O mosteiro Beneditino do Castro de Avelãs tem as suas primeiras referências enquanto instituição monástica em 1145. Em 1187 o mosteiro doou a sua herdade de Benquerença, em troca de outras propriedades, ao rei D. Sancho I, que fundaria a cidade de Bragança e deu-lhe foral num momento em que Portugal encontrava-se numa situação de «definição de fronteiras».
A igreja do mosteiro é uma típica igreja portuguesa de origem tipicamente barroca. Mas o edifício reserva-nos várias surpresas. A maior é o exterior da cabeceira, com uma abside central e duas absidíolas laterais de menor tamanho de tipo românico, com arcos-cegos de meio ponto. A originalidade deste tipo de estrutura, muito distintiva da arte românica, é o facto de estar totalmente construída em tijolo vermelho, o que faz desta igreja a única em Portugal destas características e que a relaciona com outras construções similares que encontramos no reino de Leão e em Castela. Este tipo de arte é conhecida como arte mudéjar e foi uma expressão de artesãos muçulmanos que não abandonaram as suas moradas após a Reconquista Cristã.
Outro caraterística é a absidíola lateral direita, hoje ao ar livre, na qual está situada uma campa que alegadamente terá sido do conde Ariães. A lenda diz que este conde, muito mau, zangou-se com a sua mãe por não lhe ter preparado o jantar quando voltava de uma jornada de caça. Perante esta situação, açulou-lhe os cães que a morderam e acabou por morrer. Em penitência foi-lhe imposto que tirasse um cabelo da sua própria cabeça e o metesse numa pia de cantaria com água, debaixo de uma pedra, até que se convertesse em cobra e depois a fosse criando até ser bastante grande e então se meteria numa tumba com ela até esta o devorar para que assim, ele filho mau, que matou quem o gerou, de si mesmo criasse quem lhe fizesse outro tanto. Daí o túmulo mencionado.