História, Tradições e Lendas:
A origem e história desta serra que constitui uma fascinante viagem pelas origens e diversas fazes da formação do Planeta e das suas civilizações que habitaram aquele espaço, com as suas lendas e tradições que ficaram nela retratada. É também uma viagem emotiva pela história de Portugal, através dos castelos que a serra alberga, palco de batalhas antigas e das lendas dos seus habitantes, como a lenda de Hildebrandt, um religioso Inglês que viajou para Portugal trazendo consigo uma imagem de pedra de Nossa Senhora, igual à que na Ordem de S.Pedro na Inglaterra adoravam, e que o salvou de uma tormenta no mar, onde se extraviou a imagem.
Tradições:
Grupos juntam-se todos os anos para percorrer os trilhos serranos entre Vila Nogueira de Azeitão e o Portinho da Arrábida. Um costume de todas as Sextas-feiras Santas naquela vila desde tempos imemoriais.
A caminhada de Sexta-Feira Santa é a única vez no ano que percorre a montanha. "É um pretexto para vir à serra" e uma ocasião para relembrar o seu passado.
A Lenda:
Segundo a lenda, por volta de 1215, no reinando em Portugal D. Afonso II, dirigia-se a Lisboa uma nau inglesa, o mar estava embravecido e era uma noite escuríssima; pelo que a nau, perdendo o rumo, foi arrastada pelos ventos fortes para lá do Cabo Espichel e estava a ponto de se despedaçar contra os rochedos da serra da Arrábida.
Vinha a bordo um mercante religioso chamado Hildebrandt, que era capelão da nau, ou de um fidalgo que vinha de passagem, chamado D. Bartolomeu.
Trazia o religioso, no seu beliche, uma imagem de Nossa Senhora, e vendo-se em tamanho perigo, foi busca-la, para que toda a tripulação a exortasse pedindo-lhe o salvamento; mas não a achou, o que lhe causou grande terror, bem como a toda a marinhagem. Ajoelharam todos, pedindo entre lágrimas, a Santíssima Virgem, que os livrasse de tão grande aflição.
Viram então na encosta da serra que olha para o mar uma brilhante cruz, que alumiava tudo, como se fosse claro dia, onde nesse mesmo instante aplacou o furor das ondas.
Fundearam pela manha seguinte, o religioso e os seus principais tripulantes da nau foram então ao sitio em que tinham visto brilhar a milagrosa cruz.
Em lugar da cruz, viram a imagem da Nossa Senhora, que frei Hildebrandt havia tido no seu camarote. Entenderam que a Senhora queria ser adorada neste sitio e por uso, todos subscreveram com esmolas para que, com licença do bispo de Lisboa, aqui se edificasse uma ermida, o que logo teve efeito. Construíram também um aposento para o religioso e para D. Bartolomeu, que o quis acompanhar naquela aspérrima solidão. Hildebrandt, prometeu dedicar os seus dias a amar e servir Nossa Senhora na montanha, onde a sua protecção não fora invocada em vão. Distribuiu parte dos seus bens pelos outros membros da tripulação do navio e pediu-lhes que todos os anos viessem, em romaria, à serra da Arrábida visitar o local onde passara a viver. Atribuiu-se a este facto a origem do círio dos Saloios de Alcântara até finais do século XIX.
Passando depois a chamar-se de: "Cirio de Nossa Senhora da Arrábida".