Skip to content

Collision course EarthCache

Hidden : 6/12/2018
Difficulty:
3 out of 5
Terrain:
4 out of 5

Size: Size:   other (other)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:


                          

A Earth cache:

A Earth cache é num local de difícil acesso e já na base da falésia da serra do Risco acessível por longa e ingreme descida pela cascalheira. Contudo toda a envolvência deste local é de grande beleza e é uma zona ainda bastante preservada. Já na base da falésia poderás observar com grande espetacularidade a verticalização destes sedimentos apontando ao céu e que se encontram perfeitamente intercalados por bandas de calcário e arenito que dão bem testemunho do caos dinâmico provocado pela colisão das placas Euroasiática e Africana, constituindo, a Serra da Arrábida, um dos melhores exemplos geológicos em Portugal da inversão tectónica Miocénica da Bacia Lusitania.

Para logares a Earth cache deverás estar munido de bússula e clinómetro (ambas aplicações grátis disponíveis na App store), e uma vez no local procura dar resposta às questões. Não esqueças que de acordo com a alteração das guidelines (jun. 2019), além das respostas, o teu log só será válido com o envio de uma foto comprovando a tua presença no local que pode ser do teu gps, nick escrito num pedaço de papel ou algo similar: /p>

  1.     Utilizando a bussula indica a orientação dos sedimentos?
  2.     Utiliza agora o clinómetro e indica qual o mergulho dos sedimentos, isto é, qual o ângulo que registas entre a horizontal e a inclinação da rocha?
  3.     Existe um ciclo das rochas ou ciclo petrológico, tal como existe um ciclo tectónico. Verdadeiro ou falso?

Origem da orogenia em rochas sedimentares:

Se concebermos a explicação mais básica para a ocorrência de orogenia (formação de montanhas) de rochas sedimentares, teremos primeiro que ter presente que as rochas sedimentares assumem, naturalmente, a posição horizontal decorrente do transporte para depressões no terreno e a sua acomodação em camadas (princípio da horizontalidade dos sedimentos).

No entanto, e situando-nos apenas na orla costeira ocidental Portuguesa, verificamos vários exemplos de rocha sedimentar que trai por completo o princípio da horizontalidade dos estratos, como por exemplo no caso muito particular da serra de Sintra e da serra da Arrábida.

Excluindo a verticalização dos sedimentos por via de intrusão ígnea, como no caso bastante conhecido e documentado da serra de Sintra que forçou a elevação da rocha encaixante e cuja explicação nos surge, assim, plausível e no imediato, na serra da Arrábida essa explicação já não se aplica e, no entanto, existem ali outros tantos relevos sedimentares vincadamente verticalizados e que contrariam o principio da horizontalidade estratigráfica.

Assim, colocam-se duas questões:

  •     Como é que sedimentos que se apresentam elevados foram erguidos sem que tenha ocorrido um fenómeno de intrusão ignea? Como é possível que na nossa linha de costa existam serranias compostas por sedimentos que apresentam amplas dobras, traduzidas em anticlinais e sinclinais pronunciados como no caso, muito evidente, da serra da Arrábida?

Complementar à primeira questão, surge uma outra, a saber:

 

  •   Sendo que a Serra da Arrábida se situa precisamente no limite da placa Euroasiática e Africana, sendo que o movimento original foi de separação de placas, isto é distensivo ou em regime de rifting ou ainda divergente, como pode ter ali ocorrido orogenia apenas possível por movimentos de compressão ígnea ou de convergência tectónica?

Téctonica de placas e a deriva dos continentes:

Dobras ou fraturas que formam anticlinais e sinclinais são sempre fruto de forças compressivas, ou seja, em que dois blocos se deslocam na mesma direção, isto é, que apresentam uma trajetória de colisão que resulta num empolamento dos sedimentos e sua consequente verticalização e em que a camada mais densa - a placa oceânica, sofre subdução, ou seja mergulha sob a placa menos densa - a placa continental que sofre um soerguimento no decurso desse processo. Desta forma, excluindo os fenómenos de intrusão ígnea, surge a explicação natural sobre a verticalização de rocha sedimentar, que, lembramos, obedece na sua génese ao princípio sempre presente da horizontalidade.

No entanto, tomando como referência uma vez mais a tectónica de placas, a teoria geológica (amplamente apoiada por dados empíricos suportados, inclusive,  por outras ciências naturais como a Paleontologia e até a Biologia), informa-nos que a formação dos vários continentes teve lugar a partir de uma única massa de terra – o  super continente Pangea que, a determinada altura do tempo geológico (aprox. 200Ma atrás) , sofreu um processo de rompimento crustal e desintegração do seu  todo em blocos que se separaram. Neste percurso, registou-se um estiramento da crosta e a ocorrência da formação de nova litosfera num processo que geologicamente toma a designação de RIFTING.

Numa primeira fase, o super-continente Pandea separou-se em duas placas: A Laurásia a norte que congregava América do Norte, Europa e Asia, e Gondwana a Sul que congregava América do Sul, Africa, Antártida, India e Austrália

Posteriormente o continente sul e norte americano empreendeu um movimento para oeste, enquanto que as regiões da atual Africa, Europa, e Ásia avançaram para Leste. Já a India e a Austrália tomaram a direção nordeste tendo a sequência do movimento distensivo (rifting) terminado há cerca de 105 a 130 Ma atrás.

                          

Reversão Tectónica (o ciclo tectónico):

Mas, tendo por base a explicação acima ficamos sem resposta plausível para justificar os afloramentos dos calcários verticalizados da Arrábida. Ou seja, terminado o processo de rifting e se nada mais acontecesse, naquele local estaríamos perante uma bacia sedimentar com margens passivas e deposição sedimentar, isto é, sem ocorrências orogénicas dignas de nota e que nunca apresentariam inclinações tão acentuadas dos sedimentos.

Acontece que a teoria de deriva dos continentes e tectónica de placas apresenta também um ciclo (tal como o ciclo das rochas) que determina que, após um período de distenção tectónica (rifting) segue-se um período de compressão tectónica. As causas para este fenómeno estão devidamente explicadas, nomeadamente por meio de alterações do polo magnético da terra que provoca uma reorientação do magma que, como sabemos, é bastante rico em minerais facilmente magnetizáveis como o ferro e o magnésio:

Fruto dos avanços tecnológicos e  equipamento avançado como por exemplo o  Magnetómetro é hoje possível  medir a intensidade, direção e sentido de campos magnéticos.

Por meio da análise desses dados paleomagnéticos, sabe-se hoje que o campo magnético terrestre inverteu a sua orientação dezenas de milhares de vezes desde a formação do planeta. Com a cada vez mais precisa Global Polarity Timescale - GPTS (escala temporal global de polaridade) tornou-se aparente que a taxa à qual ocorrem as inversões ao longo do tempo variou consideravelmente no passado. Durante alguns períodos do tempo geológico (por exemplo o Longo Normal Cretácico), o campo magnético terrestre manteve uma só orientação durante dezenas de milhões de anos. Outras inversões parecem ter ocorrido muito rapidamente.

As inversões podem surgir por eventos internos ou movimentos externos:

Eventos internos:

Muitos cientistas creem que as inversões são uma característica inerente à teoria do dínamo sobre como é gerado o campo geomagnético. Em simulações por computador, observa-se que as linhas do campo magnético podem por vezes ficar entrançadas e desorganizadas devido aos movimentos caóticos do metal líquido no núcleo da Terra.

Eventos externos:

Outros, como Richard A. Muller, creem que as inversões geomagnéticas não são processos espontâneos mas antes desencadeadas por eventos externos que interrompem diretamente o fluxo no núcleo da Terra. Tais processos podem incluir a chegada de lajes continentais arrastadas para baixo em direção ao manto por ação da tectônica de placas nas zonas de subducção, a iniciação de novas plumas mantélicas a partir da fronteira núcleo-manto, e possivelmente forças de corte núcleo-manto resultantes de eventos de impacto muito grandes. Os apoiantes desta teoria defendem que qualquer um destes eventos poderia levar à interrupção do dínamo em grande escala, desligando efetivamente o campo geomagnético. Dado que o campo magnético é estável tanto na orientação Norte-Sul atual como numa orientação inversa, propõe-se que quando o campo recupera de uma tal interrupção, ele "escolhe" espontaneamente um ou outro estado, de forma que uma recuperação é vista como uma inversão em cerca de metade de todos os casos.

A regressão tectónica e a cadeia montanhosa da arrábida:

É precisamente um fenómeno de regressão tectónica que está na origem da cadeia montanhosa da arrábida.

Após o fenómeno de rifting no final do Triássico, em que o continente Pangea se desagregou em diversas placas independentes a placa Euroasiática e Africana empreenderam um movimento convergente, ou seja, de inversão tectónica passando o movimento inter-placas de divergente (afastamento) a convergente (aproximação) ou de compressão. Dessa colisão resultou o encurtamento orogénico no segmento sudoeste ibérico.

                          

A cadeia da Arrábida e as zonas costeiras são resultado dessa inversão tectónica registada no miocénico. Estende-se ao longo de cerca de 35km, de Setúbal até 5km para Oeste do cabo Espichel, onde se encontra submersa (D. Mougenot, 1989) e dela fazem parte as serras da Arrábida e de S. Luís. Trata-se de uma anticlinal assimétrico com vergência para sul e o essencial desta cadeia formou-se em duas fases de compressão (a primeira entre 21.6-16.6 milhões de anos e a segunda entre 8-6.5 milhões de anos, de acordo com M.C. Kullberg; J.C. Kullberg; P. Terrinha, 2000). O enrugamento das rochas, e muitas vezes a sua fratura, ocasionou um levantamento regional, o qual foi superior nas áreas central e oriental da cadeia.

As formações que hoje afloram à superfície têm todas menos de 20 milhões de anos (Ma). O essencial do substrato geológico desta área pertence assim, na sua totalidade, ao período neogénico (entre 24 e 0 Ma), distribuindo-se, dentro deste, pelas épocas miocénica (24-5 Ma), pliocénica (5-2 Ma), plistocénica (2-0,01 Ma) e holocénica (0,01-0 Ma).

/p> Official EarthCache

Additional Hints (No hints available.)