Enquadramento: Urbano, no limite da zona histórica e inserido na cerca do antigo Convento S. Francisco.
O Jardim assumiu ao longo do tempo diferentes tipologias, após ter sido espaço de produção (horta) durante a época do Convento e campo de treino militar quando o Convento deu lugar ao Quartel, no séc. XIX, o Coronel desta Infantaria cedeu parte da antiga cerca para espaço público, o primeiro Passeio Público da cidade. Numa época em que a população vivia dentro do centro histórico, malha compacta, o Jardim era lugar de encontro, de estadia ou de passeio público. Com o crescimento da cidade e consequente, densificação e artificialismo da área envolvente e da cidade o Jardim passa a ser uma componente indispensável de qualidade de vida, lugar de convívio e lazer. O Jardim constitui um elemento importante, pelas suas características dominantes, na estrutura ecológica urbana de Beja, assim como, na vida quotidiana dos seus habitantes.
É constituído por vários elementos singulares, que se traduzem no seu carácter identitário e no seu valor paisagístico e cultural.
Data de Construção: 1880.
Área: 2ha.
Tipologia: Jardim Histórico.
Utilização Atual: O jardim é um lugar pleno de simbolismos e de tradição para a sociedade de Beja. A ordem e a proporção dos elementos compõem um espaço de grande atratividade para diferentes utilizadores, que encontram aqui um lugar ao sol ou à sombra, de passeio, recreio, convívio e interação com outras pessoas.
Morfologia do Espaço: Fechado por gradeamento de ferro e com duas portas de acesso, desde o interior do Jardim são percetíveis os seus limites. O Jardim possui forma retangular caracterizado por uma estrutura formal geometrizada de composição retilínea. Esta estrutura expressa um carácter da arquitetura romântica, pela composição e harmonia entre os elementos, no contraste claro-escuro produzido pela vegetação, utilizando espécies exóticas, nos caminhos retilineos que se intersectam entre si e na criação de lugares pitorescos intimistas associados aos tanques e coreto.
A partir da entrada Poente, marcada pela estátua do Lidador, estende-se na direção Nascente o principal eixo estruturante do Jardim, concretizado numa rua alargada. Este eixo ladeado por árvores e canteiros culmina no monumento alusivo à
morte do Lidador, em painel de azulejo implantado na fachada do volume edificado com cobertura em terraço. Adoçado ao volume edificado está implantado o polidesportivo.
Paralelamente ao eixo principal, a Norte, encontra-se um lugar de fruição, uma varanda/miradouro que se estende ao longo deste limite do Jardim. A meio do percurso de miradouro, está implantado o quiosque e a área de esplanada associada, definida por uma sebe. Contigua a esta área encontra-se a zona de mata.
A entrada Nascente é marcada pelo “lago dos patos”, o maior lago do Jardim com planta irregular, a sua maior atração assenta nos patos, gansos e peixes. Para além deste lago há mais três, de menor dimensão, distribuídos pelo Jardim. Dois dos quais, de planta irregular, estão associados a lugares de estadia escondidos e com carácter mais intimista. O terceiro de forma retangular está localizado no eixo principal, próximo da área envolvente à estátua em homenagem ao Lidador.
O parque infantil constituído pelo montinho alentejano e por diversos equipamentos lúdicos ocupa uma área central definida por sebe.
O coreto e o chafariz surgem em lugares isolados e ao mesmo tempo em destaque. O coreto de planta octogonal regular está colocado a Sul da rua principal e nas proximidades do parque infantil. O chafariz está próximo da entrada Nascente e por conseguinte do “lago dos patos”, implantado no centro de uma plataforma circular calcetada e rodeado de bancos
Sistema Vegetal: Domina no espaço, sendo utilizadas essencialmente espécies exóticas. A composição dos elementos vegetais criam contrastes claro-escuro, cheio e vazio, definem subespaços, dão cor e aroma ao Jardim. O conjunto da vegetação no Jardim desempenha um papel muito significativo na função ecológica da cidade. Das espécies presentes destacam-se as que mais predominam.
- ARBÓREO: Araucaria columnaris (Forst.) Hook. – Araucária; Brachychiton populneum (Schott & Endl.) R. Br – Braquiquiton; Casuarina equisetifolia L. – Casuarina; Celtis australis L. – Lodão; Cercissiliquastrum L. – Olaia; Cupressus sempervirens L. – Cipreste; Eugenia involucrata – Cerejeira-do-mato; Jacaranda mimosifolia – Jacarandá; Platanus hybrida Brot. – Plátano. Estado de Conservação: razoável.
- ARBUSTIVO: Berberis thunbergii DC. atropurpurea – Berberis; Nerium oleander L. – Loendro;Thuja subsp.; entre outros. Estado de Conservação: razoável.
- HERBÁCEO: vivazes; anuais; revestimento.
- Um clone do pinheiro-de-wollemi, uma árvore do tempo dos dinossauros, oriundo do Parque Nacional de Wollemi, uma área protegida nos arredores de Sydney, na Austrália, integra o coberto vegetal do Jardim Público de Beja desde as suas últimas obras de requalificação.
Sistema de Rega: Automática: aspersão – aspersor e pulverizador; localizada – gota-a-gota.
Sistema de Água: Constituído por quatro tanques de diferentes formas e dimensões. A presença da água simboliza vida e renovação.
Permeabilidade do Solo: Total.
Mobiliário Urbano e Equipamentos:
· Bancos em material reciclado
· Quiosque
· Equipamento lúdico Infantil
· Equipamento Geriátrico
· Gaiolas de animais
· Coreto
Acessibilidades: Cumpre.
Intervenções Realizadas: Década de 40, do século passado, após o ciclone que deixou devastado o Jardim.
Requalificação paisagística em 2009/2010, com introdução do sistema de rega.
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