O Cache é micro. Traga sua caneta para registrar sua visita.
Colabore para manter o cache ativo. Ao devolver o cache ao seu esconderijo tome cuidado para deixar da mesma forma que encontrou com descrição.
História do Tatuapé -
A Viticultura e a família Marengo Não sobrou videira para contar história, mas foi no Tatuapé, onde hoje fica um punhado de prédios, perto da linha do trem, na zona leste, que as primeiras terras brasileiras foram destinadas ao cultivo da uva. Onde hoje vibra um dos bairros mais movimentados da zona leste, o Tatuapé, já existiu um grande parreiral.
Pois é, o urbanizado Tatuapé tem sua participação na história da produção de uvas no Brasil.
Para entender essa história, é importante ter em mente que São Paulo não foi sempre a cidade dos arranha-céus. Teve sua fase rural. E o Tatuapé foi, até o começo do século 20, um bairro de chácaras. Era, inclusive, fornecedor de verduras, frutas e legumes para diversos pontos da cidade. E, entre essas chácaras, uma delas fez história na cultura das uvas no Brasil: a propriedade da família Marengo.
A produção de uvas na região se iniciaria em 1885, quando chegou ao local o italiano Benedetto Marengo Como muita gente fazia naquela época, Marengo comprou terras no Tatuapé e, neste bairro, criou sua própria plantação de uvas. Em 1887, ele adquiriu uma gleba de 24 mil m⊃2; entre as atuais ruas: Serra e Bragança, Monte Serrat, Cantagalo e Francisco Marengo. Um pouco depois, comprou mais um naco de terra e sua propriedade ficou com 96 mil m⊃2;. Ele decidiu cultivar a uva norte-americana Niágara branca. Logo, porém, uma mutação acabou dando origem a uma nova versão rosada que ficou conhecida como uva Marengo.
O negócio de uva da família Marengo foi realmente um sucesso. Em 1939, Francisco, filho de Benedetto, comprou um terreno na Avenida Celso Garcia onde fez o que ficou conhecido como “Casa Marengo”: era um misto de área de lazer e comércio de frutas. As pessoas iam até lá passar o dia, se divertir e comprar as frutas e mudas que a família produzia. Além das uvas havia abacate, jabuticaba, laranja etc. O local era visitado aos sábados e domingos por pessoas de todos os rincões de São Paulo e de outras cidades. Logo, se tornou um ponto turístico da capital. A “Casa Marengo” encerrou as atividades quando a prefeitura desapropriou o terreno para construir o Hospital e Pronto Socorro do Tatuapé. Mas as uvas do Marengo ficaram para a história.
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, a crescente industrialização na região e a falta de mão de obra especializada no campo, os Marengos lotearam suas terras. Hoje elas compõem parte significativa do Tatuapé. Restaram apenas nomes de ruas, e estabelecimentos que remetem ao antigo vinhedo.
Mudanças ao longo dos anos, como a verticalização e o ganho de novas vias de acesso, como a marginal Tietê, acabaram afastando o bairro da tradição da viticultura.