Francisco Augusto da Silva Finura,mais conhecido pelo Finuras, nasceu em 1929, começou a trabalhar aos 9 anos num estabelecimento que vendia bicicletas, como afinador destes veículos.
Mais tarde, segundo um relato seu durante uma entrevista, exerceu a profissão de pintor de automóveis e serralheiro também na área da indústria automóvel. É de salientar o facto de, então, se desenrolar a II Grande Guerra e pela situação bélica, se dedicou à construção de veículos 'gasotérmicos' que funcionavam a carvão.
Após ter exercido outras profissões, nomeadamente recauchutador e bate-chapas, voltou de novo à profissão de afinador de bicicletas, com cerca de 20 anos. Foi encarregado de vendas e polidor de metais, acabando por montar um estabelecimento de venda de bicicletas.
Então foi obrigado a cumprir o serviço militar, no exército. Terminada a 'tropa' voltou para o ofício de serralheiro. 'Corri então várias oficinas onde exerci as mais variadíssimas profissões como: torneiro, ferreiro, mecânico, cromador, electricista, polidor de metais […], vulcanizador […]'. Em todas estas profissões adquiri bastante experiência, que me veio servir e ajudar para a minha vida mais tarde, diz-nos a dado momento.
Decidiu então montar uma serralharia sua mas esta veio a arder algum tempo mais tarde. Dedicou-se ao artesanato, montou outra oficina com um sócio e, finalmente uma fábrica de conservas de peixe. Nomeadamente pasta de peixe (aliás encontram-se ainda no nosso mercado as latinhas de pasta de sardinha e de atum, fabricadas por Francisco Augusto Finura).
Entretanto dedicou-se também a outras actividades. Tirou o curso de mergulhador primeiro amador e depois profissional, sendo mesmo conhecido como 'Homem Rã', tendo salvo cerca de 30 pessoas, recebendo uma medalha do Instituto de Socorros a Náufragos.
Coleccionava moedas e cachimbos, praticou arqueologia, hipnose, telepatia, ilusionismo, retenção memorial, psicanálise, magnetismo etc., segundo sua informação. E diz-nos: 'No meio do rio [Sado] há uma casa subterrada virada a sul para Alcácer. Esta casa tem riquezas profundas. Era a casa da filha de um grande imperador. As coisas estão intactas mas ainda não se conseguiu lá chegar. Sabemos estas coisas por meio de telepatia'.
A telepatia foi sempre a sua grande paixão, chegando mesmo a realizar espectáculos públicos. Foi Rei do Carnaval de Setúbal três anos seguidos (1968-1970).
Dedicou-se à prática de vários desportos como Water-Pooll, natação, remo, basquetebol, voleibol, vela, hóquei em patins, ski aquático, pesca submarina, ciclismo, luta livre e boxe.
Após falar de muitas outras actividades diz-nos ter inventado uma escala musical por números, que facilita a prática da música a pessoas que não a aprenderam, como é o seu caso.
Termina a conversa com uma expressão de tristeza e pessimismo; 'O mundo é belo, viver não custa, o que custa é saber viver porque os homens são maus'.
E ainda: 'Eu sou aquele homem muito grande que vive num Mundo muito pequeno'.
A 15 de setembro de 2010, no âmbito das comemorações do Dia de Bocage e da Cidade, recebe a Medalha de Honra de Setúbal.
Francisco Augusto da Silva Finura, faleceu no dia 4 de Setembro de 2012, tinha 83 anos.
Informações retiradas de diversas paginas da internet
|