Esta cache não se encontra nas coordenadas iniciais.
O antigo concelho de Albergaria de Penela “correu” a aclamar, em 1834, a chegada dos liberais ao poder, mas três anos depois o Governo liberal riscava-o do mapa administrativo ao decretar a sua extinção. Mais do que uma injustiça era uma traição: além de dispor de condições para continuar como concelho, Albergaria de Penela, tinha sido a terceira municipalidade, a nível da antiga comarca de Viana, a manifestar o seu apoio incondicional aos novos senhores do poder, em Março de 1834. Tinha, por conseguinte, uma razão muito forte para se considerar magoado com o triste destino que lhe traçou o governo que julgava do seu lado. Até por isso os representantes do então do concelho de Albergaria de Penela, que tinha sede em Santa Marinha de Anais, apressaram-se a solicitar à rainha D. Maria II e ao governo central a reanálise da ordem de extinção. Os primeiros pedidos são apresentados ainda em 1837. Os povos de Albergaria de Penela mantiveram sempre a esperança de que seria atendido o pedido para a manutenção do seu concelho. Em 1837 cumpriu-se a ordem de extinção do concelho, sem mais apelos, nem agravos. Nove anos depois, o povo do já extinto de Albergaria de Penela, reunido na sua antiga sede concelhia, a freguesia de Santa Marinha de Anais, decidiu proclamar a plenos pulmões a restauração da sua municipalidade, nomeando até um corpo administrativo concelhio que consagrava tanto os novos cargos, instituídos pelo poder liberal, como os velhos cargos da antiga ordem concelhia, numa espécie de organização administrativa mista.
Assim o mantiveram durante mais de um mês, fazendo um grande manguito ao poder central, que desautorizava, desde logo, a existência de uma municipalidade que considerava extinta. A restauração foi proclamada a 12 de Junho de 1846, após concentração tumultuosa em Santa Marinha de Anais, a antiga sede concelhia, com vivas à Real Majestade, à Carta Constitucional, à Santa Religião, aos bons portugueses fiéis à pátria. O Minho estava de ferro e fogo, já desde Março desse ano, em resultado de uma revolta popular, que insurgia, sobretudo, contra a sobrecarga fiscal imposta pelo Governo. A sucessão de motins em vilas e aldeias minhotas, e as investidas frequentes de guerrilhas armadas contra as forças militares que tentavam conter os focos da revolta acabaram por levar à queda do governo. Renascera então a esperança de muitos povos para recuperarem os concelhos perdidos ou, para manterem os que estavam ameaçados de extinção. Os povos de Albergaria de Penela não esperaram por mais demoras para proclamarem o ressurgimento do seu concelho, decidindo, desde logo, nomear os magistrados e funcionários da sua municipalidade restaurada. A forma como procederam à nomeação parecia revelar o cuidado de aceitar os novos cargos, instituídos pelo poder liberal para os concelhos, mas também a preocupação de manter os cargos da antiga ordem concelhia.
Os moradores do concelho votavam sem pedir licença a nenhum “tutor” senhorial ou eclesiástico. Pelo menos desde o século XVI já eram livres como um passarinho para elegerem os membros da Câmara e o juiz ordinário. Em relação a outros antigos concelhos dependentes de um donatário, que nem sempre largava mão de certos arbítrios, os povos de Albergaria de Penela até gozaram de liberdade plena para escolherem quem melhor os servisse à frente dos destinos da sua municipalidade. Pelos vistos, os forais-novos do rei D. Manuel I libertaram-nos do “jugo” de um antiquíssimo donatário, passando a ser terra d’El Rei, deixando assim de pagar foro aos Senhores.
S.Tiago de Compostela - Caminho Interior a partir do Porto
A região entre os rios Douro e Minho, é mais povoada de caminhos romanos e medievais, lugares de passagem jacobita e com maior rede de monumentos românicos de todo o país. Pode dizer-se que os caminhos de Santiago se diversificam abundantemente a partir do Porto. Se até aqui eles constituíam praticamente uma linha continua bem definida, depois da passagem do rio Douro ramificam-se numa gigantesca mão repleta de caminhos. A rota interior segue em direção a Guimarães, Braga, Prado, Portela das Cabras, Anais Queijada e Ponte de Lima, percorre sempre próximo da antiga via romana de número XIX do Itinerário de Antonino, construído no séc. I d.C., nos tempos de Augusto. Em Ponte de Lima, este une-se com o Caminho Português do Norte seguindo em direção a Valença e Tuí.
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