Conta a lenda que antes dos tempos áureos dos descobrimentos dos portugueses, a ilha de Santa Maria estava guardada por uma sereia, a SEREIA DE ALÉM MAR.
A bela Sereia de Além Mar era uma referência para todas as serreias, sobretudo as suas duas irmãs. Exuberante, bonita de cara e de corpo, quando viajava pelas águas podia usar a forma de mulher-peixe e se fazia pelo ar, parecia uma gaivota. Em qualquer das formas usava lindas joias, feitas de pedra basalto e da Cré. A ilha de Santa Maria era o seu castelo e nas suas encostas solarengas descansava durante todo o dia, saindo dela apenas ao amanhecer ou ao por-do-sol.
A sua beleza era invejada e mesmo as irmãs não sabiam lidar com a sua diferença, por isso rogaram uma praga à Sereia de Além Mar, de que haveria de se transformar em bruxa, cravada numa rocha, quando fosse vista por um qualquer humano.
No dia 15 de Agosto de 1427, quando os marinheiros portugueses descobriram a ilha de Santa Maria, e entraram em terra pelas encostas perto desta baia, avistaram também a Sereia de Além Mar e a maldição caiu sobre a mais bela sereia, ficando cravada na rocha, no ponto mais alto da encosta (rumo 86 graus norte) onde descansava e avistava o mar, ficando até hoje conhecida como a Bruxa dos Anjos.
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