Al-Gharb
(PT)
O Al-Gharb dos muçulmanos não era só o Algarve com as fronteiras de hoje. O Al-Gharb de Al-Andalus ia desde Coimbra (Kulūmriyya) até às fronteiras do Algarve dos dias de hoje. Já naquela altura o Algarve era um reino, aliás Silves (Xelb) era a capital desse reino e o Algarve islâmico da época atingiu um elevado esplendor cultural e económico que já vinha a crescer desde a época romana. A grande conquista cristã que a história de Portugal nos conta quebra com a realidade do que era o Algarve da altura, e com o que realmente aconteceu. Durante mais de cinco séculos (c. 711-1249), sobre o domínio dos povos islâmicos, árabes e berberes, também o cristianismo existia entre a população do Algarve. Durante séculos viveram moçárabes e cristãos sob governos muçulmanos. D. Afonso I (primeiro rei de Portugal), nunca chegou a pisar as terras do Algarve de hoje, foi seu filho, D. Sancho I que em 1189 conquistou Silves e proclamou-se como Rei de Silves e do Algarve, no entanto perde Silves para os árabes em 1191, perdendo também o título. Conseguimos perceber que existia interesse por parte dos reis na conquista (reconquista), pela simples razão de aumentar o seu reino, mas a ordem da conquista era dada pelos Papas, e os portugueses matavam em nome de Deus. Foi preciso cinco Reis portugueses e a ajuda dos Cruzados para, por mais de um século de guerras conquistarem o Al-Gharb aos muçulmanos, desde 1139 até 1249 (Cento e dez (110) anos). Mesmo, desde 1189 da conquista da grande Cidade de Silves por D. Sancho I, até 1249 da conquista de D. Afonso III, foram precisos setenta e oito anos (78 anos) para conquistar as fronteiras do Algarve de hoje (passaram as passas do Algarve).
Depois de o Rei de Leão e Castela conquistar Sevilha em Novembro 1248, fez com que D. Afonso III tomasse a decisão de lançar a última ofensiva a sul. Ambos os Reis, de Espanha e Portugal cobiçavam estas terras ricas do Al-Gharb. Na primavera de 1249 chegam as tropas portuguesas à cidade costeira de Santa Maria de Faro. Não houve ataques, nem invasões sangrentas. D. Afonso III fez apenas um acordo com os mouros estabelecendo o seguinte: deu-lhes as mesmas leis em todos os assuntos, podiam ficar com as suas casas e seus patrimónios e o Rei prometeu, defende-los e ajuda-los contra outros povos invasores. Os que quisessem ir embora poderiam ir livremente e levar seus bens. Os cavaleiros mouros que permanecessem tornar-se-iam seus vassalos, e respondiam quando fossem chamados, e o Rei devia trata-los com honra e misericórdia. Foi desta forma que D. Afonso de Portugal e do Algarve “atacou” Faro. No final de 1250, os últimos bastiões muçulmanos, em Porches, Loulé e Aljezur rendem-se e aceitam a aliança portuguesa (não é por nada que ainda hoje existe nos brasões das cidades algarvias um rei cristão (D. Afonso III) e um muçulmano). Os autores e historiadores contemporâneos portugueses desvalorizaram sempre os registos da verdadeira reconquista, fazendo com que a história ficasse marcada por uma brava e vitoriosa conquista portuguesa, por mouros que fugiram, e banhos de sangue (uma história pouco verdadeira). Os Reis espanhóis consideravam que o Reino do Algarve lhes pertencia por o Rei do Al-Gharb, Musa ibn Mohammad ibn Nassir ibn Mahfuz, Amir de Nieba, ter feito vassalagem ao Rei D. Afonso X de Castela. D. Afonso III casou-se com a filha do Rei de Espanha Dona Beatriz de Castela em 1253 com a intenção de criar um laço de aliança (mesmo casado com Dona Matilde de Bolonha). Só em 1267, com o Tratado de Badajoz D. Afonso X de Leão e Castela concede ao Rei de Portugal o Reino do Algarve, fazendo de seu neto D. Dinis o herdeiro do Trono do Algarve.
Muito se fala dos Descobrimentos portugueses, o que não se fala é o quanto o Algarve contribui-o para isso acontecer. O que é que os portugueses sabiam sobre navegação? A realidade é que não sabiam praticamente nada, (tinham umas galés, que eram barcos de origem greco-romana, movidos a remos). A caravela portuguesa que deixa o povo muito orgulhoso é uma imitação dos barcos árabes que existiam no Algarve (barcos esses que têm o nome de caravela latina). A caravela redonda (caravela portuguesa) foi um aperfeiçoamento da caravela latina. Os instrumentos náuticos também foram influências e invenções dos árabes, como por exemplo o tão conhecido Astrolábio.
D. Dinis em 1293 criou uma bolsa dos mercados com interesse pelas exportações. Vinho e frutos secos do Reino do Algarve eram vendidos à bélgica e à Inglaterra, foi assim que começou a desenvolver-se a ideia para os descobrimentos.
Em 1415 os infantes de Portugal invadem a cidade de Ceuta com a mesma visão da “reconquista”, mas com mais motivos. As conquistas no norte de África fez com que o Reino do Algarve, passasse a ser chamado, a partir de 1471 como Reino dos Algarves, e o primeiro rei a o usar o título foi o Rei D. Afonso V de Portugal e dos Algarves, d’Aquém e d’Além-Mar em África. Não é que existisse dois Algarves, mas apenas um, com dois territórios (o de cá, e o de lá do mar). O que existia na verdade era apenas uma expansão do Reino do Algarve para além do mar, já que o Reino de Portugal acabava no Alentejo.
Começa então em 1415 com a conquista de Ceuta a Era dos “descobrimentos portugueses”. A ilha do Porto Santo é descoberta em 1418, e a ilha da Madeira em 1419 por João Gonçalves Zarco. Na descoberta do arquipélago dos Açores, dá-se bastante relevo a Gonçalo Velho Cabral com os ilhéus das Formigas em 1431. Não tanto relevo tem Diogo de Silves pela descoberta dos Açores em 1427 (4 anos antes de Gonçalo Velho), talvez por ser algarvio. Na verdade antes destas descobertas já os algarvios iam até à ilha da Madeira à pesca, e os mouros também já teriam conhecimento destes dois arquipélagos.
Recuando um pouco atrás, em 1319, o Papa João XXII a pedido de D. Dinis, cria uma ordem religiosa e militar, a chamada Ordem de Cristo. D. Dinis o Rei legítimo do Reino do Algarve concede o Castelo de Castro Marim para sede da Ordem. Passados cem anos, em 1419 D. João I faz do seu filho Infante D. Henrique Governador do Reino do Algarve, e em 1420 torna-se Grão-mestre da Ordem de Cristo.
O Infante percorreu todo o Algarve à procura de gente com experiência marítima, dormiu em muitos lugares diferentes no Algarve. Ainda hoje em Portugal diz-se que a Escola Infante Sagres, que terá sido fundada em 1417, e que terá formado Vasco da Gama e Cristóvão Colombo não passa de um mito. O que as pessoas não sabem é que o nome Escola vem do grego “Scholé”, e significa lugar do ócio, que naquela altura era o tempo para uma Conversação, e o tempo para o desenvolvimento da reflexão, e não propriamente um lugar específico para ensinar.
Platão, tal como Aristóteles nunca deram as suas aulas em nenhum edifício na Grécia mas sim em jardins chamados: “Academus”, e “Lyceum” (dando origem às palavras de hoje “Academia”, e “Liceu”). Não existe vestígios físicos das suas escolas, no entanto ninguém dúvida que as suas escolas tenham existido. O acontece com o Infante é um pouco de nada diferente. O Infante veio ao Reino do Algarve para aprender sobre navegação marítima, tornando-se na verdade um político da navegação dos “Descobrimentos” através da Ordem de Cristo e como Governador deste reino. Apesar de ter ficado com a alcunha de “O Navegador”, o Infante apenas fez algumas viagens a Ceuta como um comandante político, e não como navegador. Podemos considerar com isso, todo o Algarve como a Escola Náutica do Infante, apesar de ele ter dito que Sagres foi o local físico de sua Escola de Navegação (o local da conversação).
O Reino do Algarve na história de Portugal é quase inexistente, a maioria dos algarvios e portugueses nunca ouviram falar deste reino. Há autores que dizem que o Reino do Algarve em nada se diferenciava do resto de Portugal mas não é assim tão verdade. É certo que as leis de Portugal serviam para o Algarve mas não deixava, e não deixa de ter, outros hábitos e outros costumes, outras tradições, fazendo desta terra um grande espólio multicultural que não há igual, em nenhuma outra terra em Portugal. O Reino do Algarve não era um reino autónomo é verdade, era semi-autónomo separado pela Serra Algarvia, separado por vontade dos próprios reis portugueses (nomeando sempre um governador para este Reino régio), separado por uma aliança com os cidadãos Algarvios e reis de Castela. Dizem certos autores que nenhum rei português foi coroado ou saudado como sendo apenas Rei do Algarve, é verdade, no entanto os próprios reis portugueses quiseram que continuasse a ser um outro reino à parte, e estes autores esquecem-se ainda que quem fundou o Reino do Algarve não foram os reis portugueses. A única vez que o Reino do Algarve foi abolido foi em 1773 por D. José I (influências do Marquês de Pombal), mas a sua filha, a Rainha Dona Maria I volta a o restaurar (porque será?). Existe também a referência por parte de certos autores que os reis portugueses até 1910 usaram sempre o título de Reis de Portugal e dos Algarves d’Aquém e d’Além-Mar em África, mesmo depois de terem perdido os territórios no norte de África em 1769, dando a ideia de algo absurdo por parte dos reis, continuarem a usar tal título. Parece que certos autores não conseguem compreender que mesmo depois de 1769 (perda da Cidade de Mazagão), os reis portugueses continuavam a ter vários territórios em África, os títulos dos reis não diziam: Algarves do norte de África. Outro mal-entendido é em relação ao escudo de Portugal, que uma maioria dos autores não considera os 7 castelos, como fortificações Algarvias conquistadas pelos reis portugueses aos mouros. Eles consideram que os castelos do escudo sejam fortificações que o primeiro Rei de Portugal conquistou aos mouros. Aconselho então a irem ver um mapa de Charles Bonnet (Mappa geográfico da província do Alemtejo e do Reino do Algarve(Portugal), na Biblioteca nacional digital). Nesse mapa vão ver que existe dois Brasões, o do Alentejo, e outro do Reino do Algarve. O brasão do Reino do Algarve são os 7 castelos do escudo de Portugal (apesar de existir outro brasão do Algarve).
Os Reis de Leão e Castela (Espanha) também usaram títulos como Rei dos Algarves, aliás, ainda hoje isso acontece. O Rei Juan Carlos I é o Rei dos Algarves pela constituição monárquica espanhola de 1978. Para quem não sabe Espanha já teve república, e como não correu nada bem voltaram a restaurar a monarquia. Isto aplica-se ao que Alexandre Herculano um dia disse: " Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-los".(mas isso é uma outra história).
O Reino do Algarve englobava todos os territórios africanos dos reis. Também podemos olhar para a ilha da Madeira como parte desse reino, ainda mais por D. Duarte ter doado a seu irmão o Infante D. Henrique (Governador do Reino do Algarve), o arquipélago da Madeira. Sendo extremamente irónico a ilha Madeira hoje ser uma região autónoma (ou semi-autónoma) e o Algarve não.
O que sempre existiu em Portugal foi um Reino Unido de Portugal e Algarve tal como acontece ainda hoje na Grã-Bretanha, com Inglaterra, País de Gales, Escócia e Norte da Irlanda, unidos. Mais tarde em 1815 também o Reino do Brasil fazia parte desse reino unido (no entanto é proclamada a independência do Brasil em 1822).
Em 1910 com o golpe de estado por parte dos republicanos, dá-se a proclamação da 1ª República portuguesa, em que se aboliu o Reino de Portugal. Os republicanos portugueses no entanto esqueceram-se de abolir o Reino do Algarve. Os republicanos deixaram a nós, povo Algarvio um vazio jurídico (uma lacuna), que faz com que ainda hoje o Reino do Algarve exista.
Portugal já vai na 3ª república, e é bom não esquecer que vai na 2ª república democrática. Para quem não sabe a constituição da 2ª república do estado novo 1933, estabelece um compromisso democrático que deu na conhecida ditadura salazarista. Aliás desde que o estado português é uma república que a ditadura esteve, quase sempre presente, que não se pense que a ditadura só existiu na monarquia absolutista.
O Algarve é hoje a única colônia que nunca se conseguiu ver livre de Portugal. Se o objectivo era quebrar com a pouca autonomia que o Algarve tinha e fazer com que o povo Algarvio ficasse cada vez mais ingénuo e ignorante, para se poder usufruir do Algarve e dos Algarvios como servidores e dependentes de Portugal, a república portuguesa conseguiu, mas nada dura para sempre. É irónico como uma terra que vinha desde a época romana a crescer, que tinha até uma das cidades romanas mais importantes da península ibérica (Balsa séc. I a.C.), perde o seu poder e a sua autoestima, como se dos outros dependesse. Os autores e historiadores têm também culpa nisto, omitir o Reino do Algarve cada vez que se fala sobre a “reconquista portuguesa” ou sobre os “descobrimentos” é das duas, uma: desconhecimento da história, ou por e simplesmente querer ocultar este Reino (esconder a verdade). Isto faz com que a história de Portugal seja mais ficcional do que verdadeira. Tal como o uso das palavras como “Conquista” ou “Invasão”, são usadas para identificar diferentes autores: os muçulmanos “invadiram” a península ibérica; os portugueses “conquistaram” Ceuta, a Índia e o Brasil (os portugueses não invadiram, conquistaram!).
(EN)
The Al-Gharb Muslims was not only the Algarve with today's borders. The Al-Gharb al-Andalus ranged from Coimbra (Kulūmriyya) to the borders of the Algarve today. Even then the Algarve was a kingdom, by the way Silves (Xelb) was the capital of that kingdom and the Islamic Algarve the time reached a high cultural and economic splendor that had already been growing since Roman times. The great Christian conquest that history tells us of Portugal break with reality than was the Algarve at the time, and what really happened. For more than five centuries (c. 711-1249), on the field of Islamic peoples, Arabs and Berbers, also Christianity existed between the Algarve population. For centuries they lived Mozarabs and Christians under Muslim governments. Alfonso I (the first king of Portugal), never got to tread the lands of the Algarve today, was his son, Sancho I who in 1189 won Silves and proclaimed himself as King of Silves and Algarve, however loses Silves to the Arabs in 1191, also losing the title. We can see that there was interest from kings in the conquest (reconquest), for the simple reason to increase his kingdom, but the order of the conquest was given by the Popes, and the Portuguese killed in the name of God. It took five Portuguese Kings and the help of the Crusaders for, for more than a century of wars to conquer the Al-Gharb Muslims, from 1139 to 1249 (one hundred and ten (110) years). Even since 1189 the conquest of the great city of Silves by D. Sancho I, until 1249 the conquest of Alfonso III, it took seventy-eight years (78 years) to conquer the boundaries of today Algarve (passed the raisins Algarve).
After the King of Castile and Leon conquer Seville in November 1248, he made Alfonso III made the decision to launch the final offensive in the south. Both Kings of Spain and Portugal coveted these rich lands of Al-Gharb. In the spring of 1249 arrive the Portuguese troops to the coastal town of Santa Maria de Faro. There were no attacks or bloody invasions. D. Afonso III made only an agreement with the Moors establishing the following: gave them the same laws in all matters, could keep their homes and their assets and the King promised, defend them and help them against other peoples invaders. Those who wanted to leave could freely go and take their property. The Moorish knights who remained would become his vassals, and responded when called, and the King should treat them with honor and mercy. This is how Afonso of Portugal and the Algarve "attacked" Faro. At the end of 1250, the last bastions Muslims in Porches, Loulé and Aljezur surrender and accept the Portuguese alliance (not for nothing that still exists today in the arms of a Christian king cities Algarve (Afonso III) and a Muslim ). The authors and Portuguese contemporary historians always devalued the records of true reconquest, causing the story to stay marked by a brave and victorious Portuguese conquest by Moors who fled, and bloodshed (one bit true story). The Spanish kings considered that the Kingdom of the Algarve belonged to them by the King of Al-Gharb, Musa ibn Mohammad ibn Nassir ibn Mahfuz, Amir Nieba, have made allegiance to King Alfonso X of Castile. D. Afonso III married the daughter of the King of Spain Dona Beatriz of Castile in 1253 with the intention of creating an alliance loop (even married Dona Matilde Bologna). Only in 1267, with the Treaty of Badajoz King Alfonso X of Castile and Leon grants the King of the Kingdom of Portugal Algarve, making his grandson D. Dinis the heir to the throne of the Algarve.
Much is made of the Portuguese Discoveries, which does not talk about is how the Algarve makes it to happen. What the Portuguese knew about navigation? The reality is that they did not know practically nothing (had some galleys, which were boats of Greek and Roman origin, powered by oars). The Portuguese caravel that leaves very proud people is an imitation of the Arab boats that existed in the Algarve (these boats which are named after Latin caravel). The round caravel (Portuguese caravel) was an improvement from the Latin caravel. The nautical instruments were also influences and inventions of the Arabs, such as the well-known Astrolabe.
D. Dinis in 1293 created a scholarship markets with interest by exports. Algarve kingdom of wine and dried fruits were sold to Belgium and England, it was how it started to develop the idea for the discoveries.
In 1415 infants of Portugal invade the city of Ceuta with the same vision of "reconquest" but with more reason. The achievements in North Africa has made the kingdom of Algarve, passed to be called, from 1471 as the Kingdom of the Algarve, and the first king to use the title was King Alfonso V of Portugal and the Algarve, d 'Behind and d'Overseas in Africa. It's not that there were two Algarve, but only one, two territories (the here and there of the sea). What existed was really just an expansion of the Kingdom of Algarve beyond the sea, since the Kingdom of Portugal ended in Alentejo.
Then begins in 1415 with the conquest of Ceuta the Age of "Portuguese discoveries." The island of Porto Santo is discovered in 1418, and the island of Madeira in 1419 by João Gonçalves Zarco. The discovery of the archipelago, gives up a lot of space to Gonçalo Velho Cabral with the islets of Ants in 1431. Not so much importance is Diogo de Silves by the discovery of the Azores in 1427 (four years before Gonçalo Velho), perhaps because Algarve . Actually prior to these discoveries have the Algarve went to Madeira to fishing, and the Moors have also had knowledge of these two archipelagos.
Stepping back a bit ago, in 1319, Pope John XXII at the request of D. Dinis, creates a religious and military order, called the Order of Christ. D. Dinis the rightful King of the Kingdom of Algarve grants Castle Castro Marim for Fiat's headquarters. One hundred years later, in 1419 John I makes his son Prince Henry Governor of the Kingdom of the Algarve, and in 1420 became Grand Master of the Order of Christ.
The Infante went all the Algarve looking for people with maritime experience, slept in many different places in the Algarve. Even today in Portugal is said that the School Infante Sagres, which will have been founded in 1417, and will have formed Vasco da Gama and Christopher Columbus is just a myth. What people do not know is that the school name comes from the Greek "scholé", meaning place of leisure, which at that time was the time for a conversation, and the time to the development of reflection, and not exactly a specific place for teach.
Plato as Aristotle never gave their classes in any building in Greece but in gardens called "Academus" and "Lyceum" (giving rise to the words of today "Academy" and "High School"). There is no physical traces of their schools, yet no one doubt that their schools have existed. The case with the Infante is a bit of anything different. The Prince came to the Kingdom of Algarve to learn about maritime navigation, making it indeed a political Navigation of "Discoveries" by the Order of Christ and as Governor of the realm. Despite being nicknamed "The Navigator", the Infante only made a few trips to Ceuta as a political leader, not as browser. We can consider it, the Algarve as the Nautical School Infante, although he said that Sagres was the physical location of your Navigation School (the site of the conversation).
The Kingdom of the Algarve in Portugal's history is almost nonexistent, most Algarve and Portuguese have never heard of this kingdom. Some authors say that the kingdom of Algarve in no way differed from the rest of Portugal but is not that true. It is true that the laws of Portugal for the Algarve served but did not leave, and not without, other habits and other customs, other traditions, making this earth a great multicultural estate that has no equal in any other land in Portugal. The Kingdom of the Algarve was not an independent kingdom is true, was semi-autonomous separate the Algarve mountains, separated by the will of Portuguese kings themselves (always appointing a governor for this United regal), separated by an alliance with the Algarvian citizens and kings Castile. Some authors say that no Portuguese king was crowned and hailed as King of the Algarve just, it is true, however the very Portuguese kings wanted to continue to be another realm apart, and these authors forget even who founded the Kingdom Algarve were not the Portuguese kings. The only time that the kingdom of Algarve was abolished was in 1773 by Joseph I (influences Marques de Pombal), but his daughter, Dona Maria I Queen back to restore (I wonder why?). There is also a reference by certain authors that the Portuguese kings to 1910 always used the title of Kings of Portugal and the Algarve d'Behind and d'Overseas in Africa, even after they have lost the territories in north Africa 1769, giving the idea absurd by the kings, continuing to use such a title. It seems that some authors fail to understand that even after 1769 (loss of City of Mazagan), the Portuguese kings continued to have several territories in Africa, the titles of kings did not say, Algarve North Africa. Another misunderstanding is against the shield of Portugal, that a majority of the authors do not consider the 7 castles as fortifications Algarve Portuguese kings conquered by the Moors. They consider that the shell castles are fortifications that the first King of Portugal conquered from the Moors. Then I advise you to go see a map of Charles Bonnet (geographical Mappa the province of Alemtejo and the Kingdom of the Algarve (Portugal), the national digital library). This map will see that there are two coats, the Alentejo, and another of the Kingdom of the Algarve. The Algarve United coat of arms are the 7 castles shell of Portugal (although there is another coat of Algarve).
Kings of Leon and Castile (Spain) also used titles as King of Algarve, by the way, still it happens. King Juan Carlos I is the King of the Algarve by the Spanish constitutional monarchy 1978. For those unaware Spain republic ever had, and how it did not go any better returned to restore the monarchy. This applies to what Alexandre Herculano once said: "If you send the Kings though, are to make calling them" (but that's another story.).
The Kingdom of Algarve encompassed all African territories of kings. We can also look at the island of Madeira as part of that kingdom, especially by D. Duarte have donated to his brother Prince Henry (Algarve United Governor), the archipelago of Madeira. Being extremely ironic Madeira island now be an autonomous region (or semi-autonomous) and the Algarve not.
What ever existed in Portugal was a United Kingdom of Portugal and the Algarve as happens today in Britain, with England, Wales, Scotland and Northern Ireland together. Later in 1815 also the Kingdom of Brazil was part of this united kingdom (however is proclaimed the independence of Brazil in 1822).
In 1910 with the coup d'etat by the Republicans, give the proclamation of the 1st Portuguese Republic, in which it abolished the Kingdom of Portugal. Portuguese Republicans however forgot to abolish the Kingdom of the Algarve. Republicans have left to us, Algarve people a legal void (a gap), which makes today the Kingdom of the Algarve there.
Portugal is now in 3rd republic, and it's good to remember that going in the 2nd democratic republic. For those who do not know the constitution of the 2nd Republic of the new state in 1933, it establishes a democratic commitment that has known in the Salazar dictatorship. In fact since the Portuguese state is a republic that dictatorship was almost always present, that does not think that the dictatorship only existed in the absolute monarchy.
The Algarve is now the only colony that never managed to get rid of Portugal. If the aim was to break with the limited autonomy that the Algarve had and make the Algarve people to become increasingly naive and ignorant, for the purposes of exercising the Algarve and the Algarvian as servers and dependent on Portugal, the Portuguese Republic could, but nothing lasts forever. It is ironic how a land which had since Roman times to grow, it had to one of the most important Roman towns of the Iberian Peninsula (Ferry century. BC), lose their power and their self-esteem, as if the others depended. The authors and historians have also blame in this, omit the Kingdom of the Algarve every time we talk about the "Portuguese reconquest" or about the "discovery" is of two things: ignorance of history, or e simply want to hide this kingdom ( hide the truth). This makes the story of Portugal is more fictional than real. As the use of words like "Conquest" or "invasion", are used to identify different authors: Muslims "invaded" the Iberian peninsula; Portuguese "conquered" Ceuta, India and Brazil (Portuguese not invaded, conquered!).
