A viagem tinha sido longa e
cansativa, agora, perto do seu destino ele hesitou, alguns ramos de
um arbusto pareciam ter-se mexido. Os seus olhos miraram tudo em
redor e os seus ouvidos ficaram atentos ao mínimo ruído, por mais
de uma vez pensou estar a ser observado, mas, isso poderia ser
apenas fruto da imaginação de alguém que tinha algo a
esconder.
Depois de se ter certificado de que estava sozinho e que os
seus receios não passavam de imaginação, observou o local com mais
atenção. A igreja, com a porta fechada, esperava a visita dos fiéis
que, apareciam a intervalos cada vez maiores, dado que os novos
partiram e a idade dos restantes tornava a deslocação cada vez mais
penosa. O cemitério, no seu silêncio, aguardava que os fiéis que
ainda vão restando lhe façam a última visita.
Finalmente decidiu-se, o objectivo que o tinha trazido ali
estava à beira de se cumprir, uma última olhadela permitiu-lhe
certificar-se de que podia estar à vontade. Tirou da mochila algo
que tinha preparado na noite anterior e, foi escondê-lo perto da
pequena igreja. Alguém que tivesse observado este estranho
comportamento, certamente pensaria que se tratava de um caso de
bruxedo ou de alguém que ali tivesse vindo pagar alguma exótica
promessa, mas, a realidade ultrapassava tudo isto. Aquilo que o
tinha motivado a todo este trabalho e a este esquisito
comportamento, era a colocação de uma pequena caixa de plástico com
um pequeno livro e alguns brinquedos que, se destinava a ser
encontrada por outros que no futuro iriam ter comportamentos
similares quando chegassem perto deste lugar. A cache estava
colocada.
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