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ABC da VILA Multi-cache

Hidden : 2/16/2019
Difficulty:
3 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   other (other)

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Geocache Description:


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UM OUTRO OLHAR SOBRE O PORTINHO 

 "Um pescador Ancorense  olha o mar, olha o céu.

Conhece bem o sítio onde vive e o largo mar onde trabalha. Esta qualidade fez- lhe adquirir um saber misterioso.

O seu olhar não poisa noutro lugar. Daqui, do Portinho, olha o mar, olha o céu.

O mar , agora, está baixo, calmo e baixo, na tarde que se aninha em direcção ao poente. O sol já tomba sobre um horizonte pintado de púrpura, os raios em desmaio acenam em jeito de despedida. E na esteira de fogo que se desenha sobre a superfície estanhada do mar, o dia fenece silencioso.

O homem, o pescador Ancorense, sorri. À memória acode- lhe o rifão: “ VERMELHO AO MAR, VELHINHAS A ASSOLHAR”. Amanhã vai fazer bom tempo. E recolhe com satisfação ao barco que o espera baloiçando suavemente amarrado ao cais.

A noite cai serena. As peças da sardinha mergulhadas na água acendem um clarão fluorescente , translúcido, ao serem puxadas para bordo da embarcação. Arde o mar profundo na noite , denunciando o movimento das suas criaturas, as artes de pesca quando a força dos homens e das correntes as agitam. É um fenómeno observado numa parte do ano, quando os dias crescem e as noites encolhem. “ Já pinta” diz o pescador.

A rede vem cheia de sardinha. No céu , um crescente de lua sobe. Está de pé , como uma sentinela vigilante. O pescador olha o céu. O olhar alegra- se. Pode carregar a embarcação, que a calma vai manter- se pois, “ LUA EM PÉ, MARINHEIRO DEITADO “ . Sim, pode ficar descansado o nosso pescador, porque este sinal lhe assegura uma noite bonançosa e um dia seguinte de bom tempo.

Ah ! É Junho, é mês de S. João. E lá diz o velhinho provérbio: “ PELO S. JOÃO, PINGA A SARDINHA NO PÃO”. Sardinha assada nas brasas duma fogueira ateada ao pé da porta da casa do pescador. Que odor apetitoso se espalha, que sabor sobre um pedaço de broa e regada com o tinto imaculado do vale de Âncora. Ah ! A sardinha assada, um pouco de nostalgia, um costume herdado pelo nosso pescador da sua Galiza ancestral.

Agora já é um dia de Julho. A manhã acordou algo cinzenta. O vento é sul moderado. O homem, o pescador Ancorense olha o mar, olha o céu. Está debruçado sobre um vaso pintado cor de prata da balaustrada da avenida marginal. Não desanima : “ SUL ARRASTADOR , NORTE PESCADOR”. Mas há mais nesta época estival: “ SUL DE MANHÃ , NO VERÃO, À NOITE REMO NA MÃO “. Apesar deste vento sul que arrasta nuvens e encobrem o céu, a noite será calma e boa para a pesca.

Outro dia. Corre hoje um mar indefinido cinza- esverdeado à luz duma meia manhã , nuvens esparsas em altitude. Um fundo escuro roçando o horizonte norte. O pescador perscruta esse horizonte distante e recorda o provérbio: “ NORTE ESCURO, SUL SEGURO” . Dali a algumas horas, já de regresso ao Portinho que lhe fica a leste, rema desde a “ Beirada de Fora “ - uma depressão de afloramento rochoso da plataforma continental – quando vislumbra um outro sinal atmosférico sobre o cone do monte de Sta. Trega ( Tecla ) , e não duvida : “STA. TREGA COM CAPELO, CHOVE LOGO OU VENTA CEDO “ .

Com efeito, a meia distância do Portinho, uma ligeira brisa de sul começa a soprar. O homem, o pescador Ancorense, iça a vela e os remos descansam. A surreada ( saraivada de água da ondulação contra a borda da embarcação ) à mistura com a chegada das primeiras precipitações, recebem o nosso homem, o pescador Ancorense, no Sabugo à entrada do ancoradouro do Portinho.

Já a lua da noite anterior prenunciava uma mudança atmosférica. A meia- lua bem destacada no céu em forma de berço dava razão ao adágio: “ LUA DEITADA , MARINHEIRO EM PÉ “. E, ainda, o círculo anelar que a circunscrevia confirmava : “ LUA COM ANEL, CHUVA OU VENTO A GRANEL” . Mais, o céu daquela manhã revestia- se de cirros que não enganavam : “ CÉU ESCAMENTO, OU CHUVA OU VENTO” .

Não é marinheiro o que não olha para o mar e para o céu. O homem do mar conhece a natureza, os elementos do seu universo e do seu campo de actividade. O mar traz- lhe as notícias antecipadas de outras latitudes e de outras longitudes, pelo modo distinto da agitação do seu dorso e o impulso ora revolto , ora suave , das suas ondas.

Conjugado com o aspecto do mar, o céu traz- lhe sinais inequívocos que aprendeu a decifrar. As embarcações à vela de outros tempos, exigiam o olhar atento para o alto, para os aparelhos , os mastros, o massame e o poleame. Mas também para os sinais impressos na abóbada celeste. É por isso que na gíria marítima se diz que “O PORCO NÃO FOI MARINHEIRO, POR NÃO OLHAR PARA O AR “.

Com coisas simples como estas, com esta pedagogia se formava e conformava um pescador crente nas suas tradições e conhecimento empírico. Este é um pequenino exemplo de um universo ainda por explorar.

E o pescador, o pescador Ancorense, deixando a sua gamela varada no Portinho, voltou o seu olhar mais uma vez para o mar, para o céu , e deixou- se perder em pensamentos de regresso a casa."

Por Celestino Ribeiro

Postado por Pedro Ribeiro

 

 No segundo fim-de-semana de Setembro celebra-se a Festa em honra de Nossa Senhora da Bonança, em Vila Praia de Âncora. É a romaria mais popular do concelho, com tradição registada desde 1883. O centro da festa era o antigo lugar denominado da Lagarteira. Estamos perante verdadeiro arraial, com todos os ingredientes tradicionais típicos e necessários: música, bandas filarmónicas, dança, folclore, cortejo etnográfico, procissões religiosas, fogo-de-artifício, boa comida e bom vinho! O ponto alto da festa é, sem dúvida, a majestosa procissão naval, que se realiza sempre à quinta-feira, pelas 15 horas. Nesse dia, as embarcações vestem o seu melhor traje de festa e, engalanadas, dirigem-se ao Forte da Ínsua, para ai recolher a imagem da Senhora da Ínsua. “.

“Esta devoção, que se foi construindo ao longo dos tempos, está certamente relacionada com a devoção dos pescadores e pela necessidade de evocar Nossa Senhora. Pela presença e pela forma como as pessoas chegam até junto da imagem da Senhora da Bonança, nota-se a devoção e o amor das pessoas à Senhora”, explica o padre Valdemar, pároco da freguesia.

A santa, proveniente da Capela da Senhora da Agonia, embarcou no cais dos Pescadores de Caminha a bordo da traineira "Foz do Minho" - como vem sucedendo há umas dezenas de anos -, sendo transferida para o barco "Senhora da Agonia" junto à praia do Cabedelo.

 "Senhora da Agonia" foi o barco ancorense a quem calhou em sorteio transportar a bordo a imagem da santa desde a foz do rio Minho até ao interior do Portinho de Vila Praia de Âncora, após o que a Senhora da Ínsua foi transferida para dentro da masseira construída voluntariamente pelos carpinteiros ancorenses, por iniciativa do NUCEARTES. ,chegou à rampa varadouro do designado Portinho velho .”

O container Contém o habitual logbook, têm  material de escrita.

Façam os possiveis por ser discretos, e nao estragar nada,  assim como recolocar a cache tal como  a encontraram de forma a manter a sua longevidade.

Peço encarecidamente  o maximo de discrição na sua procura.

 

 Não publiquem fotos do container pfv

Obrigado pela vossa visita. Divirtam-se... ;) 

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