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Jeremias e o Grande Mistério da Portela Mystery Cache

Hidden : 4/11/2017
Difficulty:
4 out of 5
Terrain:
2 out of 5

Size: Size:   micro (micro)

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Geocache Description:

O Jeremias nasceu em Lisboa, na Maternidade Alfredo da Costa (onde todos os Alfacinhas normalmente nascem).

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Ele cresceu e passou toda a sua infância a brincar nas ruas do seu bairro, jogando à Bola, ao Peão, ao Berlinde, à Malha, ao Arco, às Escondidas, à Apanhada e a muitos outros Jogos Tradicionais que eram normais naquela época.

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Grandes futeboladas se faziam naquela praceta do seu bairro. Os jogos tinham regras bem definidas. Mudava-se de campo aos 5 e o jogo acabava aos 10, ou seja quando uma das equipas conseguia marcar 10 golos ao guarda redes da equipa adversária (que era sempre escolhido por ser o elemento com menos jeito para jogar à bola).

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Esta regra só era alterada em dois casos:

1 - Quando a equipa do dono da bola estava a levar uma cabazada, normalmente o dono da bola fazia uma birra e resolvia ir para casa antes do fim do jogo.
2 - A outra forma de antecipar o fim do jogo era quando algum vizinho menos dado a estas coisas do futebol de alta competição, e que não gostava muito que o seu belo carro de vez em quando levasse com uma bola perdida, se lembrava de telefonar para a polícia.



Quando a policia aparecia só havia uma coisa a fazer!
Chutar a bola para o terreno próximo, o mais longe possível e cada um fugir em direcção oposta para que os tipos não pudessem ir atrás de todos.
Claro que havia sempre um ou outro desgraçado mais lento que era agarrado e ganhava uma viagem até à esquadra mais próxima onde era identificado e pagava uma multa.



Quando se cansavam do Futebol, também jogavam Hoquei em Campo, utilizando os seus belos sticks construídos em casa.

Quando conseguia amealhar alguns cobres, o Jeremias ía até ao ferro velho e comprava rolamentos. Ele construía os seus próprios carrinhos de esferas, que depois levava para a rua para participar em corridas mirabolantes com os seus amigos.



Também era fixe a jogatana do Berlinde, ou do Guelas como era vulgarmente chamado.
A ideia era irem para um terreno baldio, abrirem umas pequenas covas e começar a jogar. Está-se mesmo a ver que foi assim que foi inventado o golfe, com algumas "pequenas adaptações", claro.



Nessa época ainda não tinham sido inventadas uma série de traquitanas que hoje em dia existem só para "dificultar a vida" dos putos.
Quando a miudagem ia para a rua, como não havia telemóveis, o controlo dos pais fazia-se indicando uma hora de regresso a casa, que tinha que ser cumprida.
Era a liberdade total, impensável nos nossos dias.

Mas a malta daquele tempo já tinha alguns conhecimentos de telecomunicações e até já fabricava os seus próprios Telefones com cordel e copos de plástico.
E não é que a geringonça até funcionava.

Mal sabiam eles naquela época que estavam a inventar os primeiros Telemóveis.

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Como também não havia Computadores e a Internet ainda não tinha sido inventada, quando a malta se fartava de andar na rua combinava encontros em casa de um deles para jogarem Monopólio, Sueca, Dominó, Mastermind, Ludo, Jogo da Glória, Damas, Xadrez, Loto, Batalha Naval e muitas outros jogos de mesa que actualmente estão em desuso.

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Como sabiam que ainda não tinha sido inventado o Subuteo, esta rapaziada não descansou enquanto não deixou o seu contributo, numa primeira versão muito rudimentar mas que funcionava na perfeição.

Pregavam-se uns pregos numa tabua e colocavam-se as balizas e a delimitação do campo, tudo em madeira, que era o material mais fácil de encontrar sem gastar muito dinheiro.
A bola podia ser uma carica ou uma moeda que era empurrada com os dedos até entrar na baliza adversária.

Mais tarde os inventores do Subuteo tiveram a vida muito facilitada porque foi só fazer um "pequeno upgrade" à nossa grande invenção.
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Em outras alturas o Jeremias aproveitava o seu tempo livre para dar umas grandes voltas de Bicicleta ou até para jogar à Malha ou ao jogo do Prego.
Os Matrecos (ou Matraquilhos) nunca foram o seu forte, mas quando calhava também fazia uma perninha.
Outra brincadeira preferida do Jeremias era lançar o Papagaio de Papel.
Os Papagaios eram construídos com canas atadas com guita e depois colava-se papel de seda de várias cores e amarrava-se um cordão comprido.
Depois era só esperar por um dia ventoso e aí iam eles com os amigos lançar o Papagaio e ver qual deles voava mais alto.
Alguns nem do chão saiam...

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Quando estava sozinho em casa, o Jeremias entretinha-se a brincar com as suas peças de Lego e os carrinhos da Matchbox.

Claro que nessa época as peças de Lego que existiam eram as mais básicas e não dava para se construir com grandes pormenores, mas já se faziam algumas obras de engenharia interessantes.

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O Jeremias e os seus amigos também gostavam de brincar aos Indios e Cowboys, pelo que precisavam de ter algumas armas para o efeito.

As armas mais vulgares nessa época eram a fisga (construída com um ramo de oliveira e um elástico) e o arco e flecha (construído com madeira e corda).

Depois iam para os campos e começavam as batalhas, felizmente na maior parte das vezes sem ninguém se magoar.

Quando estavam cansados sentavam-se um pouco e comiam umas azedas (flor amarela em que se trincava o caule e era azedo).

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Quando apareceu a moda do Cubo Mágico (ou cubo de Rubik), o Jeremias rápidamente se tornou um craque no manuseamento deste objecto. Rápidamente conseguiu arranjar as "cábulas" necessárias para a construção faseada do cubo, começando por uma linha, depois uma face até concluir todas as faces.

Depois de aprender a parte teórica, o Jeremias passou então à optimização da parte práctica, com muito treino e desmontando, lubrificando e reapertando frequentemente as peças do seu cubo.

Chegou a conseguir concluir a resolução do cubo em menos de 1 minuto, o que era um tempo muito bom.

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O Jeremias nas férias costumava ir para a casa dos seus Avós, numa aldeia bem próxima de Lisboa, mas que nessa época era bem calminha e quase sem carros nas ruas. Ele nunca mais se esqueceu que a sua Avó morava no numero 36.
Nessas férias íam muitas vezes para as praias do Oeste. Viagens longas nessa época em que para se fazerem trinta e poucos kilómetros se demorava um par de horas.
O Jeremias tinha um Tio que gostava muito dele..
Talvez por não ter filhos o Tio fazia tudo o que podia para que as férias do Jeremias fossem as melhores possíveis. Iam à pesca de bicicleta, mas primeiro iam apanhar minhocas e preparar o engodo.

Actualmente o Tio tem quase 100 anos e é o Jeremias que é o responsável por ele.

O jogo da Carica foi certamente um dos maiores sucessos daquela época.
Ainda me lembro muito bem de ir brincar com o Jeremias no quintal da avó dele, lá na aldeia, e fazermos grandes etapas da Volta a Portugal em Bicicleta com Caricas.
Nesta versão colava-se em cada Carica a foto e o nome de cada corredor e depois desenhava-se no chão um circuito com muitas curvas por onde os corredores tinham que passar.
As caricas eram empurradas com os dedos e não podiam sair da pista para os corredores não serem desclassificados.

Mais tarde a Schweppes lançou uma colecção de Caricas personalizada em que cada uma já vinha com a imagem de um jogador de futebol e então começaram os grandes campeonatos de Futebol de Carica.

Também surgiu uma marca de gasosa (Pirolito) que oferecia berlindes. Claro está que a malta passava os dias a beber gasosa para aumentar a colecção.

Bons velhos tempos.



Quando o Jeremias já era rapazote começou a interessar-se por outras brincadeiras. Muito cedo começou a descobrir os mistérios da electricidade que viriam mais tarde a traçar o seu destino.

Ainda nessa época começou também a desvendar os mistérios da electrónica, comprando os componentes e construindo os seus próprios circuitos impressos, que nessa altura eram construídos de uma forma muito artesanal.
Desenhava o circuito na película de cobre da placa utilizando um marcador Edding 3000 e alguns símbolos decalcados.
De seguida aplicava uma camada de verniz e mergulhava a placa num recipiente com uma solução de percloreto de ferro. Passado algum tempo, o suficiente para se concretizar a reacção química, o circuito aparecia na placa quase como que por magia. Depois era só lavar, secar e furar a placa para colocar os componentes que eram soldados um a um.

Os mais novos que actualmente se dedicam a estas aventuras têm a vida muito mais facilitada, porque conseguem já comprar os kits com quase tudo completo, tipo lego, e depois é só montar. Mas é giro na mesma.

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Que saudades que o Jeremias tem desses tempos quando construiu as suas primeiras luzes Psicadélicas e um Sequencer, que juntamente com uma lâmpada de Luz Negra e uma Bola de Espelhos eram o maior sucesso nas festinhas de anos dos amigos. Parecia mesmo uma verdadeira discoteca. As miúdas até se derretiam com esta tecnologia toda.

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Vejam lá que o Jeremias quando tirou a carta e começou a conduzir o seu primeiro bólide, até construiu umas Psicadélicas e um Vuímetro para instalar na consola da viatura. Nem imaginam o sucesso que aquela traquitana toda fazia quando saía à noite com os amigos para irem beber uns copos.

Quando podia e tinha alguns trocos para derreter o Jeremias entretinha-se no café do seu bairro a beber umas imperiais e a jogar Flipers, jogo este em que se viria a tornar um verdadeiro expert. Depois vieram as máquinas de Poker. Hoje em dia a rapazadiada mais nova também já não tem o privilegio de jogar nestas maquinas que se tornaram pré-históricas.

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O Jeremias já era bem espigadote quando começaram a aparecer os primeiros ZX Spectrum.
Quando um dos seus amigos conseguiu que os pais lhe oferecessem uma maquineta dessas, então começaram as "peregrinações diárias" para a casa dele.
O Jeremias em tempos já tinha construído uma pequena consola de jogos que se ligava à televisão a preto e branco e dava para jogar 2 ou 3 jogos diferentes.
Mas isto agora era outro campeonato, era muito mais à frente.
Havia jogos com fartura, desde que houvesse paciência para esperar pelo seu carregamento na memória do "computador", que era feita usando um vulgar leitor de cassetes.
Muitas vezes, depois de esperarmos uns largos minutos enquanto decorria o carregamento, chegava ao fim e dava erro. Então era recomeçar tudo outra vez e esperar por melhor sorte.

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Depois de tirar a carta de condução, o Jeremias cedo começou a querer conhecer outros horizontes. No Verão o Jeremias rumava a Sul para conhecer as terras algarvias.
No Inverno rumava a Norte para ver a neve na Serra da Estrela. Claro que nessa altura eram poucos neste País aqueles que sabiam o que era e tinham o privilégio de já ter experimentado o Ski.
Naquela altura o desporto de neve de eleição era mesmo o SKU, que era praticado fora de pista, até porque não havia pistas.
Bastava levar um trenó mas em caso de dificuldade qualquer outra coisa servia, como por exemplo um saco de plástico ou até uma tampa de fogão debaixo do cu.
E aí iam eles, montanha abaixo até encontrarem um calhau escondido debaixo da neve que nos fazia parar.

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E foi nestas viagens, conhecendo mundo, já com cerca de 20 anos de idade, que um belo dia o Jeremias conheceu a Portela.
Nessa altura não achou muita piada a este bairro, até porque ele era habitado por uma classe média/alta e o Jeremias nunca teve acesso a grandes luxos na sua infância, embora nunca lhe tenha faltado nada de verdadeiramente importante.

Os anos foram passando, a vida deu algumas voltas e não é que o Jeremias acabou por ir morar para a Portela, que passou então a ver com outros olhos e a apreciar de uma forma que nunca antes tinha imaginado. Hoje o Jeremias conhece quase todos os cantos desse bairro e orgulha-se de aí morar.


E pronto. Foi assim que um belo dia, muitos anos mais tarde me surgiu a ideia de contar a história do meu amigo Jeremias, aproveitando a oportunidade para a enquadrar neste pseudo Mistério da Portela.

E agora vamos ao trabalho que já são horas e o mistério por esta altura já deve estar mais do que resolvido.

Ou então não...

GeoChecker.com.

Additional Hints (Decrypt)

Fvz, graf dhr fhove.

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)