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[Siglas Poveiras] Senhora da Abadia Traditional Geocache

Hidden : 11/4/2007
Difficulty:
3 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:

PT:Esta cache pertence a um conjunto de caches "Siglas Poveiras" que estão colocadas em locais onde existem/existiram essas marcas.
EN:This cache belongs to a set of caches called "Siglas (Cirths) Poveiras"; that they are placed in places where there is/were these marks.

Siglas Poveiras

As siglas poveiras ou marcas poveiras são uma forma de "proto-escrita primitiva", tratando-se de um sistema de comunicação visual simples usado na Póvoa de Varzim durante séculos, em especial nas classes piscatórias. Para se escrever usava-se uma navalha e eram escritas sobre madeira, mas também poderiam ser pintadas, por exemplo, em barcos ou em barracos de praia.

No passsado, era também usado para recordar coisas; eram conhecidas como a «escrita» poveira, mas não formavam um alfabeto, funcionando tal como a escrita egípcia - os hieroglifos (constituem imagens de objectos: Sarilho, Coice, Arpão, Pé de Galinha, Grade, Lanchinha, Calhorda, Pêna, etc.). Esta escrita era usada porque muitos pescadores eram desconhecedores do alfabeto latino, e assim as siglas adquiriram bastante utilidade.

As marcas estão nas redes, nas velas, nos mastros, paus de varar, nos lemes, nos bartidoiros, nos boireis, nas talas, nas facas da cortiça, nas mesas, nas cadeiras, em todos os objectos que lhe pertençam, quer no mar, na praia ou em casa. A marca num objecto equivale ao registo de propriedade. O Poveiro lê essas marcas com a mesma facilidade com que nós procedemos à leitura do alfabeto.

Herança da marca

As siglas são brasões de famílias hereditários, transmitidos por herança de pais para filhos, têm simbolismo e só os herdeiros podem usar. O filho mais novo herdava a sigla do pai enquanto que os outros filhos herdavam a mesma sigla com com um ou mais "piques". Assim, o filho mais velho tem um pique, o segundo dois, ... Existiam vários modos de colocar os piques na sigla, desde picar, gradar até cruzar a marca. Formando-se assim, conforme o número de piques, cruzes, estrelas ou grades.

Na tradição poveira, que ainda perdura, o herdeiro da família é o filho mais novo tal como na antiga Bretanha e Dinamarca. O filho mais novo é o herdeiro dado que é esperado que tome conta dos seus pais quando estes se tornassem idosos. O Poveiro, ao chegar à meia idade, dava o lugar na lancha ao filho mais novo, que lhe tomava conta da rede e aprestos sinalados.

Para as gerações seguintes, a dos netos, a regra é idêntica. Estes têm para além dos seus piques, os piques na marca do pai, caso nenhum dos dois seja o filho mais novo.

O Poveiro, ao casar-se, registava a sua marca na mesa da sacristia da Matriz, gravando-a com a faca que lhe servia para aparar a cortiça das redes. A mesa da sacristia da velha igreja da Misericórdia, que serviu de Matriz até 1757, tinha gravadas milhares de marcas, representando um precioso documento para estes estudos.

Infelizmente, essa mesa desapareceu com a demolição deste Igreja sem que dela ficasse o menor vestígio ou documento fotográfico. Contudo, ainda se vêm hoje algumas gravações destas marcas nas mesas das sacristias da actual Matriz e da Igreja da Lapa.

Os vendedores analfabetos serviam-se das marcas para saberem de quem era a conta fiada. E assim, antes da rodelas e riscos com que designavam os vintens e tostões, pintavam a marca do devedor.

Nas suas arribadas à costa norte, os Poveiros gravavam nas portas das capelas mais destacadas nos areais ou montes a sua marca como documento da sua passagem por ali. Algumas dessas capelinhas conservam ainda as suas antigas portas cobertas de marcas poveiras.

Mas não era só nas arribadas que o Poveiro assinalava a sua passagem com a marca. Nos Mosteiros ou capelas onde fosse cumprir uma promessa, normalmente quando ela era feita em nome colectivo, isto é, da companha, gravava nas portas dos templos, nas mesas das sacristias, nas cercaduras em madeira, nos arcos cruzeiros, a sua marca, que assim servia de testemunho perante a grei do cumprimento da sua promessa. Eram bem marcas votivas.

É corrente entre eles que os velhos poveiros analfabetos, em lugar de assinarem em cruz nos documentos públicos, faziam a sua marca, que era o equivalente à sua assinatura. Poucos documentos comprovam esta afirmação. Apenas nas actas da velhas Associação Marítima dos Poveiros, relativamente moderna, encontramos essa sinalização.




Apesar da colmeia de pescadores poveiros não ser hoje um décimo das passadas épocas, em que a Praia da Póvoa de Varzim era o grande empório de peixe do norte do país, abastecendo as três províncias do Minho, Douro e Trás-os-Montes e ainda uma grande parte da Espanha, existe ainda imenso material para o estudo destas marcas que se encontram por toda a parte: nos interior das casas dos pescadores, nas cortiças das redes, ...

SENHORA DA ABADIA

 

As marcas poveiras serviam também para assinalar o cumprimento de uma promessa, não só individualmente mas sobretudo em família ou grupo. As várias marcas que foram encontradas nesta capela, quer na porta, quer noutros sítios, têm sobretudo esse cariz devocional como as que podem ser encontrados noutros lugares. Para além de mostrar a importância que estas manifestações de fé tinham na comunidade poveira eram também um testemunho perante a comunidade da sua fidelidade à promessa.

O Santuário

Situado em plena Serra do Gerês, o santuário de Nossa Senhora da Abadia é composto pela igreja, pelos edifícios destinados a acolher os romeiros, denominados por Casa das Ofertas e Casa dos Quartéis, pelo cruzeiro implantado ao centro do adro, e pelas capelas da Via Sacra que definem o percurso através do qual se acede ao santuário.

Este percurso evocativo da caminhada de Jesus pelas ruas de Jerusalém, desde o Pretório de Pilatos até ao Calvário (já fora dos muros da cidade), com toda a carga cenográfica e penitencial que lhe é própria, foi recriado com grande frequência durante o barroco. No caso de Nossa Senhora da Abadia, o percurso termina no adro da igreja, de grandes dimensões de forma a poder acolher os peregrinos, numa tendência também barroca de recuperação de antigas tradições, aproximando a religião e a natureza sacralizada, e monumentalizando as possibilidades cenográficas destes espaços.

Segundo a tradição, terá sido uma aparição de Nossa Senhora, ocorrida no século XII, a motivar a edificação de uma primeira ermida, da qual não subsiste qualquer vestígio. O complexo que hoje conhecemos, e que terá sido construído no mesmo local do antigo templo, remonta ao século XVIII. Também conhecida como Santa Maria do Bouro, por ser originária do convento do Bouro, próximo à cidade de Braga, em Portugal. A imagem, muito antiga, pertencia a um recolhimento religioso chamado Mosteiro das Montanhas, que existia naqueles arredores por volta do ano 883. Com a invasão dos sarracenos, os religiosos escaparam levando consigo a imagem da Virgem." (1)

A Devoção

"No tempo do Conde Dom Henrique, um fidalgo chamado Pelágio Amado, tendo-se enviuvado, decidiu consagrar sua vida à oração e à penitência, abandonando a corte. Dirigindo-se a Braga, ali encontra, mais precisamente na ermida de São Miguel, um santo ermitão chamado Frei Lourenço. Pelágio o procura suplicando-lhe para que o aceitasse como discípulo. O velho eremita, a princípio, duvidou que um homem tão débil fosse capaz de seguí-lo em sua vida austeríssima. Frei Lourenço tirou-lhe os nobres trajes e ofereceu-lhe o hábito de eremita. Pelágio cresceu de tal forma na vida de santidade que causou admiração ao próprio mestre.

Cada um vivia em sua cela. Certa noite, o novo eremita Pelágio observou no meio do vale uma grande claridade. Contando ao velho a respeito da estranha luminosidade, na noite seguinte ficaram vigiando e os dois viram o resplendor que saía de uma das pedras iluminando grande parte daqueles vales. Ao amanhecer, trataram de constatar a razão do fenômeno.

Para surpresa de ambos, encontraram entre as pedras uma imagem muito antiga da Virgem Maria. Felizes por tal descoberta, ajoelharam-se agradecendo a Deus por aquele favor. Mudaram as celas do alto do monte para aquele local.

Fizeram uma ermida e ali depositaram reverentemente a santa imagem.

O arcebispo de Braga teve notícia da prodígio e foi pessoalmente visitar o eremitério. Vendo a pobreza com que aqueles homens viviam, ordenou o prelado a construção de uma igreja de pedra lavrada digna de abrigar a Mãe de Deus. Aos poucos foram aparecendo homens dispostos a se consagrarem a Deus e, unidos aos primeiros eremitas, formaram uma comunidade religiosa. Espalhou-se a fama de Nossa Senhora da Abadia. Seus milagres foram-se difundindo pela terra portuguesa. O próprio rei Dom Afonso Henriques foi pessoalmente visitar o santuário, onde deixou uma boa esmola para o culto divino e as necessidades daqueles servos de Deus.

Oração a Nossa Sra. da Abadia

Senhora, mãe de Deus,

que no cenáculo,

após a ascensão de Jesus ao céu,

presidistes as orações suplicantes dos Apóstolos

para a vinda do Divino Espírito Santo;

agora, que estais no paraíso à frente dos coros dos anjos e santos, presidí, também, Senhora nossa rainha,

toda a nossa vida,

orientando-nos para a pátria celeste,

onde desejamos estar convosco cantando,

eternamente, as glórias de Jesus.

Amém." (2)

Por favor, deixem a cache o mais próximo possível de como a encontraram. Não publiquem fotografias ou referências que possam desvendar o esconderijo. Obrigado.

(1)

(2)


Esta cache pertence a um conjunto de caches e TB's cujo o tema são as Siglas Poveiras
This cache belongs to a set of caches and TB's which theme it is the "Siglas Poveiras"

Caches:

GC11CMZ [Siglas Poveiras] Santo André das Almas
GC11CP6 [Siglas Poveiras] Senhora da Bonança
GC122N3 [Siglas Poveiras] Santa Tecla
GC123AB [Siglas Poveiras] Cego do Maio
GC15WJK [Siglas Poveiras] Senhora da Guia

GC176C6 [Siglas Poveiras] Senhora da Abadia
GC176VP [Siglas Poveiras] S. Bento da Porta Aberta
GC176VV [Siglas Poveiras] Santa Cruz

GC19JRY [Siglas Poveiras] Real Santuário
GC19CCR [Siglas Poveiras] Matriz (Póvoa de Varzim)
GC1DK02 [Siglas Poveiras] Villa Euracini

TB's:

TB193C2 [Siglas Poveiras] Sacristia
TB199E1 [Siglas Poveiras] Camisola Poveira
TB19DJ4 [Siglas Poveiras] Sustento

Additional Hints (Decrypt)

Orz rfpbaqvqn qr hz ynqb dhnqenqb, qb bhgeb erqbaqb

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)