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Os Clamores de Santo Isidoro Multi-cache

Hidden : 3/26/2018
Difficulty:
2.5 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   other (other)

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Geocache Description:


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A Confraria de Santo Isidoro e seus Clamores

"Desde recuados tempos, um pouco por todo o nosso território com especial incidência nos meios rurais nortenhos, em situações de calamidade natural – estiagem, cheias ou pragas – o povo recorria a uma expressão religiosa que veio a transformar-se na forma de súplica e penitência denominada clamor, chamor ou cramor para obter de Deus Todo Poderoso a desejada mudança nas condições atmosféricas ou o fim da devastação das colheitas. O clamor, chamor ou cramor é uma oração colectiva, dita em voz bem alta e repetida insistentemente enquanto se percorre um determinado trajecto – de um ponto previamente escolhido até uma elevação de terreno onde exista um mosteiro, igreja, capela ou simples cruz. A maioria das vezes, o clamor terminava com missa e sermão.

  Este tipo de manifestações piedosas ia ao encontro de crenças profundas de reminiscência pagã.

No espírito do povo permanecia o temor ancestral das forças da Natureza e a fé em que só uma divindade superior as conseguiria aplacar. As gentes cristianizadas acreditavam – acreditam – que recorrendo ao Senhor Omnipotente, Ele, mestre das leis universais, as poderia mudar e satisfazer assim, quanto se Lhe pedia! Erguiam-se, pois, os brados de socorro e, pausadamente, seguia-se o ritual da caminhada, gesto este que equivale ao antigo mito da libertação na sua forma histórica – a marcha dos hebreus através do deserto, o caminho de Cristo da Cruz à Ressurreição, o percurso dos homens pelas agruras da vida até ao Além.

Deste modo, o clamor respondia, na acepção e na forma, à ânsia dos populares que em grande número acorriam a estes devotos actos e que, ao longo dos séculos, continuaram a adoptar tal modo de súplica, confiando na sua eficácia. No nosso país temos notícia de clamores que vão de Quinhentos e Seiscentos a finais do século XIX.

 Um bom exemplo de permanência no tempo e de grande concurso de fiéis são os clamores de Santo Isidoro que saíram – dizemos saíram, porque, efectivamente, partiam de algumas freguesias para se dirigirem a um ponto convencionado onde se iniciava a oração que se diz clamor – em várias aldeias dos termos de Viana do Castelo e Caminha desde o século XVI até 1969

. Mas, recordemos, a tradição coloca a seca que lhes terá dado origem em Trezentos ou Quatrocentos. Será legítimo recuar tanto? A verdade é que uma estiagem de tal envergadura – o rio Âncora seco e os lavradores a levar o gado a beber a Caminha – não se encontra registada nas normais fontes para este período que convencionamos balizar entre 1330-1450 por se tratar, como referimos, de um ciclo de grande recessão. Porém, se as fontes documentais conhecidas não registam tal calamidade nesse arco de tempo, nos anos que se seguem, 1521 destaca-se, segundo Garcia de Resende, como esterilidade pavorosa sem chuva e colheitas totalmente perdidas. Catorze freguesias dos termos de Viana do Castelo e Caminha – Afife, Âncora, Gontinhães, Vile, Riba de Âncora, Soutelo, Gondar, Orbacém, Argela,Seixas, Azevedo, Vilarelho, Cristelo, Moledo – decidiram unir-se e sair com um clamor, suplicando o fim de tão dura prova. Assim terão tido início os clamores de Santo Isidoro.

Note‑se que os Estatutos – os originais – datam de 4 de Agosto de 1600 mas parecem remeter para documentos que lhes seriam anteriores: Por muitos anos se governou esta Confraria pelos primeiros estatutos, ou por outros, que de crer lhe irião fazendo os sucessores, de cujos progressos não constam; ate que no ano de 1600 a 4 de Agosto os Irmãos desta Confraria juntos com seus Párocos, fizeram outro Estatuto

Escolheram uma sede, uma capela no litoral, entre as freguesias de Gontinhães e Moledo, provavelmente dedicada a Santo Isidoro, motivo pelo qual a confraria se intitula ao dito santo e os clamores virão a ser conhecidos como de Santo Isidoro.

 A solenidade em honra de Santo Isidoro compunha-se de missa cantada e sermão na respectiva capela .

Às cerimónias acorriam devotos vindos mesmo da fronteira Galiza e muito povo das redondezas. Todos costumavam trazer ao santo como oferta uma telha de sal, mercadoria de grande valor para as gentes do campo dado que o usavam para diversos fins desde o tempero à conservação dos alimentos."


“(A memória dos mais seniores de Moledo faz-nos reviver o percurso e as tradições. Conta-se que, como o já nos finais do século XIX, para reforçar o clamor pedindo a intercessão de Santo Isidoro, as pessoas que incorporavam a procissão levavam uma telha à cabeça. Telha essa que serviria para “telhar” ou reparar a cobertura da Capela, muitas vezes destruída pelo mau tempo (Maria Pequena, 88 anos)

Tem um orificio ao lado da porta principal que segundo relata o (Sr Luis Carvalho ) peregrinos \ romeiros e devotos , faziam os seus pedidos a santo Ovidio que tambem se encontra nesta capela,assim sendo encostavam o ouvido no dito orificio e pediam as graças pretendidas)”.

 

"Em alguns clamores oferecia-se aos participantes uma refeição. Em documentos do século XVIII  tem alusões a merendas e jantares dados aos sacerdotes e irmãos que acompanhavam os clamores.

 Por exemplo, em dia de Santiago Maior, o clamor organizava-se em redor da capela de Santo Isidoro e nele tomavam parte os irmãos da Misericórdia de Caminha; no final, por antigo costume, o Escrivão da dita Misericórdia preparava um abundante repasto a seus acompanhantes e pessoas por ele convidadas.

10º clamor, à capela de S. Bento em Seixas, o Arcipreste da Confraria oferecia um jantar de excelentes peixes e outros regalos aos sacerdotes que nele tomavam parte.

Merece a pena determo-nos em alguns destes clamores que se salientavam ou pelas distâncias que cobriam, ou pelo aparato de que se rodeavam, ou ainda pelo cariz particular de que se revestiam.

 O 5º clamor, por exemplo, percorria uma larga distância. Saia do cruzeiro junto à capela de Santo Isidoro e, por caminhos abruptos, dirigia-se ao antiquíssimo mosteiro de S. João de Arga, cobrindo um total aproximado de quinze quilómetros.

 O 6º, 7º e 8º clamores ditos das Ladaínhas de Maio ou Rogações faziam-se nos três dias que precedem a Ascensão do Senhor e eram especialmente dedicados à eleição do corpo dirigente da Confraria segundo o uso e costume .

 Todos os dias havia um pequeno percurso penitencial e missa na capela, sendo a última acompanhada de Ofício de Defuntos pelos irmãos passados a outra vida: Na segunda feira primeiro dia das Ladainhas antes da Ascensão do Senhor (dia tambem da Eleição) se fará a quinta Procissão… Na Terça feira seguinte se fará hum Officio de Defuntos, pellos Irmãos desta Confraria…

O 10º clamor – de Caminha para S. Bento de Seixas – cujo itinerário inclui uma travessia fluvial e um certo aparato no desenrolar da procissão obriga a uma nota em particular. A 7 de Julho, dia de S. Marçal, ao princípio da tarde, os irmãos reuniam-se no Convento das Clarissas em Caminha. Aguardavam ali a chegada do pároco e do Senado da Câmara da vila e organizava-se então o préstito com suas cruzes alçadas. Seguiam pelo centro da povoação até a Igreja Matriz onde se fazia exposição, adoração e benção do Santíssimo Sacramento.

O Tesoureiro da Confraria entregava uma dádiva de obrigação para cera e voltava a formar-se a procissão em que se incorporava muito povo.

 Dirigiam‑se ao cais na confluência dos rios Coura e Minho. Se a maré o permitisse, tomavam barcos alugados e pagos pela Irmandade e atravessavam da margem esquerda do Coura – de Caminha – para a margem direita do mesmo rio – lado de Seixas. Caso fossem obrigados a ir por terra, a Irmandade pagava igualmente os carros necessários para o transporte dos participantes no clamor. Terminada a passagem, reorganizava-se o cortejo religioso que continuava para a capela de S. Bento de Seixas onde havia missa votiva ao santo. Esta é a descrição que se encontra nos Estatutos e que corresponderá aos usos primitivos prolongados pelo século XVII fora. Os relatos setecentistas falam de uma cerimónia no dito cais em que se saudava Santa Tecla na Galiza e desembarque na ermida da Senhora da Ajuda, sempre na margem direita do Coura, donde então o préstito seguia para S. Bento de Seixas."

 

 CAPELA DE SANTO ISIDORO

"Contemporânea de Santa Tecla – Galiza – Espanha, a capela de Santo Isidoro foi construída a sul da freguesia de Moledo, junto ao mar, sobre os rochedos da praia, provavelmente em 1652 (data inscrita), ou 1600, ou 1629, de acordo com o que consta de privilégios e indulgências atribuídos à Irmandade por SS Clemente VIII e Urbano VIII, respectivamente. Toda ela construída em pedra, protegida por um alpendre exterior. No altar único encontra-se a imagem do santo. O púlpito exterior permitia as pregações à multidão. 
A grande devoção a Santo Isidoro, também denominado “Sant'Isidores”, na terminologia popular, pelo povo da aldeia (e aldeias vizinhas da lindíssima veiga que se estende entre a foz do Rio Minho e a do Rio Lima) foi sustentada por uma confraria cuja fundação se esvai na memória dos tempos, provavelmente no século XVII (os estatutos datam de 1600) e deixou de estar organizada no ano 1975."

 

Cruzeiro de Santo Isidoro 
"Uma cruz simples em pedra granítica, assente numa peanha da mesma laje e envolta por um muro que servia de banco de descanso aos fiéis."

O container Contém o habitual logbook. 
Façam os possiveis por ser discretos, e nao estragar nada,  assim como recolocar a cache tal como  a encontraram de forma a manter a sua longevidade.

Peço encarecidamente  o maximo de discrição na sua procura.

 

 não publiquem fotos do container pfv

 Obrigado pela vossa visita. Divirtam-se... ;) 

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