Safara é uma freguesia portuguesa do concelho de Moura, com 57,62 km² de área e 1 078 habitantes (2011). Densidade: 18,7 hab/km².
A ocupação humana deste território teve início na Idade do Ferro, como o comprova a existência de um povoado fortificado, um dos maiores no Alentejo datado deste período. Os romanos e árabes também marcaram o território da freguesia, sendo que os últimos foram responsáveis pelo nome atribuído à mesma. Safara provém da língua árabe e tem a ver com a localização da freguesia (numa grande planície), uma vez que significa 'campina'.
A Festa das Endoenças
Na Páscoa, de dois em dois anos enchem-se as principais ruas da aldeia com rosmaninho e alecrim. Desta forma inicia mais uma semana Santa em Safara, mais conhecida por Festa das Endoenças.
Estas festividades constituem um facto religioso vivo, autêntico, estruturante da identidade colectiva de um povo e marcam uma expressão de vivência cristã, muito própria dos Safarenses.
Recolhidas da matriz litúrgica da Semana Santa, procuram dramatizar os acontecimentos da vida do Senhor no contexto do tríduo pascal - sua Paixão, morte na Cruz e Ressurreição - e proporcionar a todos a experiência de uma realidade devocional que foi herdada na tradição, que se mantém, que continua, que passa às gerações futuras.
Pelo profundo sentido de religiosidade popular e a vasta participação do povo Safarense, estas bonitas celebrações, restauradas nos anos 60 do século passado, tornaram-se já há muito ex-libris desta simpática e acolhedora terra do coração do alentejo, atraindo tambem forasteiros das comunidades vizinhas, de um lado e outro da fronteira.
Na sua simplicidade, comparadas com as grandes solenidades da Semana Santa de Sevilha ou mesmo da Braga dos farricocos, as festas de Safara não deixam de ser um precioso testemunho da fé e da cultura populares, herdadas do passado mas que mantém toda a força catequética e de evocação de valores de que o homem moderno não pode prescindir.
Desta fazem parte procissões com trajes da época, canta-se em latim (Padeirinha e Três Marias), crucifica-se, sepulta-se e dá-se a ressurreição de Jesus, simulando-se cada um destes passos. Ouvem-se sempre as matracas a anunciar as procissões pelas ruas da aldeia.
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