A Fábrica de Celulose e Papel do Caima foi a primeira verdadeira empresa do concelho de Albergaria-a-Velha.
Tendo-se apercebido de que a produção de papel não supria as necessidades do consumo no país, nem em quantidade, nem em qualidade, os dois irmãos José Luiz e Manuel Luiz Ferreira Tavares decidiram construir de uma fábrica bem localizada, bem concebida e tecnicamente avançada. Para o efeito, em 1871, constituíram uma sociedade com o Eng. Thelier, jovem técnico francês, nascido numa família de técnicos da indústria de papel de Angoulême.
Instalou-se a mais moderna maquinaria, igual à melhor da Europa. Começou-se a fabricação do papel com caruma e serradura de pinheiro como matéria prima, abundante na zona. A laboração começou em 1872 e, dois anos depois, empregava cerca de 120 trabalhadores, alguns dos quais especializados e com boas remunerações. A morte de José Luiz Ferreira Tavares, em 1877, levou a que a fábrica fosse vendida à firma Henry Burnay & Cª, a qual, em 1889, a passou à Companhia de Papel do Prado. Num relatório da Câmara, de 1889, referia que “a fábrica de Vale Maior fornece o papel de impressão para a maior parte das publicações periódicas, e nomeadamente o Século e outros jornais".[1]
A crise nos mercados internacionais de pasta, o aumento dos custos de produção, a redução do caudal do rio Caima e a falta de vontade em investir três milhões de contos em infra-estruturas anti-poluição, mas também a nova política da dita multinacional, em busca de mão-de–obra mais barata, ditaram o seu encerramento, em meados da década de 90.
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