Skip to content

Forte do Pessegueiro Traditional Geocache

Hidden : 7/19/2021
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
2.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:


(English description available further below)

Forte do Pessegueiro


vsergiochafarizaA ocupação humana da costa de Sines foi sempre marcada por duas forças opostas, nascidas do mesmo elemento omnipresente: o mar. Simultaneamente origem de abundante pescado e dos comerciantes que de terras distantes buscava matérias-primas e traziam artigos raros, mas também origem de perigos e morte, de temporais, de corsários e armadas inimigas.

Entre a praia do Pessegueiro e a ilha forma-se um canal que proporcionava um abrigo de particulares características, usado por pescadores e por toda a navegação que se fazia ao longo da costa, sempre que as condições do tempo se tornavam adversas. Mas neste “porto” fundeavam também os corsários que vinham fazer aguada ou se emboscavam para surtidas contra a navegação e também contra a população. Estas condições convertiam o Pessegueiro num sítio concorrido, mas perigoso.

E é por isto que parte fundamental desta costa alentejana é constituída por várias fortificações: o Castelo de Sines, o Forte do “Revelim”, o Forte da Ilha e o Forte do Pessegueiro.

O Forte do Pessegueiro é um interessante exemplar de arquitetura militar, que parece surgir inesperadamente solitário defronte da ilha do Pessegueiro. É um forte abaluartado, do século XVII, cuja construção resultou do esforço da Coroa para melhorar a defesa da costa, em particular do ancoradouro do Pessegueiro, contra a ação predatória dos corsários berberes. Foi edificado sobre uma anterior fortificação, da época filipina, então arruinada e imprestável.

planta2DTrata-se da maior fortificação litorânea construída de raiz da autoria do engenheiro João Rodrigues Mouro, que havia sido enviado a Sines em 1678 para estudar as necessidades de defesa de então. A obra começou de imediato e demorou cerca de cinco anos. Em 1684 a fortaleza estava quase em defensa e o duque de Cadaval, Mestre de Campo General da Corte, considerava que era necessário nomear uma guarnição de vinte soldados e cinco artilheiros, e devida artilharia. Em 1686 o Rei despachou que a fortaleza fosse provida de quatro colubrinas, uma guarnição de dez soldados, dez artilheiros, um alferes e um condestável. A despesa deveria correr pela “repartição do usual”, seja, a distribuição do imposto sobre o vinho.

No entanto, em 1688 o despacho parece não ter sido cumprido, pelo menos integralmente. Entretanto o engenheiro João Rodrigues Mouro insistia com o duque de Cadaval para que a fortaleza fosse guarnecida, retirando meios de outras fortalezas das redondezas, nomeadamente do forte de Vilanova. Mas a dificuldade em pôr a fortaleza em ação é enorme, tal como provam as várias fontes históricas, pese embora o forte estar pronto há dois anos.

Foi mais simples edificar o forte do que dotá-lo de meios de defesa, acabando por serem enviados apenas seis soldados de Milfontes. Como era característico do Antigo Regime, os fundos de financiamento das obas provinham de alguns direitos reais, constituídos por impostos e tributos, os quais, porém, eram irregulares, o que refletia negativamente no andamento das obras e na sua entrada em ação.

mapaantigoO Forte do Pessegueiro veio, apesar da escassa força militar de que foi dotado, melhorar a segurança da costa e da navegação, pois não só defendia o ancoradouro em si, como permitia uma melhor cobertura defensiva do troço da costa se Sines à foz do Mira. Em 1758, o pároco de Sines escrevia que o abrigo entre a ilha e o continente era refúgio de algumas embarcações perseguidas pelos corsários. Embora estes últimos não tivessem desaparecido da costa, não são, dessa altura, conhecidas notícias de desembarques onde tivesse ocorrido pilhagens ou quaisquer outros danos como outrora aconteciam.

O forte foi edificado sobre bancada de arenito, originado em duna fóssil, mais ou menos a vinte metros do nível do mar. A pedra para a construção foi obtida no próprio local, e na zona são visíveis, um pouco a sul, exatamente no local da cache, os cortes da extração lítica. Mas boa parte da pedra foi aproveitada da escavação do grande fosso que circunda a fortaleza. A pedra foi usada na alvenaria e também como revestimento de pisos, degraus de escadas e até na maioria das soleiras das portas, mas o desgaste devido à sua pouca dureza cedo se deve ter revelado.

Após o terramoto de 1755 o forte sofreu vários danos, com graves rachas nos dois ramais avançados da praça alta, que afetaram mormente a capela existente, a qual ficou incapaz para o culto, como foi confirmado pelo vigário da vara, ali expressamente enviado. Após 25 anos do terramoto o forte continuava sem obras de restauro, mas a rainha D. Maria, motivada pela sua particular sensibilidade religiosa, mandou ao local o engenheiro Chermont, para este estudar do estado o do que seria necessário para voltar a tratar da… ermida. plantarestauriÀ motivação religiosa da rainha, Chermont respondeu, no terreno, como engenheiro militar e homem ilustrado que era: “Para preencher com fruto a comissão de que fui encarregado, em preciso entrar em um detalhe maior, que o único objeto de restabelecimento da ermida”. Daqui surgiu um levantamento de todas as fortificações e necessárias obras, e um dos mais completos trabalhos cartográficos sobre a costa alentejana. O serviço do engenheiro foi complementado com a elaboração de orçamentos para as reparações necessárias nas fortificações da Praça, verificando-se serem necessários, no total, quase três contos de réis: 310$00 para o fortim da Senhora das Salas; 250$00 para o castelo de Sines; 1.000$00 para o forte do Pessegueiro; e 1.400$00 para o de Milfontes. No foi, porém, possível confirmar a execução das obras sequentes a estes estudos e propostas.

Em 1813, Portugal e Argel assinaram um tratado de paz que terminou definitivamente com o risco dos corsários argelinos nas costas portuguesas. No século XIX entrou-se numa fase em que as fortificações marítimas viram ultrapassada a sua antiga missão. Entretanto outras necessidades – sanitárias, aduaneiras – conferiam ao forte do Pessegueiro novas funções de vigilância sanitária e missão de policiamento de contrabando. De algumas inspeções posteriores, em 1831 e 1856, resultaram o relatório de que o forte deveria ser abandonado, vista a sua pequena ou nenhuma importância, evitando-se deste modo aos cofres da Nação uma grande despesa.

Em 1877 o Ministério da Guerra cedeu o forte ao Ministério da Fazenda para nele ser instalado u, posto fiscal da alfândega. O último governo de Fontes Pereira de Melo criou, em 1885, a Guarda-Fiscal destinada a vigiar a linha de fronteira marítima e terrestre. E as instalações foram por essa altura entregues a esta força que manteve neste forte um posto até 1942.

ponteDever-se-á, naturalmente, à Guarda-Fiscal o facto do forte ter alcançado os nossos dias em regular estado de conservação, pois a manutenção, uma vez que estava ocupado, não foi totalmente descurada. Mas nos quarenta anos seguintes ao fecho do posto da Guarda-Fiscal, o forte esteve abandonado, servindo ocasionalmente a população para celebrar festejos. Depois foi previsto, em 1962, com a ressalva que a traça não fosse alterada, que o forte fosse usado como estalagem turística, mas nada foi feito por a estrutura não se adequar ao pretendido. Em 1983 iniciou-se uma campanha de obras a cargo da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais que se prolongou até 1986, onde a maioria das estruturas do forte do Pessegueiro sofreu reparações. Mais uma vez, terminada a campanha de obras, o forte foi negligenciado, com consequências negativas na própria conservação. Chegou a ser aberto um buraco na muralha, durante filmagens televisivas. No ano de 2008, por via de uma parceria do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade e o Município de Sines, beneficiou de vários arranjos, especialmente reforço estrutural, conservação da alvenaria, reparação de parapeitos, ponte levadiça, tratamento de juntas e reboco geral.

O Forte do Pessegueiro constitui uma marca de presença e de ocupação, na construção humana do território, uma marca monumental, porque para além da função estritamente defensiva, destinar-se-ia a prevalecer na paisagem como sinal de poder. Hoje é um bem cultural de elevado valor histórico, simbólico, estético e arquitetónico, único em toda a costa alentejana.

in Forte do Pessegueiro, António Martins Quaresma, Museu de Sines (adaptado)


Peach tree fort...


jau





English
This is a bit of the story of one of the largest fort on the Alentejo coast, and the cache is placed in the quarry that served as the origin of the stone for the construction of the fortification. Go, and explore the monument, the beach and the island!


Additional Hints (No hints available.)