O percurso pedestre realiza-se pela margem estuarina próxima dos limites da Reserva Natural (fora da mesma). É, no entanto, possível observar alguns dos valores naturais existentes na zona protegida.
Ao longo do primeiro quilómetro é possível perceber os elementos de transição entre o meio urbano e o meio natural. Já na margem estuarina, há que destacar a paisagem, as embarcações de pesca tradicionais, a vegetação halófita (tolerante ao sal) e a avifauna aquática.
A vegetação de sapal que bordeja o estuário é constituída sobretudo por gramíneas e arbustos de pequeno porte, que colonizam os solos de vasa compactada nas margens estuarinas até onde chegam as marés, e representa a continuidade da produtividade primária entre o ambiente aquático e o terrestre.
Estas plantas vasculares constituem os principais produtores primários do estuário. A Morraça (Spartina maritima) é a gramínea pioneira na colonização das vasas consolidadas. Esta espécie bem adaptada à imersão prolongada das águas salgadas forma ilhotas nas bordas do sapal, criando condições necessárias ao desenvolvimento de espécies como a Gramata-branca (Halimione portulacoides) e a Gramata (Sarcorconia fruticosa), entre outras.
Estas espécies representam um papel determinante na composição, estrutura e dinâmica do sapal.
Durante o percurso poder-se-á ter a oportunidade de perceber a complexidade da evolução geológica do estuário.
Nota importante: o passeio deverá ser realizado durante a maré baixa (até 3h antes/após o pico da maré), sendo que os dois pontos na zona estarão inacessíveis durante a maré alta.
O material sobre o qual se vai andar nas margens vai desde a areia ao calhau rolado (10 cm de diâmetro), pelo que deverá ter calçado adequado e que evite entorses.
Texto adaptado de 'http://www.icnf.pt/portal/turnatur/visit-ap/rn/rnet/pr'
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