A Serra do Buçaco, mais conhecida então pelo nome de Serra de Alcoba, eleva-se como uma muralha 12 quilómetros a sudoeste de Mortágua e 18 quilómetros ao norte de Coimbra.
Esta serra tem a direcção SE – NO, prolongando-se numa extensão de 20 quilómetros, desde a Senhora dos Remédios ou do Monte Alto, até ao Ninho de Águia.
E o prolongamento da Serra da Mucela, da qual está separada pelo Mondego, enquanto esta, na margem esquerda do Alva, que lhe serve de fosso, é a continuação da Serra de Arganil, uma das ramificações da Serra da Estrela.
Para o norte apresenta uma série de elevações, que se vão ligar à Serra do Boialvo.
A Serra do Buçaco levanta-se sobranceira a Penacova, tendo na Senhora do Monte Alto 323 metros de altitude; depois apresenta a depressão da Chã, e em seguida vai, sucessivamente elevando-se até ter 547 metros, seu, ponto culminante, onde forma um planalto, que tem na sua parte mais larga uns 500 metros.
A partir do vértice sul da Tapada o terreno desce um pouco para tornar outra vez a subir na direcção norte, formando uma linha de cumeadas que se vão prender à Serra do Caramulo ou, dos Besteiros, que separa a bacia do Mondego da do Vouga.
Desde a Senhora do Monte Alto até à mata do Buçaco, apenas se notam dois colos por onde passavam duas estradas.
São as portelas da Oliveira ou da Mata e a de Santo António do Cântaro.
Pela primeira passa um caminho, que vem de Gondolim e do Coiço, junto ao Mondego (onde há um vau) e, transpondo a serra, se dirige por Palmassos, Figueira e Selas a Coimbra.
Pela segunda portela vinha a comunicação mais importante daquele tempo, que era a estrada de Mortágua a Coimbra; seguindo por Bemfeito, Alcordal, Palheiros e Botão; e. que era chamada então a estrada de Lisboa.
Esta estrada atravessava ao meio a posição.
Um outro caminho vinha de Mortágua por Vale de Vide, Moura, passando junto à mata do Buçaco, e, passando por Vendas Novas, ia na Mealhada entroncar na estrada do Porto a Coimbra.
Este caminho com dificuldade dava acesso à artilharia.
De Mortágua partia ainda outro caminho, que, seguindo ao Boialvo, ia ligar-se à estrada Porto – Coimbra, ou em Avelãs de Caminho, ou no Sardão.
Era, portanto evidente a importância que tinha Mortágua, por ser um nó de comunicações, para Coimbra e para o Porto.
O terreno entre Mortágua e a Serra do Buçaco é muito cortado, não permitindo o movimento fora dos caminhos, muito especialmente a artilharia.
Entre as povoações de Moura, e de Sardeirinha corre paralelamente à serra uma ribeira, constituindo um verdadeiro fosso na frente da posição, mas que a partir desta última, povoação muda de direcção até próximo da Marmeleira, onde se inflecte, indo reunir-se à ribeira de Mortágua na Caparrosinha.
Algumas ravinas de somenos importância cortam o terreno, correndo quase perpendicularmente, à Serrado Buçaco, de modo que quaisquer movimentos de tropas que por elas se fizessem eram vistos do alto da posição. Um grande número de pequenos cursos de água se dirigem à ribeira da Lourinhã, na sua margem esquerda, e numa direcção perpendicular ao curso desta, mas tão próximas umas das outras que mesmo o movimento da infantaria em todo o trato de terreno compreendido entre aquela ribeira e a estrada de Mortágua ao Luso é difícil.
Esta estrada corre mesmo por um dorso, que separa os, cursos de água que correm para a ribeira da Lourinhã, dos que correm para as ribeiras de Espinho e do Milijoso.
Esta última ribeira corre paralelamente à parte da posição que fica ao norte da mata do Buçaco, contornando-a depois ao norte, até Vila Nova, onde, novamente muda de direcção.
Portanto, a posição do Buçaco fica perfeitamente limitada nos seus flancos pelo rio Mondego e pela Ribeira do Milijoso, que já pertence, à bacia do Águeda.
A vertente da Serra do Buçaco que olha para Mortágua é quase abrupta em toda a sua extensão, sendo difícil o seu acesso por este lado; mas já não sucede o mesmo na vertente que olha para Coimbra, pois o terreno é mais aberto.
A posição é, portanto, caracteristicamente destinada a uma defesa passiva, não permitindo contra-ataques exteriores, tornando precários os contra-ataques interiores, e sendo difícil executar uma retirada, por falta de posições de apoio à retaguarda.
A posse da povoação de Moura tornava-se de grande importância para assegurar um movimento pelo vale do Milijoso, movimento que, fazendo-se na direcção de Paradas e depois na de Vila Nova, permitia o torneamento da posição do Buçaco, no caso em que o flanco esquerdo desta posição terminasse na mata do Buçaco, como assim julgavam os franceses, em virtude dos seus incompletos reconhecimentos.
Para evitar esse torneamento é que o exército anglo-luso ocupou as alturas do Cabeço Redondo e Ninho de Águia, que dominam -o vale do Milijoso.
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