O Rio Lima
O Lima (em galego Limia) é um rio internacional que nasce a uma altitude de 975 m no monte Talariño, na província de Ourense, na Galiza, Espanha. No seu percurso galego de 41 quilómetros, o rio é muitas vezes designado por nomes locais, como Talariño, Freixo ou Mourenzo, apesar da designação oficial galega ser Limia; aí passa, entre outras povoações da província de Ourense, por Xinzo de Limia, à qual dá o nome.
Entra em Portugal, próximo do Lindoso e passa por Ponte da Barca e Ponte de Lima, até desaguar no Oceano Atlântico junto a Viana do Castelo, após percorrer um total de 135 quilómetros.
Este rio foi apelidado de "Lethes" (Lete) por Estrabão, e fabulado profusamente na mitologia Greco-Romanacomo o rio do esquecimento, da dissimulação. Também era chamado de Belion. Mitologia e geografia cruzaram-se num momento histórico, em 138 a.C., quando o general Romano Decimus Junius Brutus dispõe-se a derrubar o mito, já que o rio impedia a progressão da sua campanha militar na região. Atravessou o Lima só e, da outra margem, chamou os seus soldados, um por um, pelos seus nomes. Os seus soldados, espantados pelo facto do seu general manter a memória, atravessaram então o rio, sem medo, claudicando o mito do Lethes.
Pertencente à bacia hidrográfica do rio Lima e à região hidrográfica do Minho e Lima.
Em Portugal, tem um comprimento aproximado 66,9 km e uma área de bacia de aproximadamente 2 370,0 km².
Neste preciso local o rio Lima tem um encontro com um afluente que é rio Adrão que é um pequeno curso de água do concelho de Arcos de Valdevez que nasce na localidade de Adrão e percorre cerca de 8 qulómetros até à sua confluência com o rio Lima passando por Soajo.
Neste mesmo local está implementada a antiga central hidrolétrica de Paradamonte....
Central hidroeléctrica de Paradamonte- Britelo
No dia 14 de Fevereiro de 1907 o Rei de Portugal Dom Carlos I concede a Justino Antunes Guimarães e a Jesus Palácios Ramilo o aproveitamento da água do rio Lima para a criação de força motriz.
Por escritura pública no dia 19 de Maio de 1908 é constituída a Sociedade Anónima Electra del Lima, para utilizar a concessão das águas do rio Lima. Os seus mais destacados fundadores, Don Eugénio Grasset e Don Manuel Taramona, lutaram com grande dificuldade financeira e por isso as obras que se iniciaram no ano em que a sociedade foi fundada, desenvolveram-se com grande lentidão. No ano de 1916 toma a direcção da Electra del Lima o engenheiro de minas Don Juan de Urrutia, atacando a obra com grande energia, transformando rapidamente o ritmo dos acontecimentos A guerra de 1914-1918, na qual Portugal participou, trouxe grandes dificuldades à execução do projecto, em especial no que respeita a fornecimento de maquinaria; mas com tenacidade e perseverança todas as dificuldades foram vencidas. As obras do aproveitamento prosseguiam ao mesmo tempo que se abriam estradas e caminhos e se construíam pontes, como a antiga estrada desde Touvedo a Cidadelhe neste troço foram construídas a ponte sobre o rio Tamente e sobre o rio de Froufe, travessias sobre o denominado ribeiro das Bestas e ainda sobre a ribeiro de Cabaninhas na Freguesia de Britelo. Em 1921 termina a construção do canal de derivação com o comprimento total de 6100 metros, sendo 1800 a céu aberto e 4300 em túnel, de secção rectangular, de 3,20 x 3,10 metros e sempre que o terreno era fraco havia uma abóbada de revestimento com 1 metro de flecha. O caudal máximo era de 20 metros cúbicos por segundo. Nesse mesmo ano chega a Viana do Castelo a primeira maquinaria, realizando-se o seu transporte para Paradamonte num pitoresco conjunto de tracção mista, bovino e automóvel. Entre 1918 e 1922 construíram-se as centrais receptoras de Braga e Freixo e conclui-se a montagem da linha de transporte Paradamonte-Braga-Porto, a uma tensão nominal de 75 Kv, sobre postes de madeira e com condutores de cobre de 8 milímetros de diâmetro e 50 milímetros de secção.