Gruta do
Caldeirão
Situada no Alto do Caldeirão, a gruta do
Caldeirão foi escavada entre 1979 e 1988 sob a direcção de João
Zilhão , do Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras de
Lisboa.
Nela foram encontrados vestígios de ocupações
humanas que permitem documentar a historia
Natural e cultural da região de Tomar ao longo
dos últimos 50 000 anos.
As mais antigas ocupações são do Paleolítico
Médio. Nesta época a presença do homem era apenas episódica, tendo
a cavidade funcionado fundamentalmente como local de habitat para
os grandes carnívoros, em particular as hienas.
Durante o Paleolítico Superior (30.000 a 100
000 anos do presente) a gruta do Caldeirão foi utilizada como
abrigo temporário por pequenos grupos de caçadores que exploravam
os recursos animais da região: veado, cabra-montês, cavalo,
arouque,camurça,coelho.
A partir do Neolítico a gruta voltou a ser
utilizada pelo homem, mas desta vez sobretudo como necrópole.
Particularmente importantes são os
enterramentos do Neolítico antigo (5500 a 4500 anos antes de
Cristo) época durante a qual foram depositados no interior da
cavidade os corpos de pelo menos 16 indivíduos. Estas inumações
eram acompanhadas de oferendas funerárias diversas (cerâmica
decorada, objectos de adorno, utensílios de pedra) testemunhos da
cultura material dos primeiros agricultores e pastores que
habitaram o território Português.