7 x 7) - MM], [(XXXX -
YYYY) x (MM - 2)] - 22
W 008 (MM + 3), [(XXXX - YYYY)
x (MM/2)] + 13
Para confirmar os
cálculos:
XXXX + MM + YYYY =
3661
P.F. RECOLOQUEM A CACHE NO
MESMO LOCAL E DA MESMA FORMA COMO A ENCONTRARAM.
LEVEM ALGO COM QUE POSSAM
ESCREVER.
Façam o C.I.T.O
enquanto se dirigem para o local, se possível.
Tirem fotos das
vistas da cache.
Obrigado pela vossa
visita. Divirtam-se!