Capela de Santana em Leça da Palmeira Situada ao lado da Igreja Matriz no cimo dum promontório onde se acede por um escadório, a 200 passos dessa igreja segundo Camilo Castelo Branco no inicio do seu livro “Duas Horas de Leitura”, a Capela de Santana (que já foi de Sant' Ana e antes, de Santa Anna) foi edificada no século XVIII por devoção de não se sabe quem e foi desamparada ao longo do tempo às injúrias do clima estando referenciada num documento de 1623. no cimo , Em 1716, a mesma ameaçava ruína face à inércia dos homens e à afronta do tempo agravada pela forte exposição aos ventos e às chuvas. Foi reconstruída entre 1762 e 1768 no tempo do Marquês de Pombal, a pedido e a expensas do Reverendo Padre José dos Santos, Presbítero do Hábito de S. Pedro e fervoroso devoto de Sant' Ana, a Santa Avó de Jesus: assistente na então freguesia de São Miguel da Palmeira, pediu ao Bispo do Porto, D. Frei António de Távora (um dos 12 filhos de Antonio Luis de Tavora, o 2.º marquês de Tavora, e de Leonor Teresa Rosa de Sousa, nasceu em Cacilhas, Almada, Setúbal, Portugal a 06/09/1690 e faleceu no Porto a 04/06/1766 como Bispo do Porto), licença para demolir a dita capela até aos alicerces e reedificá-la tendo até já ajustado tal trabalho com o mestre pedreiro Domingos Costa da freguesia de Vilar do Pinheiro; todas as autorizações foram dadas, pois a capela encontrava-se nos caminhos que conduziam à Igreja Matriz, vindos da Amorosa e de Camposinhos, e estava realmente em péssimo estado; 6 anos depois, em 1768, a reedificação encontrava-se concluída tendo sido requerida licença para ser visitada e benzida e proceder-se à trasladação da imagem da Santa que, entretanto, tinha sido mudada para a Igreja Matriz; benzida a capela, foi a trasladação da imagem feita em procissão solene com o Santíssimo Sacramento da Igreja Matriz para a Capela percorrendo ruas de Leça da Palmeira e, por instâncias da Confraria do Senhor dos Passos, também ruas do então lugar de Matosinhos; constituindo um enorme sucesso religioso, registou-se um grande contentamento em toda a freguesia, agitando-se os entusiasmos e as boas vontades tão características dos leceiros. Com a capela já reedificada em meados de 1768, procedeu-se então à construção da escadaria para a perfeição e utilidade da subida e comodidade da Via-Sacra, havendo para tal a necessidade de deslocar as 6 cruzes para junto dela. O altar-mor possui um retábulo em talha dourada com uma imagem de Santa Ana ao centro. Quando Leça da Palmeira e arredores foram atingidos por uma gravíssima crise de cólera, de julho a setembro de 1855, este templo foi utilizado como hospital de emergência para prestar assistência aos doentes. Ainda hoje, existe na capela uma 'cadeira de partos' ali usada durante vários anos. Nos anos 70 do séc. XX, foi beneficiada com obras suportadas pela família dos Carvalhos (detentores da extinta FACAR). De 1990 a 1992, realizaram-se as últimas obras de restauro. No calendário litúrgico, 26 de julho é o dia de Sant’Ana, motivo pelo qual se festeja atualmente esse dia em Leça da Palmeira no último domingo do referido mês: os festejos centram-se na Capela de Santana