O castelo medieval
Castelo de Silves, Portugal: estátua de D. Sancho I à entrada do castelo.
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, o monarca português D. Sancho I (1185-1211) também foi atraído pela prosperidade deste enclave. No início do ano de 1189, com o auxílio de uma frota de cruzados Dinamarqueses e Frísios, conquistou preliminarmente o vizinho Castelo de Alvor. No Verão do mesmo ano, com um auxílio de uma nova frota de cruzados, agora de Ingleses e Alemães, intenta, a partir da segunda quinzena de Julho, a conquista de Silves, a quem impos um duro sítio. Deste episódio, chegou até nós a narrativa de um de seus participantes, que descreve a violência do cerco, assim como o emprego de uma variedade de máquinas de guerra, tais como torres de madeira, catapultas e de um 'ouriço' (esfera de madeira armada com pontas de ferro), que destruiram várias torres e troços da muralha, conduzindo à rendição da povoação a 2 de Setembro, violentamente saqueada na ocasião.
A povoação e seu castelo mantiveram-se na posse de Portugal até à contra-ofensiva Almóada que, sob o comando do califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur, em 1191, culminou com a perda de todas as conquistas cristãs nos territórios ao sul do rio Tejo, à excepção da cidade de Évora.
No ano de 1242, os cavaleiros da Ordem de Santiago, sob o comando de seu Mestre, D. Paio Peres Correia, intentou a reconquista de Silves que, entretanto, só retornou definitivamente às mãos de Portugal sob o reinado de D. Afonso III (1248-1279), em 1253, quando o seu bispado foi restaurado. O soberano concedeu à povoação o seu Foral (1266), quando terá também determinado a recuperação e reforço das suas defesas.
Porteriormente, D. Fernando (1367-1383) e D. João I (1385-1433) promoveram reparos nessas defesas.
Acredita-se que trabalhos de ampliação e reforço tenham ocorrido sob o reinado de D. Manuel I (1495-1521), que concedeu Foral Novo à Vila (1504), uma vez que datam desse período as obras da Igreja da Sé e da Misericórdia.
Do terramoto de 1755 aos nossos dias
Quando do terramoto de 1755, a sua estrutura foi severamente danificada.
O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910. Nas décadas de 1930 e de 1940, foram promovidas intervenções de consolidação e restauro, a cargo da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), desobstruindo-se troços de muralhas e refazendo-se algumas torres, ameaçadas de ruína.
Desde 1984 que decorrem escavações arqueológicas no interior do castelo, coordenadas pela Prof. Doutora Rosa Varela Gomes (FCSH-UNL), investigadora internacionalmente reconhecida na área da Arqueologia Medieval Islâmica.
Actualmente, este castelo constitui um dos maiores e mais bem conservados monumentos do país.
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