Uma Visita à Casa-Museu Abel Salazar
S. Mamede Infesta – Matosinhos
Património da Universidade do Porto
Abel Salazar
Abel de Lima Salazar nasceu em Guimarães em 1889, viveu em S. Mamede de Infesta durante 30 anos na casa que hoje tem o seu nome e faleceu em Lisboa em 1946.
Doutorou-se em 1915, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Além de cientista foi artista, prosador, crítico, filósofo, divulgador de doutrinas e ideais progressistas. Produziu uma obra de dimensões invulgares que se reparte por sectores múltiplos da investigação científica, da actividade artística e da produção literária.
Cientista, artista e escritor
Como Director do Instituto de Histologia e Embriologia (1919), realizou uma série de notáveis trabalhos de investigação. Criou novos métodos de técnica histológica e, entre eles, o método tano-férrico, que o tornou mundialmente conhecido.
Em 1935, foi afastado da regência da sua cátedra por motivos políticos. Em 1941, foi reintegrado na Faculdade de Farmácia onde foi criado o Centro de Estudos Microscópicos através do Instituto para a Alta Cultura, tendo produzido ainda uma intensa actividade científica.
A sua obra plástica reparte-se pela pintura, escultura, gravura, desenho e cobre martelado. Desde muito cedo a mulher, trabalhadora e burguesa, foi o seu tema preferencial; mas encontramos também retratos e paisagens. As variadas técnicas que, sofregamente, o vemos experimentar são uma das facetas mais notáveis do seu temperamento de artista e da sua capacidade polivalente. Reconhecido como pintor e desenhador, ainda tem uma pujante e qualificada obra como caricaturista, gravador, escultor e martelador de cobres. Para além do perfil teórico que se desenha a partir dos seus textos, por entre a aparente aridez de algumas das suas palavras, na sua intenção filosófica fundamentante de uma Ciência, de uma Política e de uma Arte, eticamente comprometidas com a Verdade, a Justiça e a Liberdade.
Piso 0
Num vasto salão estão expostas pequenas esculturas, desenhos, nanquins, pinturas e um conjunto de paisagens a óleo de Abel Salazar.
Na antiga capela, do século XVIII, alguns bustos são retratos fiéis de pessoas amigas e aí se expõe um conjunto único de cobres martelados, cuja técnica e qualidade nada encontram de semelhante na arte portuguesa.
Neste mesmo piso situa-se também a Biblioteca Alberto Saavedra e a Loja, onde se encontram à venda edições da Casa-Museu Abel Salazar.
Piso 1
No primeiro andar, três salas reconstituem o ambiente em que viveu, com os mesmos móveis.
Na sala, que lhe serviu de atelier, um conjunto significativo de quadros, interpretando a mulher, um auto-retrato do autor entre outras obras.
Na Sala de Estar dominam os retratos masculinos, a óleo, e em estantes, estão dispostos livros da sua autoria.
Na Sala de Jantar, com os móveis de que se serviu, apresenta algumas das suas telas, que abordam o tema da mulher burguesa.
Piso 2
No Hall Científico pode observar-se uma parte dos trabalhos de investigação de Abel Salazar no campo das Ciências, bem como algum do seu material de laboratório.
Na Sala de Imprensa, um conjunto de retratos de flagrante recorte caricatural e fotografias que retratam Abel Salazar e a sua época.
Na Sala das Gravuras encontramos gravuras, águas-forte, pontas secas e monotipias. No centro da sala estão duas prensas de que se serviu.
Neste mesmo andar, fica ainda o Quarto que se encontra com os móveis que ele próprio utilizou. Numa estante actual podem observar-se objectos de uso pessoal.
Pavilhão de Exposições
É no Pavilhão contíguo à Casa que se encontra a obra plástica mais conhecida de Abel Salazar. Um conjunto de aguarelas, de pinturas a óleo e de desenhos retratam a mulher trabalhadora - feirantes, costureiras, leiteiras, trapeiras e carrejonas.
História da Instituição
A Casa-Museu Abel Salazar é património da Universidade do Porto. É dirigida pela Associação Divulgadora da Casa-Museu Abel Salazar - associação, criada em 1989, sem fins lucrativos, e de utilidade pública desde 1995.
Após a morte de Abel Salazar, foi preocupação dos seus amigos preservar a memória do Mestre, para obstar à dispersão da obra que produziu.
Por iniciativa de Ruy Luís Gomes e com o patrocínio de grandes nomes da cultura como o Abade de Baçal e o Cónego Correia Pinto, os Professores Egas Moniz, Celestino da Costa, Fernando da Fonseca e Rodrigues Lapa, os escritores Aquilino Ribeiro, Ferreira de castro e João de Barros, além de outras figuras, procuraram criar a Fundação Abel Salazar, que as autoridades da época nunca permitiram que se constituísse legalmente.
Para preservar a Casa, o espólio deixado por Abel Salazar, e vencer a sistemática oposição das autoridades da época, esta passou a constituir-se em Sociedade (1963) e mais tarde cooperativa (1987). O Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Dr. Azeredo Perdigão, consegiu que aquela instituição comprasse a Casa em 1965, adquirisse a colecção de obras pertencentes à irmã (1971), executasse obras de restauro e de adaptação da Casa a Museu e construísse um Pavilhão de Exposições (1975).
Em 31 de Maio de 1975, a Fundação Calouste Gulbenkian fez a doação da Casa-Museu à universidade do Porto, tendo sido aberta definitivamente ao público no mesmo ano.
Horário
Horário: Terça a Sexta - 9/12.30h e 14.30/18h
Sábado e Domingo - 10/13h e 14/18h
Encerrado à segunda-feira
Mais info: http://cmas.up.pt/ e
http://www.geira.pt/CMAbelSalazar/
A cache:
A cache é uma caixa de plástico pequena, contendo de início: stashnote, logbook, lápis, afiadeira e prendas para troca
×××××××××××××××××××××××××××
En:
A Visit to the Abel Salazar House Museum
S. Mamede Infesta – Matosinhos
Heritage of the University of Porto
Abel Salazar
Abel de Lima Salazar was born in Guimarães in 1889 and lived in S. Mamede de Infesta for 30 years, on the house that now bears his name, having died in Lisbon in 1946.
In 1951 he concluded his doctorate at the Medical Faculty of the University of Porto.
Besides being a scientist, he was also an artist, a prose writer, a critic and a philosopher, as well as an individual committed to the disclosure of progressive doctrines and ideals. He produced a work of unusual dimension, which covers multiple sectors of scientific investigation, artistic activity and literary production.
Scientist, artist and writer
In 1919, as Director of the Institute of Histology and Embryology, Abel Salazar carried out a large number of remarkable investigation works. He created new methods of histological technique and, among these, the tannic-ferric method that gave him worldwide recognition.
In 1935 he was excluded from the teaching of his university chair by political reasons. In 1941 he was reinstated in the Faculty of Pharmacy. In this Faculty and through the support of the Institute for Higher Culture, the Centre for Microscopic Studies was created and it allowed him to continue pursuing an intense scientific activity.
Abel Salazar's plastic work ranges from painting, sculpture and engraving to drawing and works in hand hammered copper. Since very early on his work, his preferred theme was the Woman, both working class and bourgeois, but we can also find portraits and landscapes. The varied techniques, which we see him use so eagerly, are one of the most remarkable features of his artistic nature and of his multiple abilities. A recognized painter and drawer, he also had a vigorous and qualified work as a caricature artist, an engraver, a sculptor and a craftsman of hammered coppers.
Along with the theoretical profile which we can draw from his texts and amongst the apparent barrenness of some of his most abstract themes, it is always the image of Man that stands out his words and in his philosophical purpose which serve as a base for a Science, a Politic and an Art ethically compromised with Truth, Justice and Freedom.
Brief History of the Institution
The Abel Salazar House Museum is the heritage of the University of Porto. It is managed by the Association for the Dissemination the Abel Salazar House Museum – a non-profit association established in 1989 and which also became a public utility institution in 1995.
After Abel Salazar's death, it was his friends concern to preserve the Master's memory for posterity, in order to prevent the scattering of the works he produced.
Efforts where made to create the Foundation Abel Salazar, on the initiative of Professor Ruy Luís Gomes and with the sponsorship of important names of Portuguese culture, as is the case of the Abbot of Baçal and the Prebendary Correia Pinto, the Professors Egas Moniz, Celestino da Costa, Fernando da Fonseca and Rodrigues Lapa, the Authors Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro and João de Barros, as well as other personalities. Nevertheless, the authorities of that time never allowed for this Foundation to be legally established.
In order to preserve the House and the assets left by Abel Salazar, as well as to defeat the systematic opposition of the authorities of those days, the Foundation was constituted as a Society in 1963, and in 1987 as a Cooperative. After that, in 1965, Dr. Azeredo de Perdigão, President of the Calouste Gulbenkian Foundation, managed for this latter institution to buy the House, acquire the collection of works belonging to Abel Salazar's sister in 1971, as well as perform restoration works in the House, adapt it to be used as a Museum and build an Exhibits Pavilion - which occurred in 1975.
On May 31st 1975, the Calouste Gulbenkian Foundation donated the House Museum to the University of Porto and it was definitely open to the public on that same year.
Ground floor
Small sculptures, drawings and oil paintings, which depict landscapes painted by Abel Salazar, are exhibited in a large room.
The ancient chapel of the 18th century displays some busts, which are faithful portraits of his friends, as well as a unique ensemble of hand hammered coppers whose technique and quality find nothing similar in Portuguese art.
The Alberto Saavedra Library is also located on this same floor, as well as the Museum Shop where visitors can find publications of the Abel Salazar House Museum.
First floor
On the first floor, three rooms re-create the atmosphere in which Abel Salazar lived, maintaining the same furniture. A significant ensemble of paintings interpret a bourgeois woman and his self-portrait, is displayed in the room which was used as his Studio.
The oil portraits are dominant in the Living Room, representing friends and family. The visitors can also find several bookcases that present books by Abel Salazar.
The Dining Room is decorated with pieces of furniture used by the Master, some paintings that interpret a bourgeois woman.
Second floor
In the Science Hall the visitors can see a small part of Abel Salazar's investigation works in the Field of Sciences, as well as some of the laboratory material he used.
In the Press Room, on the walls, the visitor's attention is drawn to an ensemble of portraits of strong inclination to caricature.
Etchings in aqua fortis, dry point engravings and monotypes are displayed in the Engravings Room and in its centre the visitors can find two printing presses that were used by Abel Salazar.
Located in this same floor is also his Bedroom, which maintains the same furniture he used and, on a modern bookshelf, the visitors can see his personal objects.
Exhibits Pavilion
It is in the Pavilion built next to the House that the visitors can find Abel Salazar's most known plastic art works. There, it is displayed is an ensemble of watercolours, oil paintings and drawings which mostly depict the working woman – marketers, seamstresses, milkmaids, rag-and-bone sellers and porters.
Timetable:
From Tuesday to Friday- 9/12.30h e 14.30/18h
Saturday and sunday - 10/13h e 14/18h
Closed on Monday
More info:
http://cmas.up.pt/ e
http://www.geira.pt/CMAbelSalazar/
The final cache is a small plastic box and it contains a stashnote, logbook,
a pencil, sharpener and some gifts for exchange.