Os Caminhos de Santiago, que atravessam Portugal de sul para norte, são seguidos pelos peregrinos desde há séculos. Experimentá-los é partir numa descoberta do país e de nós próprios.
O destino destes Caminhos é a Catedral de Santiago de Compostela em Espanha, sob a qual, diz a lenda, se encontra o túmulo do apóstolo São Tiago, que evangelizou na Península Ibérica, então província de Roma. O culto deste santo popularizou-se ao longo da Idade Média dando origem a grandes peregrinações provenientes de todos os cantos da Europa. E em Portugal teve maior difusão a partir do séc. XII, com a fundação da nacionalidade portuguesa.
Dependendo dos locais de partida dos peregrinos, percorriam-se em Portugal vários caminhos com destino a Santiago, mas atualmente podem identificar-se três percursos principais.
O mais antigo é o Caminho do Norte. Parte da Sé do Porto e segue por Rates (onde o próprio São Tiago ordenou o Bispo que deu nome à Igreja românica de São Pedro), Barcelos, Ponte de Lima e Valença, onde entra em Espanha. Na Idade Média, o Caminho do Norte tinha variantes, sendo comum que passasse por Guimarães (em cuja praça de Santiago diz a lenda que o Santo teria colocado uma imagem de Nossa Senhora), mas sobretudo por Braga, que disputava com Compostela o título de centro da Cristandade na Península por ser a Sede do arcebispado de toda a Península Ibérica. O seu primeiro bispo foi justamente o Bispo de Rates. Outra variante era o Caminho da Geira (a antiga via romana) que atravessava o Gerês até à Portela do Homem. Mas ainda havia o Caminho Litoral do Norte que hoje está assinalado. Parte também do Porto e segue por Vila do Conde, Esposende, Viana do Castelo e Caminha, onde se pode atravessar para Espanha, ou seguir até Valença.
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