Uma tempestade, enfurecida no bréu da noite, se fazia ouvir vindo do mar. Nessa noite Vicente, um jovem pescador aventureiro, subiu a encosta do Castelo.
Ele queria ver e apreciar os raios a cair nas àguas revoltas do mar. Ele adorava o mar, mesmo quando ele se mostrava revolto.
Apaixonado por Laurinda, uma cachopa linda. Diziam os vizinhos que ela talvez fosse alguma das mouras da cisterna.
Ela tinha por hábito ir, para as bandas do Castelo, e ria-se das mulheres, quando lhe perguntavam se não tinha medo das mouras da cisterna. Moura ou não, Laurinda era a preferida de Vicente! A tempestada continuava a rugir. Vicente olhou o casteloe resolveu entrar pela porta do sol. Haviam várias lendas das mouras encantadas. Viu a casa do alcaide e viu a cisterna — ou antes o local onde diziam ter existido a cisterna. Na verdade, uma larga fresta mostrava que uma boca negra fora tapada com pedra e areia. Vicente apanhou do chão uma pedra, atirou-a pela fresta. A pedra foi tilintando como se na queda fosse embatendo nas paredes de um poço. Por fim terminou a carreira num som surdo. Vicente sorriu.
Era de facto ali que existira a cisterna, no tempo dos mouros. Dali tinham saído as mouras encantadas, segundo histórias dos antigos. Talvez dali tivesse surgido também a Laurinda... Nisto, e como por magia, aparece na sua frente uma mulher ainda mais bela que Laurinda. Envolvia-a um manto branco, e os seus olhos faiscavam de modo estranho. Vicente quis esconder a sua surpresa, não destituída de certo receio.
Perguntou:
— Donde surgiste?
— Vim, porque me chamaste – Respondeu a mulher
— Chamei-te? Se nem abri a boca? – Perguntou Vicente
— Bateste à porta da minha morada, com uma pedra! Atireste uma pedra para dentro da Cisterna e agora quero que me desencantes. Deverás fazer-te ao mar, para nos visitares, a mim e às minhas companheiras. – Ordenou a moura Vicente estava atónico...
Com aquela tempestade, nunca sairia do mar vivo... — Não! Não caio nessa! Tu poderás salvar-te, acredito. Mas eu não. E entre nós dois, prefiro a minha vida! – disse Vicente
— E rejeitas uma mulher como eu?
— Tenho a Laurinda! — Pois fica-te com ela! Terás o castigo de não quereres ajudar-me! – avisou a moura
Dito isto, desapareceu... e reapareceu... não uma mas várias mouras!
Uma delas disse: — Vamos levar-te para o fundo do mar! Ficarás connosco! Teimoso,
Vicente gritou: — Não quero ir para o fundo do mar! Ide-vos embora! Se me deixarem ir embora nunca mais virei ao castelo, juro-vos! Nunca mais andarei aqui durante a tempestade! Mas deixai-me ir embora!
Os que vos obedeceram morreram todos! Nisto ouviu-se um grito correndo com o vento:
— Vicente!... Vicente!... - Era a Laurinda...
O vento zuniu mais forte. Sentiu-se arrastado. Uma dor forte na nuca. E deixou de ouvir o vento, de ver a Laurinda, as mouras e o mar revolto…
Laurinda o amor da sua vida tinha desaparecido...Onde estaria ela?
Olhou para o chão e viu um pregaminho... Abriu-o, e encontrou nele o mapa do Castelo. Estava decidido...
Queria encontrar Laurinda....
Atreves-te a ajudar Vicente?
Vais precisar destes elementos para ajudar Vicente nesta aventura:
O Mapa do Castelo & a lista de locais a visitar