O seu acentuado pendor rural, o património existente ao longo
de todo o percurso e a biodiversidade que ostenta em toda a sua extensão fazem
da Rota da Queixoperra uma caminhada particularmente agradável. Além das
diversas fontes e nascentes, ribeiras e paisagens com vistas desafogadas, as
azenhas do Poço das Talhas justificam, por si só, este passeio.
Enquadrada na União Freguesias de Mação, Aboboreira e
Penhascoso, há redes móveis disponíveis em toda a rota, além de um plano de
emergência e resgate, com a marcação de balizas de socorro (SOS) devidamente
identificadas, garantindo assim a segurança do pedestrianista.
Por entre vales e serras podemos encontrar alguns
exemplares de uma pequena árvore já rara no concelho, a cornalheira, e também
observar sobreiros e medronheiros, entre outras espécies nativas, enquanto que
nas margens das ribeiras crescem arbustos como gilbardeiras e heras. Por outro
lado, nas zonas de pinhal, encontramos o tojo, a carqueja ou murta.
Águias como a calçada ou a águia-de-asa-redonda, ou ainda
papa-figos que por aqui nidificam nas estações quentes, são avistados com
frequência nesta zona pelos caminhantes. Na verdade, muitas são as espécies de
animais, incluindo insectos, que habitam esta região. Realçamos, por exemplo, a
borboleta do medronheiro ou a borboleta-maravilha, entre muitas outras espécies.
Ao nível do património construído, destaca-se a Travessa
do Encalhão, a fazer lembrar as ruelas das famosas aldeias de xisto, a zona do
Poço das Talhas, as antigas azenhas zelosamente recuperadas e onde hoje é de
nosso possível assistir à moagem de cereais, a pequena barragem do Cabril, a
antiga Fonte de Mergulho e a Fonte do Ribeiro, entre outros.
Além do extenso património existente na Rota da
Queixoperra, é possível observar diferentes tipologias de paisagens e diversos
ecossistemas típicos desta zona geográfica. Por fim, salientamos ainda a
existência de uma geologia diversa, com especial destaque para as Marmitas das
Azenhas (geossítio) e para as pistas de fósseis na Serra do Carvalhal. |
Situada a este da aldeia de Queixoperra, a represa do Cabril
faz parte do Sistema Adutor Norte e é a principal fonte de abastecimento da
Barragem do Negrelinho situada em Mouriscas (Abrantes).
O abastecimento de água a Mouriscas é assegurado através
de águas captadas no açude da Ribeira de Rio Frio, que depois é transportada
através de adutoras de diametro de 600 mm para a albufeira da Barragem do
Negrelinho, construída para o efeito e com capacidade de armazenamento de cerca
de 12.000.000 m3.
A água captada é conduzida a uma Estação de Tratamento,
onde é sujeita a filtração, em filtros lentos, transitando depois por câmaras de
contacto, com brita, para correcção de pH, sendo depois sujeita a desinfecção,
antes de entrar no Reservatório que a partir daquele local abastece toda a zona
baixa de Mouriscas, até ao lugar designado por Carvalheiros.
A água é igualmente elevada, por bombagem, para o
Reservatório de Lomba Cimeira, que abastece graviticamente a parte alta de
Mouriscas e Entre Serras, onde, através de uma Estação Elevatória ali
construída, é elevada para o Reservatório de Lercas, que serve, por sua vez, a
respectiva povoação. Para assegurar o abastecimento da zona da Lomba Cimeira
está a funcionar um sistema hidropressor no Reservatório de Lomba Cimeira.
A população servida por este sistema representa 4,5% da
população do concelho.
O sistema integra 16 Km de condutas adutoras e uma rede de
distribuição com cerca de 55 km de condutas.
(Fonte: SMA Abrantes) |