"Silvares é uma aldeia portuguesa do concelho de Tondela, com 8,34 km² de área,
Em 2013 através da Reorganização Administrativa do Território (Lei n.º 22/2012, de 30 de maio) afreguesia de Silvares deixou de ser uma freguesia isolada e agregou-se á freguesia de Caparrosa, passando assim a pertencer á União das freguesias de Caparrosa e Silvares.
Foi sede de concelho até ao início do século XIX. Era constituído apenas pela freguesia da vila com o mesmo nome.
Viseu, 10 jun (Lusa) -- A capela de São Barnabé é atravessada literalmente a meio pela linha que divide geograficamente as paróquias e as freguesias de Silvares e Alcofra, e separa os concelhos de Tondela e Vouzela, distrito de Viseu.
São Barnabé foi, em tempos passados, o santo de pastores e outra gente mais arrojada da Serra do Caramulo, mas hoje é "de grande devoção popular", como relata à agência Lusa António Pereira, mordomo das festas que anualmente se realizam a 11 de junho e levam muita gente nas suas procissões.
E o plural não está mal empregue, são mesmo duas procissões para uma festa só, no mesmo dia, organizadas por uma única equipa de mordomos - constituída, em partes iguais, por homens das paróquias e freguesias e concelhos que têm a meio da capela a fronteira que faz esta divisão administrativa.
António Pereira é oriundo de Alcofra, freguesia do concelho de Tondela, a quem a Lusa foi encontrar "quase pronto" para a festa de sábado, já "quase preparada", porque "nunca está tudo afinado", mas para quem "também não se trata de nada muito complicado".
O dia da festa de São Barnabé passa-se assim: sai uma procissão da freguesia de Alcofra, na povoação de Nogueira, e outra de Silvares, do outro lado da serra, cada qual com o seu padre.
"E depois (descreve o mordomo) pouco antes da chegada à capela, momentos antes da missa que se realiza todos os anos às 11:00, as duas procissões encontram-se e sobem a encosta em conjunto até ao local", o adro deste humilde templo de montanha, onde os dois párocos realizam a missa que precede os comes e bebes que duram até ao cair da noite.
E se para os mordomos, tudo se faz "na paz do santo", para os presidentes das juntas de freguesia de Alcofra e Silvares também não é feito de outra forma, porque se o "alindamento" do espaço exterior da capela fica à responsabilidade de Silvares, já a junta de freguesia de Alcofra tratou de melhorar o caminho que dá acesso ao local da festa.
Fernando Anjos Silva, presidente da Junta de Freguesia de Silvares, no concelho de Tondela, não regateia elogios a São Barnabé, por quem garante "valer bem a pena" todos os melhoramentos que se façam.
"É um santo em que as pessoas têm muita fé. As pessoas vêm aqui pedir chuva, pedir sol. As culturas não têm água e quem pede chuva recebe-a quando vem fazer as suas preces. Mas se for já muita a chuva, o santo também dá sol", aponta o autarca.
Já contava o pai de Fernando Anjos que chegava a esta capela, por caminhos de carros de bois, muita gente, e "reza mesmo a história" que havia um padre que vinha à frente do povo, descalço, pedir chuva e, ao descer, já iam todos molhados".
Por seu lado, Celestino Vaz, presidente da Junta de Freguesia de Alcofra, Vouzela, lembra que esta festa de São Barnabé "esteve uns anos largos" sem se realizar, e foi só porque "as pessoas, de uma e de outra freguesia, se dão bem que foi possível recomeçar".
"Veja lá bem que desde Nogueira (local de onde sai a procissão do lado de Vouzela), que ainda são alguns quilómetros, vão em procissão até à capela... a pé", sublinha o autarca de Alcofra para concentrar a atenção naquilo que são os sacrifícios a que as pessoas estão dispostas para manter esta tradição.
Ricardo Bordalo -Lusa/fim
SILVARES, que já foi freguesia do concelho de Tondela, dista 14 Kms da sede do concelho, no distrito de Viseu. Com uma superfície de 8,5 quilómetros quadrados, engloba as localidades de Silvares, Carvalhal da Mulher e Olheiro, confinando com as freguesias de Caparrosa e, Santiago de Besteiros, Guardão, do concelho de Tondela e com terras do concelho de Vouzela.
“Em 1527,no Numerando Geral da População, Silvares e Carvalhal da Mulher surgem já integrados no concelho de Besteiros. Mas, em 1708, na Corografia Portuguesa do Padre Carvalho da Costa, Silvares é-nos apresentado como concelho, com juiz ordinário, um vereador procurador e outros oficiais que são, também dos concelhos vizinhos. Posteriormente extinto, o concelho de Silvares passou a integrar, como freguesia, o concelho de Tondela.”
(In: Ferraz de Carvalho, Amadeu, A Terra de Besteiros e o atual concelho de Tondela)
Segundo documentos do início do século XIX, Silvares era concelho, formado apenas pela freguesia da Sª da Natividade. Em meados do mesmo seculo, 1848, aparece, novamente, a fazer parte do concelho de Tondela ou Besteiros.
No espaço da freguesia, a meio da ligação rodoviária entre Santiago de Besteiros e Carvalhal da Mulher podemos encontrar vestígios arqueológicos muito relevantes designados de “Lapa das Côcas, que fazem remontar a ocupação humana daquele espaço, provavelmente ao Neolitico. Referencia-se como um espaço ligado ao religioso.
A igreja matriz fica situada na localidade de Silvares e o seu orago é Nossa Senhora da Natividade."