Há milhares de anos, a Glaciação na Serra da Estrela permitiu a existência de neves perpétuas
(a partir de 1.650m) que se fundiam durante o ano ficando compactadas e dando origem ao gelo.
Assim, acabou por se formar uma cúpula de gelo no Planalto da Torre que teria uma superfície de cerca de 70km2 e uma espessura de 80m.
O progressivo aumento da temperatura - sempre negativa, nesta era de glaciação - originou a formação de línguas de gelo que escoavam para as altitudes mais baixas, moldando então os
vales já existentes.
O Vale Glaciar do Zêzere
Com 13km de extensão, é a língua glaciar de maior dimensão da Serra da Estrela, e deve-se ao facto de ter sido alimentado pelas línguas da Nave de Santo António, Covão da Ametade, Candeeira e Covões, progressivamente.
A panorâmica que se pode observar do local da cache, é das melhores sobre o Vale do Zêzere.
É um vale com uma típica forma em U, que caracteriza os vales glaciários, e a paisagem que se observa a partir deste local, permite obter uma boa perspectiva dos principais aspectos de glaciação do sector oriental da Serra da Estrela.
No máximo da glaciação, há cerca de 20.000 anos, o gelo ocupava então toda a Nave de Santo António, dividindo-se em duas línguas glaciárias, para sul, ao longo do Vale de Alforfa e para Norte, ao longo do Vale do Zêzere.
Observando a Nave de Santo António, encontra-se um interessante cortejo de formas de acumulação, as moreias.
Do lado Norte, onde se encontra localizada esta cache, existe uma das mais significativas, a moreia do Poio do Judeu, com o impressionante bloco de granito, que terá testemunhado o enchimento de gelo de cerca de 300m de espessura do Vale do Zêzere.