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Vale Glaciar de Alvoco EarthCache

Hidden : 8/25/2017
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   other (other)

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Geocache Description:

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Geologia na Serra da Estrela

A Serra da Estrela apresenta um património natural e cultural bastante rico e peculiar que justificou a classificação de uma vasta área do maciço como Parque Natural em 1976, a atribuição do estatuto de Reserva Biogenética em 1992 e a inclusão da maioria das áreas desta Serra na Rede Natura 2000.

A topografia geral desta montanha, que denuncia uma origem tectónica, os testemunhos geomorfológicos da glaciação würmiana, que contrastam claramente com os traços da morfologia granítica das áreas não glaciadas, a diversidade de rochas aí aflorantes, a biodiversidade e as marcas da influência humana na evolução das paisagens conferem à Serra da Estrela um valor inestimável.

As rochas metamórficas, representadas pelo Complexo Xisto-Grauváquico (CXG) ante-ordovícico e por um complexo gnáissico-migmatítico, distribuem-se nos sectores sul, sudoeste e nordeste do maciço. O complexo gnáissico-migmatítico, que se estende de Videmonte até Linhares e Folgosinho, apresenta uma foliação bem marcada, conferida pela orientação das micas e pela alternância de bandas escuras e de bandas claras.

Os granitos que encontramos neste maciço apresentam composição mineralógica e textura variadas, sendo os granitos porfiróides de grão grosseiro a médio, predominantemente biotíticos, os mais abundantes.

Disseminados pela área da montanha ocorrem numerosos filões de quartzo, que apresentam frequentemente mineralizações de estanho e de volfrâmio, outrora exploradas para fins económicos. Há também, em menor quantidade, filões de rochas ígneas básicas e de aplitos e pegmatitos.

Dispersos na região encontram-se vários depósitos de rochas sedimentares recentes (do Cenozóico). Estes depósitos encontram-se bastante localizados e são de origem fluvial, fuvioglaciar e glaciar.

Morfologia da Serra da Estrela

A Serra da Estrela constitui a extremidade oriental do segmento português da Cordilheira Central Ibérica. O maciço da Estrela é constituído por planaltos alongados, bastante bem conservados, que se elevam de NE para SW, atingindo 1993 m no planalto da Torre.

A topografia geral da Serra da Estrela resultou da acção de movimentos tectónicos, ocorridos essencialmente no Cenozóico, mais concretamente no Miocénico Superior e Pliocénico. Em simultâneo ao soerguimento do bloco montanhosos que constitui a Serra da Estrela (bem como de outras montanhas, como por exemplo a Serra do Caramulo), verificou-se o abatimento de outros blocos, como por exemplo o que constitui actualmente a denominada plataforma do Mondego.

O levantamento da montanha foi acompanhado por intensa erosão fluvial, responsável pelo seu esventramento, bem evidente em vales de variadas dimensões, mais ou menos encaixados, orientados ou não por linhas de fracturas. A morfologia da região foi ainda fortemente influenciada pela acção dos glaciares, que cobriram a parte mais alta da serra no Plistocénico Superior, há cerca de 18.000 a 20.000 anos. Alguns dos testemunhos de erosão e deposição glaciárias existentes nesta serra são únicos em Portugal. Já no que se refere à morfologia à escala espacial de algumas dezenas ou centenas de metros, as formas do terreno que aí encontramos podem ter origens bem diversas. Umas dependem da acção dos glaciares, outras da natureza das rochas, nomeadamente graníticas.

As Glaciações

Considerando unicamente os vestígios geológicos os cientistas deduziram que existiram pelo menos 4 glaciações no passado e não apenas a última. No entanto, como os glaciares tendem a apagar os vestígios dos acontecimentos anteriores é necessário recorrer a outros tipos de evidências, em geral as deixadas nos oceanos.

Uma das formas indirectas de estimar a dimensão dos gelos é determinando a proporção entre os isótopos 18 e 16 do Oxigénio nos sedimentos marinhos. Estes sedimentos contêm CaCO3 resultante das conchas do plâncton que, por sua vez, reflectem a proporção dos referidos isótopos existente na água do mar no período em que viveram. Como o isótopo 16 é mais leve, é este que mais facilmente evapora e vai constituir as nuvens. É também este que chega em maior proporção às calotes polares e se vai acumular no gelo. Nos períodos de clima mais frio o oceano fica enriquecido no isótopo 18, sendo também este que se deposita em maior proporção nos sedimentos marinhos

Morfologia Glaciar

Os vestígios claros, bem conservados, da dinâmica glaciar e periglaciar do Plistocénico Superior, existentes maioritariamente no planalto superior da serra e vales periféricos, permitem hoje fixar com grande rigor a extensão dos glaciares, quase em toda a área afectada.

As formas de erosão glaciária actualmente observáveis neste maciço só são evidentes em altitudes superiores a 1300 metros. As formas de maiores dimensões, que não ultrapassam a dezena de quilómetros, são as que conferem um maior interesse paisagístico à Serra da Estrela e incluem: (i) os circos glaciários (ou covões), dos quais se destacam, pelas suas maiores dimensões, o Covão Cimeiro e o Covão do Ferro que constituem, respectivamente, as cabeceiras dos vales do Zêzere e do Alforfa; (ii) os vales glaciários, de perfil transversal em U, (p. ex. o curso superior do vale do Zêzere), muitas vezes marcados por uma irregularidade dos seus perfis longitudinal e transversal, devido a uma sucessão de ombilics (covões) e verrous (ferrolhos) dispostos em degraus, em particular nos troços mais a montante, como se verifica nos altos vales de Loriga e do Zêzere; (iii) vales suspensos, sendo o vale da Candeeira, na margem esquerda do Zêzere, um dos melhores exemplares; (iv) numerosas lagoas, que podem ocupar circos glaciários e/ou apresentar-se dispostas sucessivamente ao longo de uma mesma linha de água, sendo por isso designadas por “lagoas em rosário”, constituindo um bom exemplo a sucessão de lagoas no vale de Loriga. Entre as formas de erosão glaciária de dimensões intermédias, variáveis entre poucos metros a algumas centenas de metros, podemos encontrar na área que foi glaciada exemplos de rochas aborregadas e de ferrolhos e, mais raramente, de dorsos de baleia. As formas mais pequenas apresentam-se como marcas de fricção, estrias e caneluras, frequentes nas superfícies polidas observáveis, por exemplo, nas zonas de Salgadeiras ou Lagoa Comprida. A orientação das estrias e caneluras permite inferir a direcção do movimento dos glaciares. Por vezes, nas superfícies rochosas podem observar-se cristais centimétricos de feldspato, veios ou filões de quartzo salientes que conservam as suas superfícies polidas por acção glaciar.

As formas de acumulação glaciária mais fáceis de identificar na Serra da Estrela, geralmente bem conservadas, são as moreias, em particular as moreias laterais. Os blocos erráticos de dimensões variáveis, dispersos sobre superfícies rochosas de natureza litológica diferente, são igualmente formas de acumulação glaciária vulgares.

Como exemplo da acção periglaciária (em zona não glaciada) destaca-se, pelo carácter espectacular que confere à paisagem, a vertente de blocos angulosos a sub-angulosos que cobre o flanco ocidental do maciço granítico da Pedrice, que corresponde à vertente esquerda do vale do Alforfa.

Particularmente interessante é o contraste morfológico entre áreas graníticas que estiveram glaciadas e áreas graníticas que não sofreram a acção glaciar. Entre as formas de relevo residual que se encontram nas áreas graníticas que não estiveram glaciadas destacam-se as formas de escala média que lembram castelos em ruínas ou apenas caos de blocos. São também frequentes os blocos graníticos pedunculados, zoomórficos, antropomórficos ou com forma de objectos. Entre as formas de pormenor, de dimensão métrica ou decimétrica, destacam-se as vulgares pias, os tafoni e as caneluras. A pseudoestratificação é outra forma curiosa, bem desenvolvida nos afloramentos de granitos de grão médio a fino, do Alto Planalto da Torre.


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CACHE

Para registar esta cache, tem de responder às seguintes questões:

1 - Qual é o tipo de rocha que pode ser observado no GZ, e que foi utilizado para a construção desta estrutura de passagem?

2 - Dos tipos de formas de erosão glaciária, quais os de maior dimensão?

3 - Qual dos vales glaciares pode ser observado a partir do GZ?

4- Qual a largura delimitada do curso de água que podes observar?

5- Qual a forma típica das rochas ao longo do curso de água? Na tua opinião, qual o motivo para esta forma ser predominante neste local?

Após visitarem o local, sintam-se livres para registar esta cache. Posteriormente, deverão enviar-me as respostas através de mensagem no chat do geocaching. Caso exista alguma dúvida em relação ás respostas dadas será contactado para que as mesmas possam ser esclarecidas. Adicionalmente, gostaria de vos pedir que associassem ao vosso log, fotos da vossa visita a esta earthcache, no entanto segundo as guidelines as mesmas são opcionais.

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