ESPIRITO
A paixão pelo futebol e uma real preocupação com a formação de jovens são as principais características que representam o espírito que levou à criação deste projeto. A criança é um organismo em evolução e, por isso, a aprendizagem do gesto desportivo deverá respeitar as diferentes etapas do seu desenvolvimento psicomotor e psico-afetivo. O futebol inserido num novo espaço, dinâmico e divertido, possibilita uma formação pessoal mais rica e diversificada.
Assim o número de contatos com a bola, o número e tipo de habilidades motoras, situações de defesa e ataque são alguns fatores que a escola de futebol tem em conta.
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Até aos infantis (ou seja, no futebol de 7) o jogar bem deveria estar por cima do resultado. Para ensinar a jogar bem é necessário esquecer o resultado e estar disposto a correr riscos táticos, mesmo que com isso a equipa contrária nos marque golo. O jogo é mais um treino.
Procurar sempre a vitória com entrega e vontade de fazê-lo o melhor possível, mas nunca jogar para ganhar a qualquer preço ou de qualquer maneira, como se a vitória fosse o mais importante.
Não nos deveríamos importar de perder, pois a derrota é sempre uma possibilidade num jogo e as garantias de vitória não existem. Mas se alguém nos ganha, que seja pelo melhor jogo que essa equipa desenvolveu, e nunca por não termos lutado com todas as nossas forças para evitar a derrota. Os jogadores nunca deveriam considerar-se derrotados se se esforçaram ao máximo e fizeram tudo o que era possível para alcançarem o triunfo.
Ganhar não é tão bom nem tão importante como parece, nem perder é tão mau. Tudo depende da forma como uma equipa conseguiu esses resultados, porque podemos ganhar jogando muito mal e num ambiente pouco agradável, e perder jogando muito bem e com um espírito de grupo estupendo.
Ganhar é uma consequência de jogar bem, pelo que é preciso motivar os atletas a pensarem em jogar o melhor possível, que os resultados chegarão no seu momento, tal com a fruta madura que cai da árvore pelo seu próprio peso.
É preciso aprender a jogar como se fosse um treino, e treinar tal como se fosse um jogo.
Em idades inferiores ensinar a ganhar é muito mais fácil que ensinar a jogar, porque não se perde tempo na assimilação de coisas novas, apenas se repetem coisas conhecidas, reduzindo assim quantitativamente a formação completa do jogador, por treinar apenas os elementos determinantes para ganhar (como alívios, saídas rápidas e a pressão).
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