A maré tem como causa a atracção gravitacional do Sol e da Lua. A influência da Lua é bastante superior, pois embora a sua massa seja muito menor que a do Sol, esse facto é compensado pela menor distância à Terra. Matematicamente a maré é uma soma de sinusóides (ondas constituintes) cuja periodicidade é conhecida e depende exclusivamente de factores astronómicos.
De um modo geral, podemos dizer que a maré sobe quando das passagens meridianas superior e inferior da Lua. Isto é, temos preia-mar (maré cheia) quando a Lua passa por cima de nós e quando a Lua passa por baixo de nós, ou seja, por cima dos nossos antípodas.
As preia-mares sucedem-se assim, regularmente, com um intervalo médio de meio-dia lunar (aprox. 12h 25m) o que corresponde matematicamente à constituinte lunar semi-diurna (M2); tal facto é expresso pelo povo que refere que “a maré, no dia seguinte, é uma hora mais tarde” (na realidade aprox. 50m mais tarde). Por sua vez, o intervalo de tempo entre uma preia-mar e a baixa-mar seguinte é, em média, 6 h 13 m. No entanto, o mar não reage instantaneamente à passagem da Lua, havendo, para cada local, um atraso maior ou menor das preia-mares e baixa-mares.
O intervalo de tempo entre a passagem meridiana da Lua e a preia-mar seguinte é o chamado 'lunitidal interval' (em rigor, 'high water lunitidal interval'). Actualmente, já estão a ser comercializados relógios em que esse valor é pedido, para que eles possam fornecer uma previsão grosseira da maré. Embora esse valor seja variável ao longo do tempo, em termos médios esse atraso é cerca de 2 horas em Portugal Continental e inferior a 30 minutos na Madeira e nos Açores.
Outro aspecto importante a ter em conta é o fenómeno quinzenal da alternância entre marés vivas e marés mortas; este fenómeno, matematicamente explicado pela constituinte S2 (solar semi-diurna), decorre do efeito do sol como elemento 'perturbador'. Com efeito, quando o Sol e a Lua estão em oposição (Lua cheia) ou conjunção (Lua nova), a influência do Sol reforça a da Lua e ocorrem as marés vivas (matematicamente as constituintes somam-se). Por outro lado, quando o Sol e a Lua estão em quadratura (Quarto crescente e Quarto minguante), a influência do Sol contraria a da Lua e ocorrem as marés mortas (matematicamente as constituintes subtraem-se).
Regra geral, as amplitudes de marés vivas em Portugal Continental são cerca de 1,5 m. Isto é,o mar sobe e desce 1,5m em relação ao nível médio. Em marés mortas, a amplitude da maré é da ordem dos 70 cm. Na Madeira temos uma amplitude de 1 metro em marés vivas e 50 cm em marés mortas; nos Açores temos 70 cm em marés vivas e 30 cm em marés mortas. Estes valores ilustram um facto conhecido: a amplitude da maré diminui quando nos afastamos da costa. Com efeito, sabe-se que a maré se torna praticamente nula nas zonas centrais das grandes bacias oceânicas.
No GZ olhe para a rocha ilustrada na figura acima. Considere que quando a maré está na "baixa-mar" a rocha está totalmente visível, isto é vê-se a areia na sua base e que quando a maré está na "preia-mar" apenas se vê parte do topo da rocha.
1 - Com base nesta informação, considera que no momento da sua visita a maré está mais próxima da "baixa-mar" ou da "preia-mar"? (observe a rocha e o nível da maré; na sua resposta indique o dia/hora da visita)
2 - Explique por palavras suas o "fenómeno das marés"
3 - Qual o intervalo médio entre a "preia-mar" e a "baixa-mar"?
4 - Ilustre o seu registo com uma foto onde seja visivel algo que o identifique como geocacher bem como a rocha que serve de referência à resposta da 1º pergunta.