Banco D. João de Castro
O Banco D. João de Castro é um aparelho vulcânico submarino localizado no Arquipélago dos Açores, entre as ilhas de S. Miguel e Terceira, numa zona conhecida por rifte da Terceira. Esta zona é constituída por um conjunto de cones vulcânicos e falhas normais dispostos entre o Sul da Ilha de Santa Maria até à dorsal médio Atlântica, sendo por isso desprovido de plataforma continental.
Presume-se que este aparelho vulcânico se formou por volta de 1720, a 31 de Dezembro, após uma erupção vulcânica que originou uma ilha circular. Posteriormente, devido à abrasão marinha, esta foi desaparecendo, até que desapareceu totalmente por volta de Julho de 1722. Dois séculos depois, por volta dos anos 40 do século XX, descobriu-se que esta ilha, na realidade, se tinha transformado num recife e se encontrava apenas uns metros abaixo da linha de água, podendo ter sido, por isso, origem de naufrágios.
A nível geológico, este Banco é constituído por escoadas de lavas de formas irregulares e muitas cavidades, estando sobrepostas a estes depósitos vulcanoclásticos submarinos. Existem inúmeras falhas vulcânicas, através das quais se dá a libertação de gases. Esta formação ígnea é importante porque se situa numa zona de rifte, constituindo, por isso, um excelente local para o estudo da tectónica das placas e consequente actividade sísmica e magmática. A informação proveniente destes estudos poderá servir para melhor compreender a dinâmica destes eventos dramáticos e, em última análise, contribuir para a sua prevenção. As zonas de rifte são limites divergentes de placas onde ocorre renovação da crosta oceânica. Deste modo a génese da crosta oceânica e fenómenos daí provenientes podem também ser alvo de estudo, nomeadamente as fontes hidrotermais que são características destes locais a profundidades de 2000 a 3000 metros. No entanto, no Banco de D. João de Castro as fontes hidrotermais estão localizadas a profundidades menores (300 a 600 metros).
Os jazigos minerais, concentrações de algum ou alguns elementos minerais superiores ao seu clarke (média) correspondente, formados por diferentes processos geológicos, o que torna rentável a sua exploração, podem ser originados por processos hidrotermais. A água proveniente do interior da crosta liberta-se a altas temperaturas, com inúmeros metais dissolvidos. Esta água, ao ascender pelas fissuras da crosta, devido a alterações químicas de temperatura e pressão, causa a precipitação dos minerais, levando à sua acumulação. Os processos hidrotermais são os responsáveis pela maior parte dos depósitos minerais, como tal, o Banco D. João de Castro reúne condições favoráveis ao estudo da formação destes jazigos.
A nível biológico, este Banco revela bastante interesse uma vez que, nas poucas expedições efectuadas, se detectaram cerca de 300 espécies de diversos filos, o que nos leva a concluir que neste local existe uma interessante biodiversidade, que poderá ser alvo de estudos. Espécies como jamantas (Mobola tarapacana), bicudas (Sphyraenaviridensis), cavalas-da-Índia (Acanthocybium solandri), bonitos (Katsuwonus pelanis) e serras (Sarda sarda), têm interesse, umas pela sua raridade e valor ecológico e outras pela sua beleza. O Arquipélago dos Açores é uma importante rota de migração de diferentes espécies. Logo, o Banco D. João de Castro, por aí se localizar, constitui um óptimo local para a possível ocorrência de espécies raras que não tenham sido inclusivamente registadas nas expedições anteriores, como tubarão-frade (Cetorhinus maximus), tubarão-baleia (Rhincodon typus), botos (Phocaena phocaena), orcas (Orcinus orca) e baleias-azuis (Balaenoptera musculus). As comunidades de seres vivos como os extremófilos, que vivem em condições extremas (nomeadamente, falta de luz, baixa temperatura, pressão elevada e abundância de elementos tóxicos), não são dependentes da fotossíntese, mas sim da quimiossíntese, servindo-se do enxofre proveniente das fontes hidrotermais para sintetizar matéria orgânica. Assim, estes constituem a base de uma cadeia alimentar, a qual fica assegurada apesar da ausência de luz.
Perguntas:
1- Por quantos picos é composto este vulcão submarino?
2- No local consegue deslumbrar alguma manifestação vulcânica activa? Se sim nomeie e descreva o fenómeno.
3- Após chegar ao pico mais próximo da superfície descreva o que vislumbra.
Para efectuar o log terá de enviar as respostas para o perfil ou através do correio electrónico miguelcassis@gmail.com
Apesar de facultativo, ilustre o seu log com fotografias da aventura
ATENÇÃO
O GZ encontra-se entre 12 a 15 metros de profundidade e vejam bem os atributos assim como o grau de dificuldade/terreno