Castelo de Torres Novas
Uma Breve Descrição:
Fortaleza árabe do século XII, tomada aos mouros por D. Afonso
Henriques. Mais tarde volta a ser tomada pelos muçulmanos e é
reconquistada definitivamente em 1190 pelo filho de D. Sancho I.
Sofreu várias reconstruções, das quais sobressaem as de D. Sancho
I, a de D. Fernando e a efectuada por ocasião dos últimos
centenários da Independência e da Restauração.
O terreiro encontra-se cuidadosamente ajardinado e é fechado por
uma muralha com onze torres e pela Casa do Alcaide, datada do
século XIV.
Verdadeiro ex-libris da cidade, o Castelo de Torres Novas foi
classificado Monumento Nacional por decreto de 16 de Junho de
1910.
Sua História:
É certo que aqui existia uma povoação muçulmana à época da
Reconquista cristã da península Ibérica, cuja posse deve ter
oscilado ao sabor dos avanços e recuos da linha fronteiriça. Embora
se acredite que uma conquista inicial remonte a 1135, perdida em
1137, no contexto da fundação e primeira destruição de Leiria, as
fontes documentais são acordes em que “Turris” foi definitivamente
conquistada pelas forças sob o comando de D. Afonso Henriques
(1112-1185) em 1148, na seqüência das conquistas de Santarém e
Lisboa, no ano anterior. Séculos mais tarde, o feito assim seria
descrito:
Ganharão-se as Villas de Abrãtes e Torres Novas, ambas muyto fortes
em o sitio, fermeza de muros e castellos (...). (Frei António
Brandão, Monarquia Lusitana, 1632).
Admite-se que o soberano ter-lhe-á promovido reforços nas defesas,
ou mesmo iniciado a reconstrução do castelo, quando a povoação terá
acrescida à sua toponímia a designação "Novas", distinguindo-a da
homônima, no Distrito de Lisboa, que passou a ser conhecida como
Torres "Velhas" (Torres Vedras). Desse modo, embora figure como
"Torres" em documento de 1159, no testamento do soberano, datado de
1179, já figura como "Torres Novas".
Em 1184, as forças do emir Almóada de Marrocos, Aben Jacub
(Iúçufe), acamparam no local até hoje conhecido como Arraial, a
Sudeste da povoação. Dali assaltaram a vila, arrasando a sua
fortificação, dirigindo-se em seguida para Santarém. No assédio a
esta, vieram a ser derrotados, vindo o emir a falecer em
conseqüência dos ferimentos recebidos na ocasião.
Na narrativa da história do culto a Nossa Senhora do Ó no país,
surgido nesta povoação, é referido que a imagem aqui adorada também
o era sob a designação de Nossa Senhora da Alcáçova, por ter sido
recuperada em uma gruta ou concavidade achada pelos trabalhadores
quando da abertura dos alicerces para a edificação (ou
reedificação) do castelo, por volta de 1187, sob o reinado de D.
Sancho I (1185-1211).
Ainda sob o reinado deste soberano, possivelmente com as obras do
castelo ainda em progresso, a povoação sofreu novo assalto das
forças Almóadas, agora sob o comando de Abu usuf Ya'qub al-Mansur,
irmão do falecido Aben Jacub, vindo a cair após um cerco de dez
dias (1190). Deixando guarnição em Torres Novas, as tropas daqui se
dirigem ao assédio a Tomar. As forças de D. Sancho I devem ter
retomado Torres Novas meses mais tarde de tal forma que, visando
incrementar o seu povoamento e defesa, o soberano passou-lhe o
primeiro foral, a 1 de Outubro desse mesmo ano, determinando a
reconstrução da fortificação.
D. Dinis (1279-1325), com o mesmo fim, fundou entre Tomar e a
Golegã as póvoas da Atalaia, Tajeira e Asseiceira. Também doou os
domínios de Torres Vedras e o seu castelo à Rainha Santa Isabel, ao
encontrá-la em São Bartolomeu de Trancoso. Esses domínios viriam a
passar posteriormente aos Infantes e deles ao Infante D. Jorge,
conservando-se na Casa de Aveiro, vindo a elevar-se à categoria de
ducado de Torres Novas.
Após as lutas com Castela, na segunda metade do século XIV, em
particular o assédio de 1372, o castelo sofreu obras de ampliação
sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), época em que foi ampliada
a cerca da vila. Os trabalhos foram iniciados em 2 de Janeiro de
1374, conforme inscrição epigráfica, e concluídos em 1376, conforme
outra inscrição epigráfica sobre o antigo Arco do Salvador:
"O mui nobre rei D. Fernando mandou fazer esta obra a Lourenço
Pais, de Santarém, juíz por el-rei, e foi acabada na era de 1414
(1376) anos e desta obra foi mestre Estêvao Domingues, pedreiro,
que isto fez e lavrou."Durante a crise de 1383-1385, aqui se
recolheram as forças de João I de Castela, em Outubro de 1384,
regressando do baldado cerco a Lisboa naquele ano. No ano seguinte,
as forças de João I de Portugal (1385-1433), assaltaram Torres
Novas, forçando a guarnição castelhana da vila a recolher-se ao
castelo. Meses mais tarde, com os portugueses vitoriosos na batalha
de Aljubarrota, Torres Novas tomou o partido por Portugal recebendo
como Alcaide-mor a Antão Vasques.
Visitas:
Horário: Segunda a sexta-feira
9h00 - 17h00
Sábados, domingos e feriados
9h00 - 18h00
A Cache:
Fica localizada fora do castelo perto da sua entrada.Sejam
discretos na procura.
O Conteudo:
Logbook, Stachnote, varios itens para troca.