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Caro Geocacher, seja bem-vindo,à vila de Fornos, que pertence ao concelho de Santa Maria da Feira.
Está presente a uma igreja onde se venera no dia 15 de agosto, como em outras, a nossa senhora da saúde, ou melhor, o dia da Assunção de Nossa Senhora.
Aqui vai um pouco da História dela que foi retirada de uma fonte de uma pagela de fornos no ano de 1999: "A motivação destas festas é uma imagem de castanho velho, esculpida segundo os cânones maneiristas no início de setecentos; uma Nossa Senhora, sustentando no seu braço esquerdo o menino ao colo, enquanto o braço direito, frouxamente estendido, oferece ou uma flor, ou um rosário; uma escultura de grande porte, com cerca de 1.80m de altura, em que uma imagem, numa traça fina e donairosa, cheia de movimento e estilo iconográfico bem característico daquela época, se eleve a partir de uma nuvem, donde afloram asas e cabeças de anjos.
Originariamente a sua decoração era um estofo de ouro fino, recoberto de tintas frescas, vazadas de arabescos e punções de variada espécie. Deixada a mercê de comissões de festas cheias de devoção, mas desconhecedoras do primor da sua primeira e antiga pintura, sujeitaram-na a sucessivas “encarnações”, que a adulteraram profundamente.
No programa da remodelação da Igreja (1968/80) a imagem foi sujeita a restauro, em oficina da especialidade, que, por decapagem, descobriu a sua disposição geral e o tom das suas colorações originais. Onde foi possível manter o antigo, manteve-se; onde não foi possível fez-se uma reconstituição, que teve de der bastante extensa, por restar um pouco de acabamento primitivo. Na festa de 1979, com a igreja remodelada e agora em lugar diferente- na penha do antigo púlpito, decorada com aplicações de madeira, cobre e esmaltes preciosos- a imagem foi de novo entronizada, a par de outras antigas e nobres imagens, igualmente restauradas.
Finalmente, nas festas de 1980, a remodelação da igreja foi inaugurada e o altar-mor sagrado pelo bispo de então, D. António Ferreira Gomes, perante numerosa multidão de devotos de dentro e fora da freguesia. A devoção a Nossa Senhora da Saúde na igreja de Fornos é quase bicentenária. As referências lendárias alusivas ao aparecimento desta imagem, envolvem-na numa aura mítica de sublimação e estima.
Corre a tradição popular entre as pessoas mais idosas, e como que disputando a honra de descenderem de tais antepassados, que antigos carreteiros, indo e vindo a caminho do Porto, por altas madrugadas e noites tardias, na tarefa habitual do transporte de lenha, do milho, do feijão, do linho e outros produtos locais, em permuta com artigos acabados que a terra não dava, encontraram num certo dia, abandonada entre silvas e á margem do caminho, lá para os lados dos Carvalhos, esta majestosa senhora. Carregaram-na emocionados e, devotamente, vieram entroniza-la num dos altares da sua igreja, sob a invocação de Nossa Senhora Da Saúde.
Desde então, até aos dias de hoje, se lhe fez uma festa no dia 15 de agosto. Outra versão, mais conforme com os dados históricos, as circunstâncias de lugar e características da imagem, dá do facto uma explicação mais coerente e certa. A referência mais antiga que nos aparece do culto à imagem de Nossa Senhora Da Saúde, é-nos dada pelo Registo Paroquial em 6 de novembro de 1836. Nessa data, por ocasião do batizado de um menino da Casa da Quintã (a principal casa da freguesia de então), chamado Crispim, (ele viria a morrer cedo de “escarlatina grave”, a 11 de outubro de 1846), cujo nascimento foi, por razões familiares, muito festejado, diz-se que serviram de padrinhos ao neófito o seu irmão mais velho Francisco e Nossa Senhora Da Saúde. Anteriormente, se tal acontecia, a madrinha era Nossa Senhora do Rosário. Acresce a esta circunstância a tradição, já citada no século pelo Conde de Samodães, de que esta imagem viera do espólio do Convento da Avé-Maria do Porto. Realmente desde o decreto ministerial de 28 de maio de 1834, assinado por Joaquim António de Aguiar, que extinguia as ordens religiosas, o convento de São Bento da Avé-Maria das freiras beneditinas, foi considerado como um imóvel a suprimir. O abandono trouxe-lhe a degradação; o progresso, a sentença de demolição para dar lugar á estação de São Bento, que lhe conservou o nome. Ora, esse mesmo decreto obrigava a saírem do país, ou a regressarem á suas terras de origem, os frades que se encontravam em mosteiros ou conventos. Em Fornos, uma tradição oral refere a presença de dois frades egressos, cónegos regrantes (crúzios), ligados á Casa da Quintã como tendo sido os intermediários da vinda da Senhora da Saúde para Fornos. Concessão obtida, o transporte se faria do modo mais prático: - trazido num carro de bois pelos carreteiros locais. Porém se, vasculhando os escaninhos da história local não encontrámos em Fornos dois frades crúzios, aparece-nos um que, nesta freguesia teve propriedade e família, e que serviu na Igreja de Fornos desde 1855 até á sua morte ocorrida em 9 de outubro de 1858. Chamava-se em religião, Dom António Patrocínio Peixoto. O Almanach Eclesiástico do Porto do ano de 1857, fazia-o aqui residente, egresso de Santa Cruz (crúzio) pregador e professor grego. Aprofundando a busca, descobriu-se que este cónego regrante de Santo Agostinho se chamava António Thomaz de Lima Peixoto, filho de Carlos José de Moura Barbosa Peixoto (natural de Guimarães) e de Dona Anna Luiza de Almeida Lima, oriunda da Casa da Quintã (Fornos), nascido em Macieira de Sarnes, a 29 de dezembro de 1798. Era irmão dos párocos de Fornos (1816/861) Carlos José Peixoto de Lima nascido a 27 de dezembro de 1784, e de Manuel de Lima Peixoto (1862/866), nascido a 5 de outubro de 1800 e ainda do Padre Manuel Carlos Peixoto, encomendado durante o ano de 1861. O primeiro registo matricial de Fornos (1854) dá-os como proprietários na freguesia, respetivamente na Quinta da Granja (Granja do Aurélio), em Vinhais e no Ermo (Alto do Carvalheiro).
Perante estes dados, podemos dizer que a imagem de Nossa Senhora Da Saúde veio para Fornos, por influência destes clérigos ao serviço da paróquia, sobrinhos do pároco (1777/816) Francisco Xavier Peixoto, natural de Atães, Guimarães, os quais no seu conjunto serviram a freguesia, como párocos, por espaço de 90 anos. Em breve, Nossa Senhora da Saúde ganhou o coração dos seus filhos de Fornos, que a ela confiam a proteção da saúde da alma e do corpo e em agradecimento lhe promovem o culto e a festa. " (Março de 1999)
Já que sempre vieram aqui passar, pela cache, se a igreja estiver aberta vão lá. Espero que esta história vos tenha ajudado a perceber melhor esta história da Nossa Senhora Da Saúde, para quem a leu a nível completo.
P.S- É necessário material de escrita.
Saudações:
Celso G. 😉😉😊😊😜😜💖💖.
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