Os relevos ruiniformes impressionam pelo aspecto cênico, sendo considerados relevos de exceção, são esculturas singulares.
São feições originadas a partir do processo erosivo das águas meteóricas promovendo a dissolução da rocha, por meio de fissuras e fraturas, que variam de centímetros a dezenas de metros de altura. A primeira etapa para a implantação deste tipo de relevo é a formação de sulcos e caneluras, sua evolução leva aos lapiás, e posteriormente torres, pináculos, fendas e labirintos. São feições excepcionais, que evidenciam o processo de carstificação nos arenitos da Formação Furnas, encontrando-se fartamente desenvolvido na área do geossítio.
Ressalta-se o caráter diferencial da erosão quando níveis síltico-argilosos estão presentes, aumentando a complexidade morfológica destas feições.
As feições de dissolução são o mais evidente indício da erosão química dos quartzo arenitos da Formação Furnas nos Campos Gerais. Consideram que a dissolução do cimento argiloso (caulinita e ilita), promovendo a arenização das rochas (liberação dos grãos de quartzo)
Os lapiás constituem de fraturas nas rochas superficiais que se expandem através da dissolução da rocha, resultando em grandes canais que sulcam as rochas horizontal ou verticalmente, bem como campos de rochas de grandes dimensões, isoladas entre si e com diversos tipos de caneluras, franjas e furos superficiais. Em alguns casos, ocorrem apenas depressões ao longo da superfície da rocha, que não chega a ser fragmentada.
São formados inicialmente pela dissolução da rocha na interface com o solo e fendas são abertas. Após a erosão da camada superficial de solo, as rochas são expostas e a dissolução da rocha continua a expandir as fendas. Eventualmente as rochas são completamente separadas e formam campos de rochas niveladas ou padrões de sulcos e gretas. Solo e vegetação podem preencher os espaços entre rochas.
Este conjunto de formas, de dimensão mais reduzida comparadas às chamadas formas maiores do carso (dolinas, uvalas, poljes e formas fluvio-cársicas), evidenciam melhor a existência de processos de dissolução ativos à superfície e que contribuem de maneira decisiva para o funcionamento hidrológico do carso subterrâneo.
A classificação dos lapiás é feita em geral quanto à morfologia, com dados referentes à dimensão média das formas, tipo de cobertura, disposição das rochas do substrato e forma das arestas, atribuindo um papel secundário à génese e aos processos ligados à sua formação.
Quanto aos fatores lapiares, resume-os em três grandes conjuntos:
1 - geográficos (onde inclui os climáticos e os topográficos);
2 - petrográficos (que englobam os petrográficos propriamente ditos como a composição, dureza e solubilidade das rochas, os estruturais como as diaclases, fendas, fracturas, fissuras e juntas e os tectónicos como as falhas, dobras e outros acidentes);
3 - biológicos (onde integra o papel desempenhado pelos musgos, liquenes, outros vegetais, animais entre os quais o Homem).