A Caravela perdida
Em 1499, Vasco da Gama virou um heroi nacional português, com título de nobreza e tudo, ao voltar para casa após encontrar o caminho por mar de Portugal até a Índia, de onde era possível trazer temperos valiosíssimos, pelos quais os europeus, cansados de comida sem gosto, estavam dispostos a pagar uma fortuna. Mas em 1500, quase que tudo foi por água abaixo para os lusitanos. O rei de Portugal, D. Manuel I, resolveu enviar para a Índia uma frota de 13 navios liderada por um outro navegador, um certo Pedro Álvares Cabral (que no caminho aproveitou para dar um pulinho do outro lado do Atlântico e descobrir uma certa "Ilha de Vera Cruz", depois rebatizada Brasil). A expedição de Cabral foi um fracasso: atacada por tempestades e por rivais indianos e árabes, que não queriam renunciar ao monopólio do comércio com o Oriente, voltou para casa com apenas sete navios, um deles sem carga nenhuma. Centenas de portugueses morreram nas batalhas e nos naufrágios.
Foi aí que D. Manuel I resolveu engrossar. Montou uma nova expedição, armada até os dentes, novamente sob o comando de Vasco da Gama, com navios capitaneados por gentes da sua confiança e parentes próximos, como o seu tio Vicente Sodré, um cavaleiro da ordem de Cristo que comandava o leme de uma das caravelas que integrava a expedição.
Vicente Sodré veio se a dar mal nesta expedição, pois a embarcação que capitaneava encalhou num banco de areia, na noite de 25 de dezembro de 1492. Vasco da Gama e toda a sua restante frota ainda tentaram desencalhar a caravela, mas foram em vão as providências empreendidas para o seu resgate, tendo sido abatido o mastro e o porão esvaziado de mantimentos, mas sem sucesso.
Bem depois de quase duas décadas, um grupo de arqueólogos marinhos afirmou ter encontrado no fundo do Mar, os destroços da caravela capitaneada por Vicente Sodré, carregada de tesouros e de velhos segredos do mar.
A velha caravela encontra se agora resguardada poucos metros abaixo do solo e perto de um rio e sempre debaixo de olho do seu guarda.
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