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A Servidão de Cunha e Ruílhe: Tradição ou Mito? Multi-cache

Hidden : 8/22/2016
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
2 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:


 A Servidão de Cunha e Ruílhe: Tradição ou Mito?

Há uma velha tradição vimaranense, que envolve as freguesias de S. Miguel de Cunha e S. Paio de Ruilhe, actualmente pertencentes ao concelho de Braga, que tem gerado alguma discussão, por se situar algures entre a história e o mito. As dúvidas que persistem em relação a esta tradição não dizem respeito à sua existência, que está demonstrada, mas quanto à sua origem, que carece de ser esclarecida.

A tradição, que se cumpriu até ao ano de 1743, conta-se assim:

"Durante séculos, três moradores daquelas freguesias (dois de Cunha e um de Ruilhe) vinham, sete vezes no ano, varrer a praça, o terreiro e o açougue de Guimarães. Esta era uma servidão a que todos os homens daquelas freguesias estavam obrigados, enquanto lá residissem, sendo cumprida rotativamente entre eles. Acontecia nas vésperas das sete festas do ano: Páscoa, Espírito Santo, Corpo de Deus, São João, Santa Isabel, Domingo do Advento e Nossa Senhora de Agosto. Aqueles a quem calhava em sorte o cumprimento desta servidão dirigiam-se à Câmara, onde eram forçados a envergar o trajo próprio da função: ali lhes davam uma opa vermelha ou barrete da mesma cor, de que caía uma ponta até ao talabarte, e a espada levavam e a metiam em um cinto armado à esquerda e os faziam descalçar um pé ficando com o outro calçado pondo-lhe ao cinto o sapato e meia que tinham descalçado. Como ferramenta, cada um levava sua vassoura de giestas. As ruas eram varridas sob a vigilância permanente de um guarda nomeado para o efeito, no meio da algazarra de grupos de rapazes que escarneciam dos varredores forçados. Cumprida a humilhação pública, os três penitentes devolviam à Câmara o barrete e restantes adereços que foram forçados a utilizar, dando-se por cumprido o tributo."


A tradição do tributo da vassoura a que estavam obrigados os moradores de Cunha e Ruilhe é contada com algumas variantes. Segundo uma delas, seriam nove, e não sete vezes ao ano que os vereadores de Barcelos e, depois, aqueles a quem a obrigação foi transmitida, viriam varrer as ruas de Guimarães. De acordo com outra versão, os vereadores-varredores seriam dois, de cada vez, e não três. Por um lado, terá sido D. Afonso, bastardo do rei D. João I e primeiro Duque de Bragança (1442-1461), o responsável pela transferência da obrigação vexatória dos vereadores de Barcelos para os vizinhos das freguesias de Cunha e Ruilhe que, para o efeito, foram transferidas para o Concelho de Guimarães; por outro, terá sido o quarto duque, D. Jaime (1500-1532).


A propósito da origem da servidão dos moradores de Cunha e de Ruilhe, corre em Guimarães, há vários séculos (já corria no início do século XVIII). Aqui fica, como o Padre António José Ferreira Caldas a descreveu em finais do século XIX:

"Uma das mais notáveis e curiosas honrarias concedidas a esta vila foi, sem dúvida, a que lhe dera D. João I, depois da tomada de Ceuta.

Para a defesa desta praça em África, dividiu el-rei as estâncias da muralha, pelos moradores das cidades e vilas, que o acompanharam nesta empresa: acontecendo ficar a gente de Guimarães e Barcelos em estâncias seguidas, onde o combate com os mouros foi mais cruel e renhido.

Atemorizados os barcelenses pelo furor mauritano, desamparam o seu posto e fogem; mas logo os filhos de Guimarães, com o peito abrasado no amor da pátria, se dividem em dois terços, ocupando com um deles a estância abandonada, e defendendo-a até à vitória com inexcedível coragem.


Para castigar a fragilidade de uns, premiando ao mesmo tempo a heroicidade dos outros, mandou D. João I, que de então para sempre dois vereadores de Barcelos, com um barrete vermelho na cabeça, banda ao ombro da mesma cor, espada à cinta, vassoura de giesta em punho, e com um pé calçado e outro descalço, viessem em todas as vésperas das festas da câmara varrer as praças e os açougues de Guimarães; entregando depois o barrete e a banda aos nossos vereadores, dando-lhes assim satisfação de tão tributo, que pagaram a esta vila por muitos anos.

Não havendo já em Barcelos quem se prestasse a servir de câmara, fez o duque de Bragança D. Jaime com a câmara e povo de Guimarães, um contrato solene, pelo qual ficou obrigado a dar do termo da vila de Barcelos, de que era senhor, as freguesias de Cunha e Ruilhe, para que estas - anexadas ao termo de Guimarães - dessem todos os anos dois homens, que viessem aqui satisfazer tão pesado encargo."

Texto retirado de:

  - António Amaro das Neves, Memórias de Araduca, "A servidão de Cunha e Ruilhe", 2010 (parte 1(parte 2) (parte 3)

 A cache

Esta cache leva-lo-á a visitar as igrejas de Ruílhe e Cunha (Waypoints 01 e 02, respectivamente) antes de o levar à localizacao do container.
NOTA: Os waypoints podem ser visitados na ordem que desejar.

Waypoint 01: Igreja de Ruílhe (N 41° 29.624 W 008° 29.870). Seja a data de inauguração da REQUALIFICAÇÃO DO ADRO DA IGREJA dada por dd/mm/aaaa.

A = dd (2 dígitos)
B = mm (1 dígito)
C = aaaa (4 dígitos)

Waypoint 02: Igreja de Cunha (N 41° 29.435 W 008° 30.750). Seja a data de inauguração do ARRANJO URBANÍSTICO DO ADRO DA IGREJA dada por dd/mm/aaaa.

D = dd (2 dígitos)
E = mm (1 dígito)
F = aaaa (4 dígitos)

Final: Use a fórmula seguinte para calcular as coordenadas finais da cache.

N  41° [A+5] .[C-B-1740]
W 008° [D+17].[F-E-1112]

A cache não contem material de escrita!

 The cache

This cache will take you to both Ruílhe and Cunha's churches (Waypoints 01 and 02, respectively). There you will find the information you need to calculate the final coordinates.
REMARK: You can visit the waypoints in whatever order you want.

Waypoint 01: Church of Ruílhe (N 41° 29.624 W 008° 29.870). You will find the inauguration date of the REQUALIFICAÇÃO DO ADRO DA IGREJA in the form dd/mm/yyyy.

A = dd (2 digits)
B = mm (1 digit)
C = yyyy (4
digits)

Waypoint 02: Church of Cunha (N 41° 29.435 W 008° 30.750). You will find the inauguration date of the ARRANJO URBANÍSTICO DO ADRO DA IGREJA in the form dd/mm/yyyy.

D = dd (2 digits)
E = mm (1 digit)
F =
yyyy (4 digits)

Final: Use the following formula to calculate the coordinates of the container.

N  41° [A+5] .[C-B-1740]
W 008° [D+17].[F-E-1112]

Bring your own pen!

Additional Hints (Decrypt)

[PT] Nbf grhf céf [EN] Tebhaq yriry

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)