A fronteira luso-espanhola é uma linha imprecisa ou claramente demarcada por acidentes naturais, e fixada por tratados internacionais, a fronteira portuguesa estabelece os limites da soberania nacional e define a configuração territorial com a qual cada um de nós se identifica. O País assim delimitado é sobretudo um espaço vivido e ficcionado, onde as imagens cartográficas jogam um papel primordial. Para além de linha, a fronteira terrestre – ou a raia, como é habitual designada entre nós – é ainda uma faixa marginal do território com características específicas.
Com mais de 1300 km de comprimento, dos quais 1291 fixados internacionalmente pelos dois países, a fronteira terrestre portuguesa é comparável em extensão à linha de costa (1373 km). Desse limite, um pouco mais de 60 % é raia “húmida” ou “molhada”, isto é, constituída por troços de cursos de água, muitas vezes vadeáveis ou facilmente transponíveis.
Considerada como a mais antiga fronteira estável na Europa, com mais de sete séculos num país de quase nove de existência, a primeira demarcação que lhe impõe essa antiguidade foi estabelecida pelo Tratado de Alcañices, assinado entre os reis de Portugal e Castela, D. Dinis e Fernando IV, a 12 de Setembro de 1297. Nessa altura, os contornos de Portugal aproximavamse já dos actuais.
A fronteira actual remonta ao Tratado de 1864, minuciosamente preparado e definido na Acta de 1906, deixara, no entanto, por resolver todo o troço fronteiriço a Sul do Caia. Dois problemas adiaram a demarcação então iniciada: a questão de Olivença, que permanece ainda hoje sem resolução, e a Contenda de Moura, cujos limites se estabeleceriam em separado por Convenção assinada, em Madrid, a 27 de Março de 1893. Finalmente, a 29 de Junho de 1926 era celebrado o Convénio de limites entre Portugal e Espanha, que definiria o restante troço em falta, desde a confluência do rio de Cuncos até à foz do Guadiana, integrando o que já havia sido estabelecido em 1893 quanto àquela Contenda mas deixando de fora qualquer solução para o território de Olivença, que acrescentaria mais de 67 km ao comprimento já demarcado internacionalmente. Deste modo, a fronteira lusoespanhola ficou finalmente balizada no terreno, entre Vila Nova de Cerveira, no Minho, e a ponte internacional sobre o Guadiana, junto a Castro Marim e Ayamonte, onde se situam o primeiro e o último marco (num total de 5211 marcos, dos quais 1048 principais).
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Esta geocache virtual vai levar o geocacher a fazer uma agradável caminhada que o levará a conhecer uma parte da fronteira entre Portugal e Espanha situada na zona do Parque Nacional Peneda Gerês, visitando três marcos de fronteira, que são dos poucos que além do tradicional marco com a forma de uma pequena coluna paralelepipédica colocado no local, existe também uma marcação historica da fronteira gravada em relevo na rocha. Os marcos a serem visitados são os 42, 45 e 48 que estão situados em zona de montanha do Parque Nacional Peneda Gerês e que podem ver nas fotos abaixo.
A caminhada será em terreno montanhoso por isso deve ser feita com o cuidado e a preparação adequada.
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