Uma peculiaridade da cachoeira maior do Salto São Jorge, que o torna tão cênico e incomum é que ele sai de dentro da rocha, numa queda livre com cerca de 30 metros de altura.
Antes disso há uma queda menor d'água, com menos de 10 metros de altura, ali o rio cai em um poço fundo. Logo após alguns metros uma nova queda e entra no sumidouro e em um canyon, que serão o tema deste Earthcache.
Sumidouro
No âmbito da geologia, o termo designa um local por onde a água superficial desaparece no subsolo. Comum em ambientes carsticos tem geralmente origem na dissolução das rochas, porém a gênese deste sumidouro é diferente, um desabamento de rochas da lateral do canyon São Jorge cobriu a passagem do rio, formando esta inusitada estrutura.
Canyon
É um desfiladeiro, uma profunda ravina formada entre escarpas ou falésias e é a paisagem mais frequentemente esculpida pela atividade erosiva de um rio em escalas de tempo geológicas, em particular em regiões onde as camadas de rochas mais macias são intercaladas por camadas mais duras e mais resistentes às intempéries.
Se não todos, a maior parte dos canyons originam-se por um longo e lento processo de erosão fluvial e eólica chamado voçoroca. Diferentes camadas rochosas pouco consolidadas a partir de um planalto são erodidas por um curso de água, criando uma vala. As paredes formam-se quando camadas de rochas resistentes à ação são encontradas, de modo que a água continua escavando um vale para baixo, não afetando a rocha dura.
Nos arenitos da Formação Furnas na região dos Campos Gerais é comum a existência de rios que apresentam drenagem subterrânea, com frequência por dezenas de metros. Sua gênese, está relacionada a um conjunto de fatores, como a competente ação erosiva do rio, características da rocha (planos de estratificação e de acamamento e composição mineralógica), estruturas tectônicas (falhas, fendas e fraturas) e a proximidade com a Escarpa Devoniana, que determina um gradiente hidráulico elevado vinculado ao relevo acidentado do local.