Conservam-se na Freguesia de S.Salvador da Aramenha testemunhos de dezanove fornos de cal. Deste importante conjunto, nove fornos agrupam-se a mil metros a SE da povoação da Escusa. Muito próximo uns dos outros, casos há em que o capelo de um se une ao de outro, estes nove fornos e respetiva frente de corte (caleiras) marcam indelevelmente a paisagem da Serra de S.Mamede, como testemunhos de uma atividade milenar, só interrompida há pouco mais de vinte anos.
Não se pode com segurança datar o início da extração e transformação dos calcários no concelho de Marvão, contudo, a grande proximidade das ruínas da Cidade Romana de Ammaia (menos de dois mil metros) poderá, de alguma forma, justificar o início da exploração de cal nesta região. A presença, várias vezes confirmada, de materiais de construção romanos nas imediações dos fornos da Escusa, embora não sejam, por si só, suficientemente justificativos para fazer remontar a esses tempos a sua origem, poderão, de alguma forma, dar consistência à hipótese anteriormente formulada.
Vários documentos, sobretudo setecentistas, referem com insistência que no interior das grutas que se abrem nos calcários desta freguesia foram encontrados diversos materiais romanos. Junto à célebre Cova da Moura, também nesta freguesia e no mesmo contexto geológico, por variados autores conotada como consequência da mineração romana, encontram-se restos de um forno de cal, idêntico aos que ainda em relativo bom estado se conservam nas imediações da Escusa.
Esta cache pretende dar a conhecer os 19 fornos de cal existentes e o seu processo de funcionamento.
Este tipo de indústria caiu em desuso a partir da decada de sessenta do século passado, pelo que só algumas pessoas mais antigas é que se lembram da forma como todo o processo se desenrolava.
A matéria-prima utilizada neste processo era a pedra que se explorava nas caleiras junto aos fornos.
Nas próximidades dos fornos é possivel ver os locais onde se explorava a pedra e também restos de cal espalhada no chão.
A pedra era colocada no interior do forno de forma a que ficasse no fundo um espaço vazio que funcionava como fornalha onde era aceso o fogo alimentado a lenha que aquecia a pedra transformado-a em cal.
Para iniciar a extração da cal do interior do forno era necessário esperar mais de uma semana para que a temperatura baixasse o suficiente para permitir a entrada.
A cal era retirada consoante a necessidade e no caso de existir ameaça de chuva era montada uma cobertura no forno para evitar a entrada de água.
Mais informações em http://www.cm-marvao.pt/pt/historia-e-patrimonio/monumentos/13-turismo/81-fornos-de-cal.
Cache
Não é necessário remover qualquer pedra, devemos conservar o nosso património.