Skip to content

A lenda da Sereia Leopoldina Traditional Geocache

Hidden : 4/20/2018
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   other (other)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:


 

A lenda da Sereia Leopoldina

Em tempos já muitos distantes, vivia num moinho de água junto à beira-mar uma senhora, cujo nome, de origens germânicas e com um significado peculiar “defensora do povo", era Leopoldina.

Era uma senhora muito atarefada com os afazeres do moinho, que sentia necessidade de ter alguma segurança material. Apesar de ser uma trabalhadora dedicada e incansável, o seu esforço nem sempre era justamente apreciado, precisava, sempre, de se esforçar mais do que os restantes para conseguir o merecido reconhecimento.

Leopoldina era uma pessoa muito ligada a este local à beira-mar, ao mundo do trabalho, às tarefas do dia-a-dia e que tinha os pés bem assentes na terra.

Todos os dias metia o moinho a trabalhar para moer cereais como o trigo e o milho, este era movido pela força da água conduzida por canais artificiais (aquedutos e levadas), que por meio de pequenas comportas era desviada para entrar em queda livre no moinho, fazendo, deste modo, girar as enormes pás. Esta energia cinética movia as enormes mós (pedras circulares) que moíam os pequenos grãos através do atrito criado entre elas. Assim, o cereal era transformado em farinha, que depois era utilizada para fazer o pão (era naqueles tempos o alimento base das gentes, sobretudo das mais humildes, sem moinho não havia farinha e sem farinha não havia pão. Para os mais pobres, até ao século XIX, sobretudo o de trigo, depois o de milho). Ainda hoje em dia, o pão continua a ser um alimento muito apreciado e presente na mesa da grande maioria dos lares.

Aqueduto

Levada

 

Interior do moinho de água

Pá para mover as grandes pedras circulares

 

Como não dispunha de muito tempo para os outros prazeres da vida, Leopoldina decide embrenhar-se mais na razão do que na paixão. De pele branca, como a farinha que moía todos os dias, não tinha tempo para se arranjar e não ostentava qualquer tipo de beleza divina. A sua vida era dedicada ao trabalho e durante as horas de labuta cantarolava tal e qual uma ave do paraíso. Ao longo do dia, sempre que podia, olhava por breves instantes com fascínio o mar através da janela do moinho.

A sua única paixão era a moagem do trigo e do milho, Leopoldina nunca experimentara outro tipo de paixão, contudo, certo dia, depois de contemplar por várias vezes o mar viu surgiu deste, uma luz brilhante que a ofuscou. Quando recuperou a visão, ainda com os olhos semicerrados, deparou-se com um ser metade homem, metade peixe que trazia um tridente na mão.

Este ser, portador de uma sabedoria diferente oriunda de um mundo subaquático, viu na Leopoldina uma certa tristeza e deixou-se conduzir pelo seu cântico sedutor. Ele transformou-a num ser da sua espécie e assim nasce a bela e deslumbrante “Sereia Leopoldina”, que opta por se entregar a esta nova paixão e vai viver com ele para o seu reino subaquático.

O moinho de água, fica então, ao abandono sem ninguém para o gerir e começa a decair com o passar dos anos, sem água a correr nas levadas, uma vez que estas passam a ser desviadas para outros fins, deixa-se de moer os cerais para fazer a farinha. Ainda hoje em dia é possível observar as ruínas deste moinho de água num calhau de seixos à beira-mar, do qual se avista o ilhéu de Vila Franca do Campo e o mar nos ofusca, de vez enquanto, com o seu brilhar cintilante ao som de um cântico sedutor.

 

Esta cache foi construída no âmbito do 1º Curso para Professores “Geocaching – uma Ferramenta Educativa”, realizada na Escola Secundária de Lagoa em Abril/Maio de 2018.

 

 

 

 

Additional Hints (No hints available.)