O mercado é sempre um local de encontro, de tradições...
Este em particular, é muito mais do que isso...
É cultura, é gastronomia...é um mundo de aromas e sabores...
É um espaço que está enraizado nos costumes dos habitantes da terra...
O comércio era inicialmente feito em barracas espalhadas pelas ruas da então vila de Setúbal, em particular das praças da Ribeira Velha e do Sapal (hoje, Praça de Bocage), o que gerava protestos contra o cheiro nauseabundo a peixe, a falta de higiene e as áreas exíguas de venda.
Assim em 1876 foi inaugurado este edificio, o qual se tornou num dos mais emblemáticos espaços de Setúbal e recentemente incluído na lista dos mais famosos do mundo, tendo sido considerado, um dos melhores mercados de peixe.
É sem dúvida um local que merece ser visitado, não só pelos seus produtos (peixe, carne, fruta, hortícolas), mas também pela própria beleza do edifício, com painéis de azulejo com cenários alusivos a paisagens e a actividades económicas típicas do concelho.
Horário de funcionamento: terça-feira a domingo das 7:00 às 14:00
Encerra às segundas-feiras e nos feriados dias 1 de janeiro, 25 de abril, 1 de maio, 15 de setembro e 25 de dezembro
Caldeirada à Setubalense
(Para 6 pessoas)
Ingredientes:
2,5Kg de peixes vários: eirós, charrocos, salmonetes, robalos, sardinhas, lulas, tamboril, etc
3 cebolas grandes
800g de batatas
2 pimentos
4 tomates maduros
1,5 dl de azeite
2 cravinhos
Sal
Pimenta
4 colheres de sopa de massa cortada (cotovelos)
Preparação:
Cortam-se as cebolas às rodelas finas e colocam-se no fundo de um tacho de barro. Dispõem-se por cima as batatas cortadas aos quartos, os pimentos às tiras e o tomate picado. Tempera-se com o azeite, os cravinhos e um pouco de pimenta. Tapa-se e leva-se ao lume, sem mexer, mas agitando o tacho de vez em quando.
Entretanto, preparam-se os peixes e cortam-se os maiores em bocados. Quando as batatas estiverem quase cozidas, introduzem-se os peixes no tacho em camadas, devendo as sardinhas ficar por cima e numa única camada. Tempera-se com um pouco de sal, e deixam-se os peixes cozer. Serve-se a caldeirada no próprio tacho em que se cozeu e sem nunca ter sido mexida, tendo o cuidado de distribuir pelos pratos todas as espécies de peixes.
Enquanto se come a caldeirada, acrescenta-se um pouco de água ao caldo que ficou e que se passa por um passador, esmagando os bocados de batata que tenham ficado. Leva-se o caldo ao lume e, quando ferver, introduzem-se quatro colheres de sopa de massa cortada (cotovelos), que se deixa cozer.
Come-se a sopa em tigelinhas com colheres de pau.
Retirado do livro “ Cozinha Tradicional Portuguesa” de Maria de Lurdes Modesto