Uma História "Atribulada"!
Era uma vez uma menina de 11 anos chamada Daniela, que vivia numa grande cidade, e num apartamento com os seus pais, Joaquim um agente de seguros de 37 anos, e Maria, auxiliar de educação, e quatro anos mais nova, e ainda seu avô materno de nome Manuel, mais conhecido nas redondezas por "sardinhas", pois sua subsistência sempre veio da venda de peixe, num mercado, onde trabalhou até se ter recentemente reformado .
Desde sempre Daniela revelou ter uma adoração por animais, ela queria ser veterinária, por isso como é normal, insistia com seus pais para que estes lhe dessem um animal de estimação, mas estes não viam com bons olhos a possibilidade de terem um cão ou um gato, pois as características do apartamento da família não eram as ideais para terem animais domésticos. A isto juntando o facto de que na cidade não existia nenhum zoológico, pois o que existiu fechou por motivos sanitários mesmo antes de ela ter nascido, a pobre Daniela vivia privada do contacto com o que mais a fascinava. Isto fazia com que a Daniela passa-se horas a ver programas sobre animais na televisão. Ela adorava ver os programas sobre a selva de Africa, com os leões, elefantes, girafas etc…
Numa quarta feira aparentemente normal, em que Daniela não tinha aulas e ficava com o avô , esta terá dito que vinha brincar para a entrada do prédio, como era habitual.
Estava ela sentada num degrau a observar o movimento frenético típico de uma cidade, quando repara num cartaz do outro lado da rua. Era de um circo, que estava no lado oposto da cidade onde vivia, mas era o ultimo dia em que fazia espectáculo ali! No cartaz para além dos trapezistas e palhaços, viam-se leões, um tigre, elefantes e uma cobra gigante.
Daniela ficou entusiasmadíssima! Mas como faria ela para ir ver o ultimo espectáculo do circo na sua cidade, e ainda por cima do outro lado da mesma. Os seus pais estavam a trabalhar, e mesmo que quisesse convencer o avô, este estava adoentado e não iria certamente sair nesse estado.
Não hesitou, subiu as escadas até ao quinto andar, onde vivia, entrou no apartamento e em pouco tempo voltava a sair, sem o avô perceber e já com uns trocos que tinha no mealheiro em seu bolso.
Apesar da sua tenra idade, Daniela já sabia muito bem como se orientar na cidade onde viveu desde sempre. Então foi até a paragem dos transportes públicos e apanhou o autocarro que a levaria a atravessar a cidade até ao local do circo.
Ao chegar lá viu uma tenda enorme e muito colorida. Pelo barulho que vinha de dentro, o espectáculo já tinha começado, mas ela tinha um problema! As quatro moedas que tinha só lhe deram para o transporte, como iria ela entrar para o circo e ver os animais?
Ao aproximar-se, reparou que junto a uma árvore existia um pequeno buraco na lona do circo, por onde rapidamente espreitou para ver o que se passava lá dentro. Ainda conseguiu ver um homem a cavalo, mas logo alguém se aproximou dela e questionou o porque de estar ali. Daniela explicou a sua história, e o homem que trabalhava no circo com pena dela, ofereceu-lhe um bilhete para entrar.
Foi a melhor tarde de sempre. A Daniela ficou fascinadíssima com tudo o que se passava na arena, especialmente quando entravam os números com animais, claro!
O tempo passou a correr e quando acabou o espectáculo, duas horas depois, Daniela percebeu o quanto era tarde. Os seus pais já teriam de certo chegado do trabalho, para alem de que a noite caía depressa sobre a cidade.
E agora, como voltaria ela para junto de sua família sem forma de pagar um transporte?
Daniela era bastante astuta e se depressa pensou, mais rápido pôs em pratica o seu plano. Ao ver uma senhora com ar simpático, interpelou a mesma procurando uma direcção, que correspondia à rua onde morava.
A senhora respondeu e logo perguntou se Daniela estava sozinha. A pequena contou novamente o que a faz estar ali, e a senhora, em pouco tempo estava-se a oferecer para a levar de volta para junto de seus pais.
Ao chegar ao prédio onde vivia, cá fora os seus pais estavam furiosos pois já tinham tentado tudo para a localizar sem resultados práticos. Mas, depressa o sentimento de alívio fez com que estes perdoassem Daniela, não deixando de a repreender e fazer prometer que não voltaria a criar situação idêntica.
O seu avô, apesar de triste por ela não ter contado a verdade, nunca esteve muito preocupado pois conhecia muito bem a Daniela, e terá mesmo dito que como conhecia tão bem a sua neta, sabia que a sua calma e capacidade de resolver situações inesperadas eram um dos seus maiores atributos.
FIM